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Opinio 3pp3w

Hermenutica com (mais) propsito: interpretao bblica para hoje 4j2o3

Karl Heinz Kienitz

Hermenutica1 uma disciplina muito abrangente, relevante em reas to diversas como a teologia e a inteligncia artificial. Uma parte da hermenutica tradicional, a hermenutica da Bblia, especialmente importante tambm para a coexistncia produtiva de f crist e cincia. Uma interpretao do texto bblico, seguindo por exemplo os padres dos grandes reformadores, prov slido fundamento cristo para a atividade cientfica, um fundamento, alis, que nucleou a revoluo cientfica ocidental2.

No entanto, grande parte da atual prtica de interpretao bblica tem se desviado daquela dos principais reformadores, que no foram dispensacionalistas, pr-milenaristas, pr-tribulacionistas etc. Foram simplesmente cristocntricos, literais e histricos.

Adotamos o mtodo literal e histrico de interpretao, sim, e vemos com restries uma interpretao devocional da Bblia ao estilo do pietismo, que rotulamos de subjetiva. Por outro lado, nosso meio solo frtil para vertentes triunfalistas com tpicas inconsistncias ps-modernas, pois falhamos na interpretao capaz de alimentar uma vida crist prtica. Falhamos em compatibilizar rigor histrico-literal com propsito devocional. Um exemplo encontra-se nas to debatidas interpretaes dos primeiros captulos da Bblia e de agens escatolgicas, em que prazerosamente articulamos complexas especulaes sobre o ado e o futuro. Ali atolamos, s vezes em meio a conflitos com a cincia, e, o que pior, sem obter algo de valor devocional, valor que muitos am a buscar, com muita f, num inconsistente experiencialismo triunfalista, em fogo estranho.

como se a ns se aplicasse a quarta estrofe da Cano da Noite (Abendlied), um dos mais conhecidos poemas da literatura alem, escrito por Matthias Claudius (1740-1815):

Ns humanos orgulhosos
e pecadores vaidosos
no sabemos muito.
Tecemos teias de ar,
buscamos muitas artes
e do destino continuamos a nos afastar.

Que hermenutica proveria o foco adequado hoje? Considerando especificamente as agens profticas, uma possibilidade o retorno ao enfoque pietista, que no renega o mtodo literal e histrico, mas enfatiza a esperana (e no os detalhes) da segunda vinda de Jesus, proporcionando assim um poderoso eixo motivador para uma vida crist prtica e dinmica.

Enfoque semelhante para o contexto geral apontado por Menno Simons (1496-1562), num texto em que luta pela interpretao de agens bblicas sobre a encarnao. Menno percebe que sua formulao ficou rebuscada, de pouco valor prtico. Diante do problema diz: Certamente reconheo haver muito poucos que podem compreender corretamente este assunto, mesmo aps ouvir sua exposio precisa. Por isto sou do parecer para mim e todos os professores que melhor ensinar o assunto [] aos membros da congregao de forma simples e apostlica visando edificao, amor, consolo, santificao e levando-os a seguir a santa doutrina e a vida de Jesus. Queira Deus dar a todos este mesmo sentimento. No entanto, se houver algum que deseja conhecimento mais profundo, e se lhe for til e seu entendimento suficiente, ento no lhe ser escondido; caso contrrio ser-lhe- dito: 'Aplica-te quilo que te vel e no te ocupes com coisas misteriosas. (Eclesistico 3.22)3,4

Portanto a resposta parece estar numa interpretao e aplicao motivadas pelo propsito de proporcionar edificao, amor, consolo, santificao, pelo desejo de seguir a doutrina e vida de Jesus (e no de algum telogo) e levar outros a fazer o mesmo.

Fico surpreso com a riqueza das lies que podem ser aprendidas com os reformadores e seus sucessores mais prximos. H ali potencial para um potente antdoto contra o inconsistente ps-modernismo evanglico, que se deleita com posies intelectualmente sutis e sofisticadas, tem problemas com a cincia e flerta com um experiencialismo inconsistente.

Notas
1. Hermenutica o conjunto de princpios, leis e mtodos de interpretao, e sua aplicao.
2. L. Haarsma - "Cristianismo como um fundamento para a cincia", disponvel em www.freewebs.com/kienitz/Haarsma_pt.pdf
3. Menno Simon Vollstndige Werke (Obras completas), parte 2, pg. 468, Pathway Publishers, 1971.(disponvel no Google Books em books.google.com/books?id=c2o0L5Dyv5YC&hl=de). O grifo meu.
4. Nesta citao Menno usa uma agem apcrifa, no como palavra de Deus, mas como texto de sabedoria. Ele, Lutero e outros consideravam os apcrifos livros que no so considerados iguais s Sagradas Escrituras, mas mesmo assim de leitura boa e proveitosa (Lutero); chegaram at mesmo a pregar sobre eles.
Tem doutorado em Engenharia Eltrica pela Escola Politcnica Federal de Zurique, Sua. professor de engenharia em So Jos dos Campos (SP). editor do blog F e Cincia.

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