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Homens e Deuses 651t20

Des hommes et des dieux uma produo sa de 2010, do diretor Xavier Beauvois, que representou o aclamado cinema daquele pas na disputa do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2011. O filme simplesmente maravilhoso, belo e sensvel como poucos. O ttulo do filme extrado dos Salmos 82.6-7 (nas verses protestantes) e 81.6-7 nas verses catlicas. A verso em francs muito elegante, com a sonoridade elegante daquele idioma primo do nosso: Vous tes des dieux, des fils du Trs-Haut, vous tous. Portant, vous mourrez comme des hommes, comme les princs, tous, vous tomberez. A traduo da Bblia de Jerusalm traz Eu declarei: vs sois deuses, todos vs sois filhos do Altssimo; contudo, morrereis como qualquer homem, caireis como qualquer, prncipes.

O filme baseado em fato verdico: em 1996 no interior da Arglia, que sofria guerra civil, havia um mosteiro cisterciense de monges ses brancos antes de prosseguir, necessrio explicar: os cistercienses brancos so assim chamados por conta de seus hbitos impecavelmente brancos, em contraste com os negros, que usam hbitos de cor preta. Explicao feita, prossigamos: Beauvois habilidoso ao mostrar como os monges convivem harmoniosa e pacificamente com a populao muulmana da aldeia vizinha. Eles aprenderam o rabe, prestam servios mdicos (um dos monges formado em medicina), ajudam na agricultura, enfim, eles exercem misso integral naquele lugarejo. Mas logo terroristas muulmanos radicais chegam, e comeam a perturbar a paz, tanto da populao local, como dos monges. Eles so o alvo perfeito dos terroristas radicais, pois so cristos, estrangeiros, e no qualquer tipo de estrangeiros, mas ses parece que algumas feridas do tempo em que a Arglia era colnia da Frana ainda no cicatrizaram por completo. Albert Camus, que era pied noir, que o diga... A polcia local tambm perturba os monges, acusando-os de serem cmplices dos terroristas. Logo, eles se veem atacados por todos os lados.

A comeam a surgir conflitos. A meu ver, o grande mrito do filme de Beauvois mostrar o que a santidade. Aqueles cistercienses ses so santos, mas o filme retrata a santidade deles sem o menor trao de pieguice. Acho que por isso gostei tanto do filme aprendi que, via de regra, os santos verdadeiros no so piegas. Aprendi tambm que pieguice rima com hipocrisia e maldade. No na gramtica, mas na vida. Por isso, santidade no deve ser confundida com pieguice. Beauvois foi tambm habilidoso ao mostrar que por baixo dos hbitos brancos, h homens de verdade, de carne e osso, com todas as contradies do que significa ser humano. Eles tm medo. Eles discordam entre si. Em um momento, quando os terroristas invadem o mosteiro, o mais velho do grupo se esconde debaixo de uma cama. Ameaados, fazem uma reunio, uma assembleia para decidir o que faro. No chegam a consenso. Um deles se lembra do pai, velhinho na Frana, j com mais de 80, que precisa dos cuidados do filho. Outro diz que seu chamado foi para ser missionrio, no mrtir. Mas eles continuam ali. Na segunda assembleia que realizam, todos resolvem permanecer. E pagaram com a prpria vida sua teimosia.

O filme recente, mas e ser cada vez mais atual. O radicalismo terrorista islmico no d sinais de arrefecer seus nimos. Muito pelo contrrio. Enquanto escrevo estas linhas, o grupo terrorista radical autodenominado Estado Islmico no Iraque e na Sria (a sigla em ingls ISIS) continua expulsando os cristos que esto no Iraque sculos antes do surgimento do Isl e continuam decapitando ocidentais. Tudo indica que esta situao s vai piorar nos prximos anos.

Homens e deuses totalmente diferente dos filmes estadunidenses de ao estilo blockbuster cheios de exploses, piadinhas previsveis, pancadarias, efeitos especiais e enredos que zombam da inteligncia de qualquer mortal. Antes, um filme que muitos podero considerar devagar demais, especialmente as cenas em que os monges entoam seus cantos gregorianos. Mas um filme que desafia, que incomoda, que faz pensar. Um filme que mexe com nosso comodismo. Que mostra como santidade e humanidade rimam na gramtica e na existncia.
professor do Programa de Ps-Graduao em Cincias da Religio da PUC Minas, onde coordena o GPRA Grupo de Pesquisa Religio e Arte.
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