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02 de janeiro de 2018
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O cristianismo rabe antes do surgimento do Isl 1z570
Por Marcos Amado
1. O cristianismo rabe antes do surgimento do isl
O texto a seguir est baseado principalmente em artigos escritos por pesquisadores cristos rabes. Portanto, apresenta uma perspectiva que raramente levada em considerao pelos cristos ocidentais.
No sculo VII, os muulmanos rabes deixaram a Pennsula Arbica e deram incio conquista do Oriente Mdio e do norte da frica. Contudo, a maioria dos evanglicos brasileiros pressupe que o cristianismo teve pouco, ou quase nenhum contato com as tribos rabes antes do surgimento do isl e, de acordo com essa linha de pensamento, essa uma das razes pelas quais os rabes to prontamente aceitaram o isl. Uma segunda pressuposio comum a de que antes do surgimento do isl, os rabes estavam limitados apenas Pennsula Arbica. Contudo, ambas as pressuposies so incorretas. Os trs sculos que se aram antes do surgimento do isl no sculo VII, diz Shahid, foram o perodo de ouro do cristianismo rabe (Shahid, 2005, p. 435) e, como veremos mais adiante, os cristos rabes habitavam tanto a Pennsula Arbica quanto a Sria e a Mesopotmia.
Para entender plenamente a influncia dos cristos rabes no Oriente Mdio antes da chegada do isl, importante mencionar que as tribos rabes viviam em ambos os lados das fronteiras de dois grandes imprios da poca: o Imprio Romano cristo (bizantino) e o Imprio Persa zoroastrista (sassnida).
J no ano 200 d.C. existem relatos da converso do lder rabe Abgar, rei de Edessa, na provncia romana da Sria. Isso lhe deu a honra de ser o primeiro governante da histria a se converter ao cristianismo, o que, por sua vez, deu a Edessa o ttulo de primeiro estado cristo da histria (Shahid, p. 435). Por fim, Edessa tornou-se conhecida, por sculos, como um dos maiores centros do cristianismo siraco, rivalizando em importncia com Antioquia.
Grupos rabes que comearam a se mover da Pennsula Arbica para o territrio bizantino se estabeleceram na Sria e fizeram tratados com Bizncio. Por fim, tornaram-se cristos, mas mantiveram sua identidade rabe. Entre os aliados rabes de Bizncio, trs grupos se destacaram antes do surgimento do isl:
Os tanuquidas, que tinham sua base na parte norte da Sria. No sculo IV, eles possuam uma rainha rabe crist chamada Mavia, que era de convico calcedonense. Ela exigiu que houvesse um bispo rabe para seu povo. Seu desejo foi concedido, e um eremita chamado Moiss tornou-se bispo. O bispo Moiss reconhecido como um santo da Igreja Universal (Shahid, p. 437).
Os saliidas sucederam os tanuquidas na posio de principal grupo rabe no norte da Sria e tambm eram de tradio calcedonense. Seu rei mais importante, Dawuud, tornou-se monge e construiu um mosteiro famoso que sobreviveu durante o perodo islmico (Ibid.).
Os gassnidas, no sculo VI, tornaram-se o grupo rabe cristo mais importante, ofuscando todos os outros. Jabiya era sua capital e, diferentemente dos outros dois grupos mencionados, eram monofisitas. Jac Baradeu era o bispo dos gassnidas, tendo a Igreja Monofisita da Sria o nome de jacobita em funo dele (Ibid.). Todavia, no sculo VI eles apoiaram o Imprio Bizantino Calcedonense contra os persas. Devido ao seu apoio, em 529 d.C o imperador Justiniano concedeu o ttulo de patricius a seu rei, al-Harith ibn Jabalah, que reinou de 529 a 569 d.C.1
Alm da Sria, o cristianismo tambm alcanou os rabes da Pennsula Arbica antes do surgimento do isl. Os Nestorianos da Mesopotmia tiveram um papel importante na disseminao do Evangelho nas partes orientais da Arbia.
Do outro lado da pennsula, a Arbia Ocidental tinha importantes centros urbanos: Medina (Yathrib), Meca e Najran, sendo que todas elas faziam parte da rota das especiarias. rabes e judeus j habitavam Medina quando a tribo rabe Azd chegou cidade e praticamente certo que as tribos rabes Azd de al-Aws e Al-Khazraj devessem aos gassnidas qualquer tipo de cristianismo que tenha chegado at eles (Shahid, p. 445).
Meca, que era um importante centro de peregrinao para as tribos rabes politestas da regio ao redor, tambm tinha presena de cristos, embora possivelmente no em grande nmero. Alguns dos aspectos que atestam a presena deles na cidade so, por exemplo, a existncia, naquele tempo, de um cemitrio cristo, do Santurio de Maria e at mesmo imagens de Jesus e Maria dentro da Caaba, sem mencionar o fato de que na rota de peregrinao pr-islmica havia a estao do cristo (Shahid, p. 445). Ainda que esses sejam elementos importantes quando se tenta descobrir a presena de cristos em Meca antes do advento do isl, pelo menos uma pessoa importante deve ser mencionada: Waraqa ibn Nawfal, primo de Khedija, a primeira esposa de Maom. Diz-se que ele foi um cristo que at mesmo incentivou Maom a continuar buscando as revelaes que ele estava recebendo, pois, na opinio dele, elas vinham de Deus.
