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18 de maro de 2009
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O debate sobre religio e cincia -- uma introduo* 41b16
A cincia tem obtido seu grande sucesso devido modstia de sua ambio, restringindo-se ao encontro impessoal e limitando-se a descrever os processos naturais. O fato que as redes lanadas por ela so muito grosseiras para capturar o todo da realidade. Sua compreenso da msica, por exemplo, estruturada em termos de respostas do sistema nervoso ao impacto de ondas de ar no tmpano. O profundo mistrio da msica -- como uma sequncia temporal de sons capaz de descrever uma esfera eterna de beleza? -- escapa totalmente sua compreenso. Um elemento importante no debate contemporneo entre cincia e religio o reconhecimento da importncia de questes de limite, referentes a assuntos que emergem da prtica cientfica, mas que vo alm dos limites postos pela prpria cincia a seu potencial explanatrio. Essas questes de limite tm sido a base para um novo tipo de teologia natural, largamente desenvolvida pelos prprios cientistas, alguns dos quais no aderem a nenhuma tradio religiosa.
Teologia Natural
A Teologia Natural a tentativa de aprender algo sobre Deus a partir de consideraes gerais tais como o exerccio da razo e a investigao do mundo. Sua forma clssica associada a pensadores como Toms de Aquino (sculo 13) e William Paley (1743-1805). Eles falavam em termos de provas da existncia de Deus e frequentemente buscavam explicaes teolgicas para a aptido funcional dos seres vivos, compreendidos como havendo sido projetados pelo divino Artfice. A Teologia Natural contempornea mais modesta em seu carter. Seu objetivo no a inescapabilidade lgica, mas a compreenso iluminada, reivindicando que o tesmo explica mais do que o atesmo. O relacionamento da Teologia Natural com a cincia de complementaridade, em vez de rivalidade. Reconhecendo que as questes cientficas devem receber respostas cientficas, a nova Teologia Natural se concentra nas questes de limite que emergem da cincia, mas que escapam ao seu escopo explanatrio. Duas dessas metaquestes tm se revelado particularmente importantes.
A primeira diz respeito razo porque a cincia possvel, na forma profunda e extensiva que conhecemos. Obviamente a necessidade evolucionria de sobrevivncia pode explicar porque os humanos so capazes de compreender grosso modo os fenmenos do dia-a-dia. Ainda assim difcil crer que nossa habilidade para compreender o mundo subatmico da fsica quntica e o mundo csmico da curvatura espao temporal -- ambos os domnios remotamente distantes do impacto direto sobre eventos do dia-a-dia, e ambos requerendo, para a sua compreenso, modos altamente contra-intuitivos de pensamento -- seja meramente um bnus fortuito da necessidade de sobrevivncia. Alm disso, o mundo no apenas racionalmente transparente em um grau profundo inquirio cientfica, mas tambm , em semelhante grau, racionalmente belo, concedendo repetidamente aos cientistas o senso de maravilha como uma recompensa pelo trabalho de pesquisa. Na fsica fundamental, uma tcnica comprovada de descoberta a busca por teorias cujas equaes sejam matematicamente belas, desde que apenas estas teorias atingem a fertilidade de longo prazo capaz de nos persuadir de sua verossimilhana. Por que a cincia profunda possvel, e por que seus sucessos envolvem to intimamente a disciplina aparentemente abstrata da matemtica, so certamente questes significativas sobre a natureza do nosso mundo. A cincia, por si s, incapaz de explicar este carter profundo das leis da natureza. Ela obrigada a trat-lo simplesmente como a base inexplicvel que tem de ser assumida para sua exposio dos detalhes do processo. Entretanto, parece intelectualmente insatisfatrio abandonar a questo assim, como se a cincia fosse apenas um feliz acidente. Uma compreenso religiosa torna a prpria inteligibilidade do universo inteligvel, explicando que o mundo est cravejado de sinais de inteligncia precisamente porque a Mente do seu Criador est por trs dessa ordem maravilhosa.
Teologia Natural
A Teologia Natural a tentativa de aprender algo sobre Deus a partir de consideraes gerais tais como o exerccio da razo e a investigao do mundo. Sua forma clssica associada a pensadores como Toms de Aquino (sculo 13) e William Paley (1743-1805). Eles falavam em termos de provas da existncia de Deus e frequentemente buscavam explicaes teolgicas para a aptido funcional dos seres vivos, compreendidos como havendo sido projetados pelo divino Artfice. A Teologia Natural contempornea mais modesta em seu carter. Seu objetivo no a inescapabilidade lgica, mas a compreenso iluminada, reivindicando que o tesmo explica mais do que o atesmo. O relacionamento da Teologia Natural com a cincia de complementaridade, em vez de rivalidade. Reconhecendo que as questes cientficas devem receber respostas cientficas, a nova Teologia Natural se concentra nas questes de limite que emergem da cincia, mas que escapam ao seu escopo explanatrio. Duas dessas metaquestes tm se revelado particularmente importantes.
A primeira diz respeito razo porque a cincia possvel, na forma profunda e extensiva que conhecemos. Obviamente a necessidade evolucionria de sobrevivncia pode explicar porque os humanos so capazes de compreender grosso modo os fenmenos do dia-a-dia. Ainda assim difcil crer que nossa habilidade para compreender o mundo subatmico da fsica quntica e o mundo csmico da curvatura espao temporal -- ambos os domnios remotamente distantes do impacto direto sobre eventos do dia-a-dia, e ambos requerendo, para a sua compreenso, modos altamente contra-intuitivos de pensamento -- seja meramente um bnus fortuito da necessidade de sobrevivncia. Alm disso, o mundo no apenas racionalmente transparente em um grau profundo inquirio cientfica, mas tambm , em semelhante grau, racionalmente belo, concedendo repetidamente aos cientistas o senso de maravilha como uma recompensa pelo trabalho de pesquisa. Na fsica fundamental, uma tcnica comprovada de descoberta a busca por teorias cujas equaes sejam matematicamente belas, desde que apenas estas teorias atingem a fertilidade de longo prazo capaz de nos persuadir de sua verossimilhana. Por que a cincia profunda possvel, e por que seus sucessos envolvem to intimamente a disciplina aparentemente abstrata da matemtica, so certamente questes significativas sobre a natureza do nosso mundo. A cincia, por si s, incapaz de explicar este carter profundo das leis da natureza. Ela obrigada a trat-lo simplesmente como a base inexplicvel que tem de ser assumida para sua exposio dos detalhes do processo. Entretanto, parece intelectualmente insatisfatrio abandonar a questo assim, como se a cincia fosse apenas um feliz acidente. Uma compreenso religiosa torna a prpria inteligibilidade do universo inteligvel, explicando que o mundo est cravejado de sinais de inteligncia precisamente porque a Mente do seu Criador est por trs dessa ordem maravilhosa.
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