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17 de dezembro de 2012
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O fim de qual mundo? 406p46

A possvel base para esta datao est no calendrio maia que, pretensamente, aponta o ano de 2012 como o fim. No entanto, no h nada mais enganoso! Os maias nunca falaram em fim do mundo, mas sobre a concluso de uma era ou o final de um ciclo, a partir de sua concepo cclica do tempo, onde os acontecimentos voltam a se repetir. Os maias contavam o tempo de existncia do mundo a partir do ano 3114 a. C. no calendrio cristo, sendo que um ciclo total se encerraria 5126 anos depois da era inicial. A diferena d exatamente 2012! O fato que os maias no falaram nada do que viria depois, isto porque j o sabiam: tudo se repetiria.
Eles foram uma civilizao extraordinria, misteriosa e complexa que encanta quem a estuda e conhece. Viveram nas regies da Amrica Central e Caribe, na pennsula do Yucatn no Mxico, em regies da Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador. Desenvolveram a civilizao entre 2000 a. C. e 1519 d. C. (data da chegada dos espanhis na Amrica), possuem cerca de 3.500 anos de histria!
No sculo VIII d. C. deu-se o apogeu da sua civilizao com a construo de cidades-estado independentes, algumas com cerca de 100 mil habitantes, maiores que as europeias e talvez as maiores do mundo na poca. Criaram sistemas urbanos de transportes, redes hidrulicas de captao da gua da chuva, a prtica de esportes, noes de higiene pblica, a cincia da matemtica e a escrita sofisticada. Era uma sociedade hierarquizada e dividida em camadas sociais voltadas para funes especficas como a istrao pblica, a produo e a distribuio de alimentos, a arte e a religio.
Junto com a escrita, os maias elaboraram um calendrio completo a partir da observao dos astros que determinava a totalidade da vida social. Dois calendrios interligados, o Lunar (de 260 dias) e o Cvico (de 18 meses de 20 dias, ou 360 dias), formavam a Roda Calendrica. Todas as atividades sociais, polticas, agrrias e religiosas eram definidas por este sistema de datao. O cotidiano e os acontecimentos estavam todos dentro de um possvel equilbrio csmico a ser alcanado por meio dos sacrifcios s divindades.
A histria registra, no entanto, o fim do mundo maia que se deu com a chegada dos espanhis, num momento coincidente com a sua decadncia civilizacional no sc. XVI. Profecias falavam da chegada de invasores que os dominariam, e, de fato, os espanhis engendraram um domnio desumano, tal como aconteceu com as naes indgenas brasileiras com a invaso portuguesa. No entanto, os restos e os vestgios materiais, bem como os descendentes destes povos ainda vivem, resistindo h sculos ao processo de aculturao.
Existiram mundos que acabaram, mas que no deveriam acabar, enquanto outros no acabaram, mas deveriam. Assim a histria humana na sua ambiguidade e na sua contradio descritas no Apocalipse. Por um lado, a Babilnia com seu sistema inquo e decado, por outro, a nova Jerusalm com sua utopia de justia e de amor. A narrativa de Joo afirma a hegemonia da primeira cidade (ordem) na maior parte do tempo, mas a resistncia da segunda irromper sem data previamente marcada, pois nem o Filho, que o seu Senhor e Rei, sabe.
Agostinho se enganou ao tentar conciliar duas cidades, a divina e a humana: a ordem divina absorvendo a ordem humana ou uma ordem humana se impondo misticamente como divina. Tal foi o projeto da igreja romana medieval/moderna que legitimou o genocdio dos maias pelos espanhis.
Aguardamos novos cus e nova terra. Maranata!
Fonte:
NAVARRO, Alexandre Guida. A civilizao maia: contextualizao historiogrfica e arqueolgica. In: Revista HISTRIA, So Paulo, 27 (1): 2008. http://www.scielo.br/pdf/his/v27n1/a15v27n1.pdf. ado em 10/12/2012.
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Surpreendido pela esperana (N. T. Wright)
Lyndon de Arajo Santos historiador, professor universitrio e pastor da Igreja Evanglica Congregacional em So Lus, MA. Faz parte da Fraternidade Teolgica Latino-americana - Setor Brasil (FTL-Br).
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