Najran, na parte sudoeste da Pennsula Arbica (bem prximo do que hoje a fronteira com o Imen) era o mais importante centro de cristianismo na Arbia antes do surgimento do isl. Diferentemente de Medina, que tinha uma mistura de rabes e judeus, Najran era uma cidade puramente rabe. Foi no sculo V que uma verso monofisita de cristianismo se destacou na regio, at mesmo recebendo seu prprio bispo por volta do ano 500. Perto do ano 520, os cristos de Najran foram perseguidos2 e cerca de 300 deles foram mortos. O Imprio Bizantino e a Etipia retaliaram a matana, o que deu fora consolidao do cristianismo na regio sul da Arbia. Os que morreram foram considerados mrtires e foram canonizados pela Igreja.
Um evento importante, relacionado aos cristos de Najran, mencionado no Hadith de Bukhari:
O Hadith descreve a interao entre Maom e a delegao crist que foi a Najran. Um nmero muito maior de detalhes sobre esse encontro fornecido na biografia anterior, a Sirat Rasūl Allah, que foi compilada por Ibn Ishaq e editada por Ibn Hisham. A partir desse texto aprendemos que sessenta cavaleiros vieram, que a conversa durou vrios dias e que aconteceram srias discusses teolgicas. Cada lado procurou apresentar seu prprio ponto de vista e ouvir as rplicas do outro (Power, 2013, p. 129).
Finalmente, na Arbia do Sul (Imen) havia os himiaritas, que receberam seu cristianismo de cristos vindos da Etipia, do Imprio Bizantino e da Mesopotmia (Shahid, p. 447). Em 570, um exrcito dessa regio marchou numa tentativa fracassada contra Meca, o que foi uma expresso de rivalidade entre os dois centros religiosos na Arbia Ocidental Meca com sua Caaba pr-islmica e uma religio sincretista, e as cidades crists no sul da Arbia, em Najran e em Sana (Shahid, p. 447).
Um ltimo exemplo deve ser mencionado em relao ao cristianismo rabe antes do advento do isl: a tribo crist rabe dos lacmidas, da antiga cidade mesopotmica de al-Hirah3, hoje no sul do Iraque. Os lacmidas eram conhecidos por sua poesia, assim como por sua intensa atividade intelectual em outras reas. O pico de sua influncia aconteceu no sculo VI. Acredita-se que a escrita rabe se desenvolveu em al-Hirah. Como sede de um bispado de cristos nestorianos, al-Hirah exerceu forte influncia sobre a vida religiosa do oriente, ajudando o monotesmo cristo a penetrar na Pennsula Arbica4. Um de seus reis, Numan III (morto em 602), era um cristo nestoriano. Eles apoiaram o Imprio Persa contra Bizncio.
Dessa forma, a partir desses poucos exemplos, pode ser claramente visto que o cristianismo j havia alcanado muitas tribos e cidades rabes antes do surgimento do isl, principalmente entre os sculos IV e VI, e que eles no estavam confinados aos limites da Pennsula Arbica.

2. A convivncia entre muulmanos e cristos
O que normalmente se acredita no ocidente em relao conquista rabe-muulmana da Sria, Mesopotmia e norte da frica que os rabes vieram com sua espada e ameaaram matar todo cristo que encontrassem pelo caminho se ele no se convertesse ao isl. Contudo, esse no exatamente o retrato que surge quando se analisa mais atentamente o que a histria diz sobre esse acontecimento.
poca do surgimento do isl os imprios bizantino e persa j haviam enfrentado sculos de guerras constantes entre si, levando-os ao ponto da exausto econmica e militar. Outro fator importante foram os cismas sofridos pela Igreja, culminando em trs ramos diferentes do cristianismo ortodoxo.
Como resultado dessa diviso, o Imprio Bizantino, que era pr-calcedonense, perseguiu ferozmente os cristos de outras convices que habitavam a Sria e o Egito por conta de diferenas doutrinrias, mas at mesmo os cristos calcedonenses da regio sofreram por causa dos altos impostos colocados sobre calcedonense e no-calcedonenses.
Durante os sculos anteriores chegada do isl, a Sria que estava debaixo do controle do Imprio Bizantino recebeu um afluxo de vrias tribos rabes, e o rabe clssico comeou lentamente a surgir como um idioma comum entre os rabes da regio (Hazim, 2005, p. 473). Consequentemente, quando o exrcito rabe, motivado pelos ensinamentos de Maom, chegou regio, a populao local j estava, havia vrios anos, interagindo com os rabes e seu idioma.
