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O debate sobre religio e cincia -- uma introduo* 41b16

Essas diferenas entre a cincia e a teologia levaram alguns a supor que elas seriam completamente desconectadas entre si, ocupadas com formas de discurso separadas e at mesmo incomensurveis. Se isso fosse verdade, no poderia haver um debate verdadeiro entre cincia e religio. Essa imagem de duas linguagens sem conexo tem sido popular entre cientistas que no desejam ser desrespeitosos com a religio, entendida por eles como atividade cultural, mas que tampouco querem considerar seriamente as reivindicaes cognitivas da religio quanto ao conhecimento de Deus. Quando essa posio adotada, a comparao que se segue entre cincia e teologia frequentemente posta em termos que, na verdade, so desfavorveis para a religio. Muitas vezes, sustenta-se que a cincia lida com fatos, ao o que a religio supostamente se funda apenas em opinies. H aqui um duplo erro.

Anlises produzidas pela filosofia da cincia no sculo 20 deixaram claro que a busca cientfica pela compreenso baseada em algo muito mais sutil do que uma confrontao no-problemtica entre fatos experimentais indubitveis e predies tericas inescapveis. Teoria e experimentao se entretecem de formas intrincadas, e no h fatos cientficos interessantes que no sejam simultaneamente fatos j interpretados. O apelo a teorias necessrio para se explicar o que realmente est sendo medido por um aparato sofisticado. Por sua vez, a teologia no se baseia na mera assero de verdades inquestionveis derivadas das declaraes de alguma autoridade inquestionvel. A crena religiosa tem as suas prprias motivaes, e seu apelo revelao ocupa-se da interpretao daquelas ocasies singularmente significativas de desvelamento divino, e no de verdades proposicionais comunicadas de um modo misterioso.

Uma srie de consideraes mostra que a hiptese da independncia entre cincia e teologia muito ingnua para ser convincente. Como? e Por qu? so questes que podem ser levantadas simultaneamente e, muitas vezes, ambas devem ser consideradas se quisermos obter uma compreenso adequada da realidade. Um bule ferve tanto porque o gs em chamas aquece a gua quanto porque algum quer preparar um ch. As duas questes so, sem dvida, logicamente distintas, e no h uma conexo inevitvel ligando as duas respostas, embora deva existir um grau de consistncia entre elas. Colocar o bule no refrigerador com a inteno de fazer ch no faz muito sentido.

A teologia precisa ouvir a explicao cientfica da histria do universo e determinar sua relao com a crena religiosa de que o mundo a criao de Deus. Se h um desajuste total, alguma forma de reviso pode ser necessria. Fundamentalistas religiosos creem que tal reviso sempre teria de ser do lado da cincia, enquanto fundamentalistas cientificistas creem que a religio simplesmente irrelevante para a compreenso do cosmo. Essas posies extremas correspondem imagem de um conflito entre a cincia e a religio, tendo cada lado a misso de obter a vitria total no debate: uma viso seriamente distorcida que falha em reconhecer a complementaridade entre as duas formas de busca da verdade. Uma viso mais equilibrada seria a de que ambas as explicaes merecem ser escrupulosamente abordadas em seu relacionamento mtuo, o que nos d uma agenda criativa para o debate entre cincia e religio.

Tanto a cincia quanto a teologia tm sido rotuladas pelo ps-modernismo como metanarrativas lendrias, construdas e endossadas socialmente. Em resposta, ambas apelam s motivaes experienciais de suas crenas e reivindicam o que foi denominado realismo crtico como a melhor descrio de suas realizaes: embora no alcancem conhecimento exaustivo -- pois a explorao da natureza revela continuamente fatos novos e inesperados, e a realidade infinita de Deus sempre exceder a compreenso de seres humanos finitos -- ambas creem ser capazes de obter verossimilhana, ou seja, descries de aspectos da realidade que so adequadas para alguns, embora nem todos os fins. Com suas reivindicaes crtico-realistas, a cincia e a teologia exibem um grau de parentesco, e este fato por si s seria suficiente para encorajar o dilogo entre elas.
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