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Opinio 3pp3w

Jeremias: esperana em tempos de caos 3f1z32

Por Christian Gillis

*Artigo publicado originalmente na edio 390 da revista Ultimato.

O profeta Jeremias viveu dias em que tudo que parecia slido estava se desmanchando diante dos olhos dos israelitas. A perda da terra, a destruio do templo, a falta de colheitas, o colapso da organizao social e poltica, as mortes por peste, fome e guerra, o exlio de milhares de compatriotas. Todas as referncias do que parecia ser constante e significava lar, casa, cho e proteo foram dissolvidas; a insegurana tomou a mente e o corao do povo.

Um n se instalou na cabea dos judeus e muitos questionamentos brotaram na alma do povo: como tudo isso poderia acontecer aos que tinham as promessas, ao povo que mantinha o templo e cultuava continuamente com belas liturgias e sacrifcios? nesse contexto de decadncia e runa do reino de Jud que Deus levanta Jeremias como seu porta-voz, para revelar o diagnstico da situao, mas principalmente para indicar os caminhos a seguir e sobreviver crise.

Jeremias , mais que tudo, o profeta que quer trazer memria o que pode dar esperana em meio devastao. Embora sua mensagem inicie com a difcil constatao da derrocada de Israel do Sul, seu propsito apontar para as sadas providenciadas por Deus, para a continuidade e os desenvolvimentos da histria da salvao. Deus tem bons pensamentos e bons propsitos para a humanidade.

O incio do ministrio proftico do jovem Jeremias se deu durante o reinado de Josias (640609 a.C.), ltimo rei de Jud que buscou servir a Deus. Josias havia promovido melhorias no templo, reformas no culto, e celebrado a Pscoa, e em seus dias a Lei foi redescoberta e anunciada ao povo. Apesar da aprovao e do endosso a tais reformas, Jeremias percebeu que elas eram superficiais, vindas do monarca para o povo, e que seus efeitos no seriam duradouros, pois o corao da populao em geral estava distante de Deus. A adorao no templo era apenas esttica; no dia a dia a alma dos israelitas estava mesmo voltada para os dolos e deuses da fertilidade.

Os reis que governaram em seguida (Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias: 609586 a.C., ano em que Jerusalm foi destruda pelos babilnios) fizeram o que era mau perante os olhos do Senhor. Diante da catstrofe iminente, Jeremias fez duros alertas convocando converso, na expectativa de que houvesse arrependimento nacional e a tragdia ainda pudesse ser evitada. Mas tanto o povo como os lderes polticos (reis e seus ministros) e religiosos (sacerdotes e profetas) resistiram mensagem proftica e, obstinados, optaram deliberadamente pela idolatria e pela quebra dos mandamentos da aliana, por perpetuar a violncia, a injustia, a opresso e manter as desigualdades sociais.

Convicto da invaso do pas, da devastao das cidades, da desolao do templo, da captura e deportao do povo, da deposio da dinastia real, Jeremias ou a agir para salvar o maior nmero possvel de pessoas. Suas mensagens repletas de imagens vvidas e dramatizao avisavam do perigo imediato, mas tambm visavam orientar e encaminhar o povo para se proteger, de modo que sobrevivesse conjuntura do desterro.

Jeremias, mais que anunciar desgraas, preocupou-se em discernir a sada das runas e dos escombros, em comunicar e apontar os caminhos futuros para depois da crise. Suas principais nfases garantiam que Deus, por mais difcil que fosse o contexto, no abandonaria seus propsitos redentores nem suas promessas de bno e salvao.

Vislumbrando o cenrio posterior crise do cativeiro babilnico, Jeremias percebeu e anunciou que Deus preservaria um remanescente do povo a partir do qual seus planos teriam continuidade e desenvolvimento e suas promessas, cumprimento cabal. Por meio de discursos e escritos, Jeremias procurou levantar os olhos do povo, faz-lo olhar para o futuro, para os dias vindouros, para o tempo da restaurao, o tempo em que o Senhor estabeleceria uma nova aliana, que iria muito alm dos termos da antiga aliana, mediada por Moiss; uma aliana eterna e universal, mediada por um legtimo descendente de Davi (Jr 33.15-16), aliana que concederia perdo de pecados e uma profunda experincia de renovao das perspectivas, da mente e do corao (Jr 31.31-34).

Usando a chave de leitura proposta por Paulo para abordar o Primeiro Testamento, considerando que tudo o que no ado foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que [...] tenhamos esperana (Rm 15.4), h muita inspirao na volumosa obra de Jeremias para o momento que vivemos.

O profeta, ao registrar meticulosamente sua relao com os reis de ento, inspira a postura que os servos de Deus devem ter em relao aos governos e esfera poltica. Jeremias, ao mesmo tempo que estava atento e ciente do que acontecia no ambiente pblico, manteve-se apropriadamente distante do envolvimento poltico, diferentemente de muitos sacerdotes e profetas que se enredaram nos meandros do poder e de interesses vos. Seu distanciamento adequado possibilitou a denncia de governos que no tomavam medidas necessrias para cuidar do povo e proteger a vida da populao.

Jeremias tambm indica a necessidade contnua de discernir agendas ocultas que movem alguns sacerdotes e profetas dissimulados que buscam a associao com o poder poltico, apoiam suas perversidades e induzem o povo a um torpor ideolgico. A leitura de seu livro demonstra claramente como a religio muitas vezes instrumentalizada por governantes, tendo em vista seus interesses efmeros, com a colaborao de sacerdotes que operam o embuste religioso e profetas que falsificam a gravidade da situao.

Por fim, Jeremias ensina que, apesar de reis e governos maus, apesar de lideranas religiosas que perdem de vista os propsitos divinos, apesar do caos e confuso para os quais a histria parece descambar, Deus o Senhor dos Exrcitos, aquele que julga no apenas a Israel, mas todas as naes, todos os governos. Os captulos finais de seu livro destacam o juzo sobre as naes, inclusive sobre o poder imperial da Babilnia, sinalizando que o reinado do Senhor no se abala, seu reino eterno haja o que houver, e que um dia todas as babilnias e seus governantes tero fim. Ento, ainda que estejamos presenciando devastao hoje, mantenhamos a esperana em Deus viva no corao.

Christian Gillis pastor na Igreja Batista da Redeno, em Belo Horizonte, MG.

Imagem: O artista retrata as pedras quebradas de uma cidade outrora bela, grupos de pessoas no horizonte sendo levados para a Babilnia e a pequena figura do profeta, que se perde entre as runas. Ele no tem fora espiritual para olhar a luz da lua. No entanto, sua luz cai sobre ele como um sinal de esperana. Crditos:Albert Soltanov, 2003

>> Confira a edio de julho/agosto da revista Ultimato: O que os profetas diriam?

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Estudo bblico Jeremias: esperana em tempos de caos
Coletnea de devocionais do livro Refeies Dirias com os Profetas Menores

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