Assim, temos aqui a tempestade perfeita, uma combinao explosiva de fatores sociais, econmicos e religiosos que criaram as condies para uma mudana significativa.
Depois de vencer seus novos sditos na (ex) provncia romana da Sria, inicialmente os muulmanos rabes, em boa parte dos casos, trataram seus novos sditos com temperana, oferecendo alianas de proteo razoveis populao amplamente crist da Sria e, contanto que os cristos pagassem impostos pessoais (al-jizya), poderiam manter suas propriedades, sua religio e seus templos (Hazim, p. 475). Ao perceber que os muulmanos rabes respeitavam suas alianas, os cristos tornaram-se oponentes do Imprio Bizantino.
Os siracos deram boas-vindas chegada dos muulmanos rabes e os receberam como libertadores do pas, dando ao califa Umar Ibn al-Khattab o nome de Forugq, um epteto siraco que significa resgatador e salvador, porque ele os salvou do governo dos persas e dos gregos bizantinos. (Saka, 2005, p. 242)
Os governantes rabes permitiram aos cristos manter posies importantes dentro da istrao (Hazim, p. 482), e a Sria manteve seu carter cristo at o final da era omada (Hazim, p. 486), que terminou por volta do ano 750 d.C.
Essa nova realidade, longe de enfraquecer a igreja, deu incio a uma era de paz e fortalecimento da Igreja Siraca, levando-a a uma melhor organizao e renovao intelectual. Para Saka, isso se deveu ao fato de que os muulmanos rabes os cercaram de segurana e protegeram os direitos deles com alianas e pactos (p. 242).
A Igreja floresceu, as dioceses ficaram maiores e os bispados pertencentes ao patriarcado srio-antioquense cresceram, incluindo as sedes do Vicariato Patriarcal do Oriente que inclua mais de 160 sedes. O patriarca Dionsio de Tell-Mahre consagrou 99 bispos, os mosteiros eram prsperos e se contavam s centenas, cheios de milhares de monges. Grandes igrejas foram construdas em todas as partes do imprio. (Saka, p. 242)
Um lder da igreja na poca da conquista islmica da Sria e da Mesopotmia, ao comparar os novos senhores com os do Imprio Bizantino, disse que os muulmanos no se opam ao cristianismo, mas elogiaram nossa f, honraram os sacerdotes e santos de nosso Senhor e deram ajuda s igrejas e mosteiros (Griffith, 2008, p. 27).
Tudo isso no significa que no ocorreram problemas entre cristos e muulmanos poca da conquista. Contudo, qualquer crtica que for feita ter de levar em conta o fato de que, pelo menos no primeiro sculo do surgimento do isl, as relaes entre cristos e muulmanos eram menos conturbadas do que tendemos a acreditar, apesar de que nos dias de hoje no podemos negar a grande hostilidade de certos grupos muulmanos em relao aos cristos.
3. A contribuio dos cristos ortodoxos para a renascena islmica
Os rabes muulmanos tm muito orgulho da contribuio que deram disseminao do conhecimento por toda a sia, Oriente Mdio, norte da frica e Europa durante os anos de ouro da civilizao islmica, e justo que assim se sintam.
medida que o Imprio rabe se espalhou para as diferentes regies do mundo conhecido, muita atividade intelectual e pesquisa cientfica aconteceram. Na Espanha rabe-muulmana, por exemplo, quando o restante da Europa ava pela assim chamada era das trevas, cidades como Sevilha, Crdoba e Granada, sob a proteo dos califas rabes, tornaram-se importantes centros de progresso cultural e cientfico. reas de conhecimento como filosofia, medicina, matemtica e astronomia se desenvolveram a ponto de se tornarem a principal fonte de conhecimento para os europeus por sculos (Hamada, 1990, p. 118).
No sem razo que o presidente norte-americano Barack Obama, ao visitar o Cairo anos atrs, disse que os rabes carregaram a tocha do conhecimento, pavimentando o caminho para o Renascimento e o Iluminismo europeus por sua capacidade de inovar nos campos da lgebra, nos instrumentos de navegao, na tipografia, na medicina, na arquitetura... (Magnoli, 2009)5.
Contudo, existe um detalhe importante que normalmente no mencionado: o Renascimento rabe-islmico, que contribuiu indiretamente para o Renascimento europeu, teve o importante envolvimento de acadmicos cristos ortodoxos do Egito, da Sria e da Mesopotmia. Nos primeiros sculos, diz Jenkins,
Esse desenvolvimento cultural era normalmente cristo e judaico, em vez de muulmano. Foram os cristos nestorianos, jacobitas, ortodoxos e outros que preservaram e traduziram a herana cultural do mundo antigo... Grande parte daquilo que chamamos de academicismo rabe foi, na verdade, siraco, persa e copta, e no necessariamente muulmano... Acadmicos cristos de fala siraca trouxeram as obras de Aristteles ao mundo muulmano... (Jenkins, 2008, p. 18)
Assim como aconteceu na Sria, depois de os rabes terem conquistado a Prsia em 637, os lderes muulmanos permitiram que a Igreja Ortodoxa do Oriente continuasse como uma comunidade religiosa distinta, sob a proteo dos califas. Assim, alm de Antioquia e Edessa, que eram importantes centros cristos para a disseminao do conhecimento na Sria, o cristianismo tambm havia criado razes fortes em cidades como Nsibis, Jundishapur, Basra, Mosul e Kirkuk, no Iraque, que influenciaram grandemente a formao social e cultural da cultura islmica. At mesmo Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein era um centro cristo vibrante vrios sculos aps a chegada do isl (Jenkins, p. 6).
