Jesus no centro da misso 5f6y6n

O 10 Encontro Renas entre os dias 24 a 26 de setembro foi oportunidade de reunir diversas organizaes, igrejas e indivduos engajados em projetos e aes sociais de assistncia, preveno e conscientizao na perspectiva da misso integral. O local, Vale da Bno, em Araariguama, SP, um ambiente inspirador e motivador para a reflexo da misso, e para ser realmente abenoados.

O Encontro se props a refletir sobre Seguir a Jesus, por meio do ver, sentir e agir. O ambiente foi de reflexo, troca de experincias e testemunhos de aes que esto dando certo. Valdir Steuernagel, Ziel Machado e Ageu Lisboa nos ajudaram a ver, indicando por meio da reflexo bblica o caminho para a nossa ao. Foram momentos preciosos de reflexo sobre as Escrituras e, particularmente, a ao e chamado de Jesus. Eduardo Nunes, Ronilso Pacheco da Silva e Silvia Kivitz nos provocaram a sentir a situao da criana, do jovem e do idoso por meio de uma anlise da realidade.

Dessa reflexo, destaco alguns aspectos bblicos e teolgicos que no s marcaram o Encontro durante esses dias como tambm marcam a caminhada das organizaes e daquelas pessoas que acreditam e esto praticando a misso integral.

A centralidade de Jesus na misso
O primeiro aspecto que destaco e que foi enfatizado em todas as falas a centralidade de Jesus na misso. Jesus quem nos chama e nos acolhe. Ento, se a misso se define pelo compromisso de seguir a Jesus, nossa ao precisa necessariamente ser inspirada e moldada em Jesus. So nos gestos, palavras e atos de Jesus que encontramos o modelo para nossa misso. tambm Jesus, Salvador e Senhor, que transforma no s a vida do indivduo, mas a realidade social.

Seguir a Jesus no se resume a um ato de converso, isto , do arrependimento e f em Jesus como o Cristo, o Filho de Deus, e aceitao do seu reino. Seguir a Jesus significa tambm aceitar o seu chamado para nos tornar pescadores de homens. Ento, o chamado de Jesus que nos constrange a agir e a pessoa e o ministrio de Jesus que servem de parmetro para a misso integral. importante destacar esse aspecto especialmente diante dos mais cticos que acham que a misso integral se resume a uma forma de assistencialismo e ao social, sem a devida importncia ao evangelho de Jesus. Pelo contrrio, fica evidente, no s pelas reflexes bblicas como tambm pelos testemunhos das organizaes, a supremacia de Jesus como Senhor da misso e do chamado a amparar e socorrer os necessitados. justamente o compromisso de seguir a Jesus, de levar a srio o chamado para propagar o evangelho por meio da proclamao e de aes de compaixo que nos move misso. Os testemunhos das organizaes demonstram que a transformao nas condies sociais, educacionais, econmicas e de sade das pessoas ocorrem pelo evangelho de justia e compaixo de Jesus.

Isso significa que a partir de nossa vida com Jesus no podemos olhar para o sofrimento humano, a injustia e as desigualdades e ar de largo como o levita ou sacerdote diante daquele que fora atacado por bandidos no caminho de Jerusalm. Aceitar Jesus e levar a srio o chamado de Jesus implica necessariamente a nos comovermos pelo sofrimento humano.

Olhar a realidade
Percebeu-se tambm, tanto na fala do Valdir quanto do Ziel, a importncia do modo de olharmos a realidade. Valdir destacou que o lugar em que estamos determina o que enxergamos. E Ziel observou que o que vemos determina como agimos, por isso, essencial perguntar a respeito de qu ou quem educa nossos olhos. preciso educar nossos olhos a enxergar a realidade como Jesus a enxerga. a leitura dos ensinos de Jesus sobre o seu reino de justia e compaixo que educar nossos olhos para enxergar as pessoas e a sociedade na perspectiva de Jesus.

Na orao que Jesus ensinou aos discpulos, suplicamos no incio: venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como nos cus. A vinda do reino est associada manifestao da vontade de Deus. Portanto, onde a vontade de Deus realizada, ali o reino se manifesta. E fazer a vontade de Deus obedecer ao chamado de Jesus para colocar em primeiro lugar a justia e o reino. Isso implica revermos nossos valores. Trocarmos algumas lentes que utilizamos para enxergar a realidade. Somos frequentemente movidos pelas lentes do consumismo e materialismo. Infelizmente, isso que frequentemente move at mesmo a igreja e os cristos.

Trabalho em redes
Um aspecto singular de RENAS o conceito de trabalho em redes. Isso se inspira no s nas formas contemporneas de cooperao social, mas no prprio chamado de Jesus a alguns pescadores s margens do mar da Galileia na Palestina. Essa forma de trabalho destaca ainda mais o fato de que como indivduos e como organizaes sociais somos pescadores. No somos proprietrios da misso, somos agentes. Como agentes precisamos de trabalhar com outros. No s a troca de experincias, mas a cooperao entre entidades fortalece nossa luta contra problemas comuns. Isso lembra a preocupao dos discpulos quando voltaram de uma misso e contaram a Jesus que outros estavam tambm curando no nome de Jesus. Diante disso, Jesus os orientou a pensar que quem no est contra ns a favor de ns. Isto , no h exclusivismo na misso. Nossa tarefa proclamar o reino de Jesus. Por isso, podemos e devemos trabalhar em cooperao. Isso destaca ainda mais o senhorio de Jesus.

Os relatos das organizaes so praticamente unnimes. Partindo de uma realidade ou problema social, um indivduo ou grupo de pessoas se sensibilizam e impulsionados ao chamado de Jesus misso, se mobilizam e agem para o enfrentamento daquela situao. Os resultados so consequncias.

Vi no 10 Encontro pessoas comprometidas com o evangelho do reino de Deus. A cada relato fico impressionado com os lugares (geogrficos e sociais) em que o reino se manifesta por meio de pessoas, de organizaes e de igrejas que abraam um desafio e manifestam a compaixo e justia de Jesus. Fico tambm tocado pela paixo dessas pessoas por proclamar o reino por meio de atos de compaixo.

Nota do editor: A Ultimato umas das promotoras do Encontro RENAS e estamos na rede desde sua fundao em 2003.

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Foto: Esquete sobre redes no Encontro RENAS / Foto: Dan Bianchi