Durante vrios sculos antes da chegada do isl, os cristos ortodoxos na Sria e na Prsia haviam cultivado conhecimento por meio de escolas e mosteiros. Assim, quando chegaram, os rabes muulmanos encontraram um sistema de educao que j estava em funcionamento, assim como secretrios, mdicos e tradutores cristos que foram usados para servir ao estado (Khalil Samir, 2005, p. 500).
Dessa forma, com o ar do tempo, quando a Casa da Sabedoria foi fundada em 830 em Bagd por lderes muulmanos, um mdico cristo siraco oriental tornou-se o principal tradutor (Khalil Samir, p. 505).
Ainda no sculo VI e continuando at o incio da dinastia abssida, a maior parte das obras de Aristteles e de seus intrpretes foram traduzidas para o siraco... Quando o grande movimento de traduo para o rabe foi lanado, no incio do sculo IX, os cristos siracos traduziram essas obras para o rabe... (Khalil Samir, p. 512)
No foi sem razo que o reconhecido filsofo rabe muulmano al-Kindi (m. 874), ao falar da contribuio dos acadmicos cristos, disse que se eles no tivessem existido, nunca teramos sido capazes, ainda que dedicssemos todo nosso tempo pesquisa rigorosa, de chegar a esses princpios genunos primrios, em virtude dos quais pudemos deduzir as derradeiras concluses de nossos mais abstrusos pesquisadores (Khalil Samir, p. 503).
Portanto, os cristos ortodoxos fizeram uma notvel contribuio para o desenvolvimento do Renascimento Islmico, ainda que os muulmanos e os acadmicos seculares no reconheam isso prontamente.
Marcos Amado pastor, missionrio da SEPAL e diretor para a Amrica Latina do Movimento Lausanne. Atualmente coordena os esforos para o desenvolvimento do Centro de Reflexo Missiolgica Martureo.
NOTAS
1. Encyclopdia Britannica Online, s. v. Ghassan, ado em 15 de outubro de 2014, <http://www.britannica.com/EBchecked/topic/232483/Ghassan>.
2. De acordo com Yusuf Ali, eles foram perseguidos por Zu-Nuwas, um judeu por religio, que era o rei do Imen. (ALI, Abdullah Yusuf. The Holy Qur"an Translation and Commentary. Durban: Islamic Propagation Centre International, 1946, p. 1714.)
3. Encyclopdia Britannica Online, s. v. Lakhmid Dynasty, ado em 14 de outubro de 2014,
<http://www.britannica.com/EBchecked/topic/328265/Lakhmid-Dynasty>.
4. Encyclopdia Britannica Online, s. v. al-Hirah, ado em 27 de setembro de 2014, <http://www.britannica.com/EBchecked/topic/266750/al-Hira>.
5. Demetrio Magnoli, Barack Contra a Jihad, O Estado de So Paulo, 11 de julho de 2009.
BIBLIOGRAFIA
Griffith, S. H. (2008). The Church in the shadow of the Mosque - Christians and Muslims in the World of Islam. Princeton: Princeton University Press.
Hamada, L. B. (1990). Understanding the Arab World. Nashville, Tennessee: Thomas Nelson.
Hazim, P. I. I. (2005). Christianity in the Umayyad Era (661-750). In H. Badr (Ed.), Christianity - A history in the Middle East. Beirut: Middle East Council of Churches.
Jenkins, P. (2008). The lost history of Christianity : the thousand-year golden age of the Church in the Middle East, Africa and Asia - and how it died (1st ed.). New York ; Oxford: Lion.
Khalil Samir, S. (2005). The role of Christians in the Abbasid Renaissance in Iraq and in Syria (750 - 1050). In H. Badr (Ed.), Christianity: a history in the Middle East (pp. 495-529). Lebanon: Middle East Council of Churches.
Magnoli, D. (2009, July 11). Barack contra a jihad. O Estado de So Paulo, p. A2.
Power, B. (2013). Engaging Islamic traditions - Using the Hadith in Christian ministry to Muslims.
Saka, S. I. (2005). The West Syriacs. In H. Badr (Ed.), Christianity: a history in the Middle East (pp. 235-253). Beirut: Middle East Council of Churches.
Shahid, I. (2005). Arab Christianity before the rise of Islam. In H. Badr (Ed.), Christianity: a history in the Middle East (pp. 435-451). Beirut: Middle East Council of Churches.
1. O cristianismo rabe antes do surgimento do isl
O texto a seguir est baseado principalmente em artigos escritos por pesquisadores cristos rabes. Portanto, apresenta uma perspectiva que raramente levada em considerao pelos cristos ocidentais.
No sculo VII, os muulmanos rabes deixaram a Pennsula Arbica e deram incio conquista do Oriente Mdio e do norte da frica. Contudo, a maioria dos evanglicos brasileiros pressupe que o cristianismo teve pouco, ou quase nenhum contato com as tribos rabes antes do surgimento do isl e, de acordo com essa linha de pensamento, essa uma das razes pelas quais os rabes to prontamente aceitaram o isl. Uma segunda pressuposio comum a de que antes do surgimento do isl, os rabes estavam limitados apenas Pennsula Arbica. Contudo, ambas as pressuposies so incorretas. Os trs sculos que se aram antes do surgimento do isl no sculo VII, diz Shahid, foram o perodo de ouro do cristianismo rabe (Shahid, 2005, p. 435) e, como veremos mais adiante, os cristos rabes habitavam tanto a Pennsula Arbica quanto a Sria e a Mesopotmia.
Para entender plenamente a influncia dos cristos rabes no Oriente Mdio antes da chegada do isl, importante mencionar que as tribos rabes viviam em ambos os lados das fronteiras de dois grandes imprios da poca: o Imprio Romano cristo (bizantino) e o Imprio Persa zoroastrista (sassnida).
J no ano 200 d.C. existem relatos da converso do lder rabe Abgar, rei de Edessa, na provncia romana da Sria. Isso lhe deu a honra de ser o primeiro governante da histria a se converter ao cristianismo, o que, por sua vez, deu a Edessa o ttulo de primeiro estado cristo da histria (Shahid, p. 435). Por fim, Edessa tornou-se conhecida, por sculos, como um dos maiores centros do cristianismo siraco, rivalizando em importncia com Antioquia.
Grupos rabes que comearam a se mover da Pennsula Arbica para o territrio bizantino se estabeleceram na Sria e fizeram tratados com Bizncio. Por fim, tornaram-se cristos, mas mantiveram sua identidade rabe. Entre os aliados rabes de Bizncio, trs grupos se destacaram antes do surgimento do isl:
Os tanuquidas, que tinham sua base na parte norte da Sria. No sculo IV, eles possuam uma rainha rabe crist chamada Mavia, que era de convico calcedonense. Ela exigiu que houvesse um bispo rabe para seu povo. Seu desejo foi concedido, e um eremita chamado Moiss tornou-se bispo. O bispo Moiss reconhecido como um santo da Igreja Universal (Shahid, p. 437).
Os saliidas sucederam os tanuquidas na posio de principal grupo rabe no norte da Sria e tambm eram de tradio calcedonense. Seu rei mais importante, Dawuud, tornou-se monge e construiu um mosteiro famoso que sobreviveu durante o perodo islmico (Ibid.).
Os gassnidas, no sculo VI, tornaram-se o grupo rabe cristo mais importante, ofuscando todos os outros. Jabiya era sua capital e, diferentemente dos outros dois grupos mencionados, eram monofisitas. Jac Baradeu era o bispo dos gassnidas, tendo a Igreja Monofisita da Sria o nome de jacobita em funo dele (Ibid.). Todavia, no sculo VI eles apoiaram o Imprio Bizantino Calcedonense contra os persas. Devido ao seu apoio, em 529 d.C o imperador Justiniano concedeu o ttulo de patricius a seu rei, al-Harith ibn Jabalah, que reinou de 529 a 569 d.C.1
Alm da Sria, o cristianismo tambm alcanou os rabes da Pennsula Arbica antes do surgimento do isl. Os Nestorianos da Mesopotmia tiveram um papel importante na disseminao do Evangelho nas partes orientais da Arbia.
Do outro lado da pennsula, a Arbia Ocidental tinha importantes centros urbanos: Medina (Yathrib), Meca e Najran, sendo que todas elas faziam parte da rota das especiarias. rabes e judeus j habitavam Medina quando a tribo rabe Azd chegou cidade e praticamente certo que as tribos rabes Azd de al-Aws e Al-Khazraj devessem aos gassnidas qualquer tipo de cristianismo que tenha chegado at eles (Shahid, p. 445).
Meca, que era um importante centro de peregrinao para as tribos rabes politestas da regio ao redor, tambm tinha presena de cristos, embora possivelmente no em grande nmero. Alguns dos aspectos que atestam a presena deles na cidade so, por exemplo, a existncia, naquele tempo, de um cemitrio cristo, do Santurio de Maria e at mesmo imagens de Jesus e Maria dentro da Caaba, sem mencionar o fato de que na rota de peregrinao pr-islmica havia a estao do cristo (Shahid, p. 445). Ainda que esses sejam elementos importantes quando se tenta descobrir a presena de cristos em Meca antes do advento do isl, pelo menos uma pessoa importante deve ser mencionada: Waraqa ibn Nawfal, primo de Khedija, a primeira esposa de Maom. Diz-se que ele foi um cristo que at mesmo incentivou Maom a continuar buscando as revelaes que ele estava recebendo, pois, na opinio dele, elas vinham de Deus.
Najran, na parte sudoeste da Pennsula Arbica (bem prximo do que hoje a fronteira com o Imen) era o mais importante centro de cristianismo na Arbia antes do surgimento do isl. Diferentemente de Medina, que tinha uma mistura de rabes e judeus, Najran era uma cidade puramente rabe. Foi no sculo V que uma verso monofisita de cristianismo se destacou na regio, at mesmo recebendo seu prprio bispo por volta do ano 500. Perto do ano 520, os cristos de Najran foram perseguidos2 e cerca de 300 deles foram mortos. O Imprio Bizantino e a Etipia retaliaram a matana, o que deu fora consolidao do cristianismo na regio sul da Arbia. Os que morreram foram considerados mrtires e foram canonizados pela Igreja.
Um evento importante, relacionado aos cristos de Najran, mencionado no Hadith de Bukhari:
O Hadith descreve a interao entre Maom e a delegao crist que foi a Najran. Um nmero muito maior de detalhes sobre esse encontro fornecido na biografia anterior, a Sirat Rasūl Allah, que foi compilada por Ibn Ishaq e editada por Ibn Hisham. A partir desse texto aprendemos que sessenta cavaleiros vieram, que a conversa durou vrios dias e que aconteceram srias discusses teolgicas. Cada lado procurou apresentar seu prprio ponto de vista e ouvir as rplicas do outro (Power, 2013, p. 129).
Finalmente, na Arbia do Sul (Imen) havia os himiaritas, que receberam seu cristianismo de cristos vindos da Etipia, do Imprio Bizantino e da Mesopotmia (Shahid, p. 447). Em 570, um exrcito dessa regio marchou numa tentativa fracassada contra Meca, o que foi uma expresso de rivalidade entre os dois centros religiosos na Arbia Ocidental Meca com sua Caaba pr-islmica e uma religio sincretista, e as cidades crists no sul da Arbia, em Najran e em Sana (Shahid, p. 447).
Um ltimo exemplo deve ser mencionado em relao ao cristianismo rabe antes do advento do isl: a tribo crist rabe dos lacmidas, da antiga cidade mesopotmica de al-Hirah3, hoje no sul do Iraque. Os lacmidas eram conhecidos por sua poesia, assim como por sua intensa atividade intelectual em outras reas. O pico de sua influncia aconteceu no sculo VI. Acredita-se que a escrita rabe se desenvolveu em al-Hirah. Como sede de um bispado de cristos nestorianos, al-Hirah exerceu forte influncia sobre a vida religiosa do oriente, ajudando o monotesmo cristo a penetrar na Pennsula Arbica4. Um de seus reis, Numan III (morto em 602), era um cristo nestoriano. Eles apoiaram o Imprio Persa contra Bizncio.
Dessa forma, a partir desses poucos exemplos, pode ser claramente visto que o cristianismo j havia alcanado muitas tribos e cidades rabes antes do surgimento do isl, principalmente entre os sculos IV e VI, e que eles no estavam confinados aos limites da Pennsula Arbica.

2. A convivncia entre muulmanos e cristos
O que normalmente se acredita no ocidente em relao conquista rabe-muulmana da Sria, Mesopotmia e norte da frica que os rabes vieram com sua espada e ameaaram matar todo cristo que encontrassem pelo caminho se ele no se convertesse ao isl. Contudo, esse no exatamente o retrato que surge quando se analisa mais atentamente o que a histria diz sobre esse acontecimento.
poca do surgimento do isl os imprios bizantino e persa j haviam enfrentado sculos de guerras constantes entre si, levando-os ao ponto da exausto econmica e militar. Outro fator importante foram os cismas sofridos pela Igreja, culminando em trs ramos diferentes do cristianismo ortodoxo.
Como resultado dessa diviso, o Imprio Bizantino, que era pr-calcedonense, perseguiu ferozmente os cristos de outras convices que habitavam a Sria e o Egito por conta de diferenas doutrinrias, mas at mesmo os cristos calcedonenses da regio sofreram por causa dos altos impostos colocados sobre calcedonense e no-calcedonenses.
Durante os sculos anteriores chegada do isl, a Sria que estava debaixo do controle do Imprio Bizantino recebeu um afluxo de vrias tribos rabes, e o rabe clssico comeou lentamente a surgir como um idioma comum entre os rabes da regio (Hazim, 2005, p. 473). Consequentemente, quando o exrcito rabe, motivado pelos ensinamentos de Maom, chegou regio, a populao local j estava, havia vrios anos, interagindo com os rabes e seu idioma.
Assim, temos aqui a tempestade perfeita, uma combinao explosiva de fatores sociais, econmicos e religiosos que criaram as condies para uma mudana significativa.
Depois de vencer seus novos sditos na (ex) provncia romana da Sria, inicialmente os muulmanos rabes, em boa parte dos casos, trataram seus novos sditos com temperana, oferecendo alianas de proteo razoveis populao amplamente crist da Sria e, contanto que os cristos pagassem impostos pessoais (al-jizya), poderiam manter suas propriedades, sua religio e seus templos (Hazim, p. 475). Ao perceber que os muulmanos rabes respeitavam suas alianas, os cristos tornaram-se oponentes do Imprio Bizantino.
Os siracos deram boas-vindas chegada dos muulmanos rabes e os receberam como libertadores do pas, dando ao califa Umar Ibn al-Khattab o nome de Forugq, um epteto siraco que significa resgatador e salvador, porque ele os salvou do governo dos persas e dos gregos bizantinos. (Saka, 2005, p. 242)
Os governantes rabes permitiram aos cristos manter posies importantes dentro da istrao (Hazim, p. 482), e a Sria manteve seu carter cristo at o final da era omada (Hazim, p. 486), que terminou por volta do ano 750 d.C.
Essa nova realidade, longe de enfraquecer a igreja, deu incio a uma era de paz e fortalecimento da Igreja Siraca, levando-a a uma melhor organizao e renovao intelectual. Para Saka, isso se deveu ao fato de que os muulmanos rabes os cercaram de segurana e protegeram os direitos deles com alianas e pactos (p. 242).
A Igreja floresceu, as dioceses ficaram maiores e os bispados pertencentes ao patriarcado srio-antioquense cresceram, incluindo as sedes do Vicariato Patriarcal do Oriente que inclua mais de 160 sedes. O patriarca Dionsio de Tell-Mahre consagrou 99 bispos, os mosteiros eram prsperos e se contavam s centenas, cheios de milhares de monges. Grandes igrejas foram construdas em todas as partes do imprio. (Saka, p. 242)
Um lder da igreja na poca da conquista islmica da Sria e da Mesopotmia, ao comparar os novos senhores com os do Imprio Bizantino, disse que os muulmanos no se opam ao cristianismo, mas elogiaram nossa f, honraram os sacerdotes e santos de nosso Senhor e deram ajuda s igrejas e mosteiros (Griffith, 2008, p. 27).
Tudo isso no significa que no ocorreram problemas entre cristos e muulmanos poca da conquista. Contudo, qualquer crtica que for feita ter de levar em conta o fato de que, pelo menos no primeiro sculo do surgimento do isl, as relaes entre cristos e muulmanos eram menos conturbadas do que tendemos a acreditar, apesar de que nos dias de hoje no podemos negar a grande hostilidade de certos grupos muulmanos em relao aos cristos.
3. A contribuio dos cristos ortodoxos para a renascena islmica
Os rabes muulmanos tm muito orgulho da contribuio que deram disseminao do conhecimento por toda a sia, Oriente Mdio, norte da frica e Europa durante os anos de ouro da civilizao islmica, e justo que assim se sintam.
medida que o Imprio rabe se espalhou para as diferentes regies do mundo conhecido, muita atividade intelectual e pesquisa cientfica aconteceram. Na Espanha rabe-muulmana, por exemplo, quando o restante da Europa ava pela assim chamada era das trevas, cidades como Sevilha, Crdoba e Granada, sob a proteo dos califas rabes, tornaram-se importantes centros de progresso cultural e cientfico. reas de conhecimento como filosofia, medicina, matemtica e astronomia se desenvolveram a ponto de se tornarem a principal fonte de conhecimento para os europeus por sculos (Hamada, 1990, p. 118).
No sem razo que o presidente norte-americano Barack Obama, ao visitar o Cairo anos atrs, disse que os rabes carregaram a tocha do conhecimento, pavimentando o caminho para o Renascimento e o Iluminismo europeus por sua capacidade de inovar nos campos da lgebra, nos instrumentos de navegao, na tipografia, na medicina, na arquitetura... (Magnoli, 2009)5.
Contudo, existe um detalhe importante que normalmente no mencionado: o Renascimento rabe-islmico, que contribuiu indiretamente para o Renascimento europeu, teve o importante envolvimento de acadmicos cristos ortodoxos do Egito, da Sria e da Mesopotmia. Nos primeiros sculos, diz Jenkins,
Esse desenvolvimento cultural era normalmente cristo e judaico, em vez de muulmano. Foram os cristos nestorianos, jacobitas, ortodoxos e outros que preservaram e traduziram a herana cultural do mundo antigo... Grande parte daquilo que chamamos de academicismo rabe foi, na verdade, siraco, persa e copta, e no necessariamente muulmano... Acadmicos cristos de fala siraca trouxeram as obras de Aristteles ao mundo muulmano... (Jenkins, 2008, p. 18)
Assim como aconteceu na Sria, depois de os rabes terem conquistado a Prsia em 637, os lderes muulmanos permitiram que a Igreja Ortodoxa do Oriente continuasse como uma comunidade religiosa distinta, sob a proteo dos califas. Assim, alm de Antioquia e Edessa, que eram importantes centros cristos para a disseminao do conhecimento na Sria, o cristianismo tambm havia criado razes fortes em cidades como Nsibis, Jundishapur, Basra, Mosul e Kirkuk, no Iraque, que influenciaram grandemente a formao social e cultural da cultura islmica. At mesmo Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein era um centro cristo vibrante vrios sculos aps a chegada do isl (Jenkins, p. 6).
Durante vrios sculos antes da chegada do isl, os cristos ortodoxos na Sria e na Prsia haviam cultivado conhecimento por meio de escolas e mosteiros. Assim, quando chegaram, os rabes muulmanos encontraram um sistema de educao que j estava em funcionamento, assim como secretrios, mdicos e tradutores cristos que foram usados para servir ao estado (Khalil Samir, 2005, p. 500).
Dessa forma, com o ar do tempo, quando a Casa da Sabedoria foi fundada em 830 em Bagd por lderes muulmanos, um mdico cristo siraco oriental tornou-se o principal tradutor (Khalil Samir, p. 505).
Ainda no sculo VI e continuando at o incio da dinastia abssida, a maior parte das obras de Aristteles e de seus intrpretes foram traduzidas para o siraco... Quando o grande movimento de traduo para o rabe foi lanado, no incio do sculo IX, os cristos siracos traduziram essas obras para o rabe... (Khalil Samir, p. 512)
No foi sem razo que o reconhecido filsofo rabe muulmano al-Kindi (m. 874), ao falar da contribuio dos acadmicos cristos, disse que se eles no tivessem existido, nunca teramos sido capazes, ainda que dedicssemos todo nosso tempo pesquisa rigorosa, de chegar a esses princpios genunos primrios, em virtude dos quais pudemos deduzir as derradeiras concluses de nossos mais abstrusos pesquisadores (Khalil Samir, p. 503).
Portanto, os cristos ortodoxos fizeram uma notvel contribuio para o desenvolvimento do Renascimento Islmico, ainda que os muulmanos e os acadmicos seculares no reconheam isso prontamente.
Marcos Amado pastor, missionrio da SEPAL e diretor para a Amrica Latina do Movimento Lausanne. Atualmente coordena os esforos para o desenvolvimento do Centro de Reflexo Missiolgica Martureo.
NOTAS
1. Encyclopdia Britannica Online, s. v. Ghassan, ado em 15 de outubro de 2014, <http://www.britannica.com/EBchecked/topic/232483/Ghassan>.
2. De acordo com Yusuf Ali, eles foram perseguidos por Zu-Nuwas, um judeu por religio, que era o rei do Imen. (ALI, Abdullah Yusuf. The Holy Qur"an Translation and Commentary. Durban: Islamic Propagation Centre International, 1946, p. 1714.)
3. Encyclopdia Britannica Online, s. v. Lakhmid Dynasty, ado em 14 de outubro de 2014,
<http://www.britannica.com/EBchecked/topic/328265/Lakhmid-Dynasty>.
4. Encyclopdia Britannica Online, s. v. al-Hirah, ado em 27 de setembro de 2014, <http://www.britannica.com/EBchecked/topic/266750/al-Hira>.
5. Demetrio Magnoli, Barack Contra a Jihad, O Estado de So Paulo, 11 de julho de 2009.
BIBLIOGRAFIA
Griffith, S. H. (2008). The Church in the shadow of the Mosque - Christians and Muslims in the World of Islam. Princeton: Princeton University Press.
Hamada, L. B. (1990). Understanding the Arab World. Nashville, Tennessee: Thomas Nelson.
Hazim, P. I. I. (2005). Christianity in the Umayyad Era (661-750). In H. Badr (Ed.), Christianity - A history in the Middle East. Beirut: Middle East Council of Churches.
Jenkins, P. (2008). The lost history of Christianity : the thousand-year golden age of the Church in the Middle East, Africa and Asia - and how it died (1st ed.). New York ; Oxford: Lion.
Khalil Samir, S. (2005). The role of Christians in the Abbasid Renaissance in Iraq and in Syria (750 - 1050). In H. Badr (Ed.), Christianity: a history in the Middle East (pp. 495-529). Lebanon: Middle East Council of Churches.
Magnoli, D. (2009, July 11). Barack contra a jihad. O Estado de So Paulo, p. A2.
Power, B. (2013). Engaging Islamic traditions - Using the Hadith in Christian ministry to Muslims.
Saka, S. I. (2005). The West Syriacs. In H. Badr (Ed.), Christianity: a history in the Middle East (pp. 235-253). Beirut: Middle East Council of Churches.
Shahid, I. (2005). Arab Christianity before the rise of Islam. In H. Badr (Ed.), Christianity: a history in the Middle East (pp. 435-451). Beirut: Middle East Council of Churches.
02 de janeiro de 2018
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