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Notcias 53364p

Famlia acuada pela pobreza e assombrada pela fome conta com a generosidade e amizade de igreja no serto 3e2c35

Por Ray Santana

Manoel Messias da Conceio, 36 anos, casado com Maria Patrcia, de 35. As faces de ambos carregam as expresses de muito trabalho em meio ao castigo do sol de Patos, no serto paraibano.
O casal vive em uma casa de taipa h seis anos com seus quatro filhos: Daiane Patrcia, de 18, e outros trs com 12, 10 e 7 anos de idade. Uma outra filha, de 15 anos, mora com o companheiro no Conjunto dos Sapateiros.
A famlia poderia ser maior se uma gravidez de gmeos de Patrcia no tivesse sido interrompida no sexto ms da gestao, h quatro anos.
Nos ltimos meses, a famlia tem enfrentado srios problemas. Mesmo recebendo o auxlio emergencial oferecido pelo programa Bolsa Famlia, Manoel, Patrcia e os filhos tm ado por momentos de necessidade. Algumas ajudas chegam de pessoas que acompanham a situao deles. Uma dzia de pes aqui, alguns alimentos ali e, assim, eles continuam tentando a sorte.
Outro dia, chegou ao conhecimento da equipe da ACEV (Ao Evanglica) que a famlia cassava camalees na regio para se alimentar. Dias depois, ao chegar no local onde a famlia mora, uma pessoa da equipe ACEV presenciou restos de couro de frango sendo tratados para a alimentao do dia.
Na visita mais recente, em 2 de novembro, as as estavam abertas sobre o fogo a lenha, enquanto o almoo era preparado. Nesse dia havia comida. A casa, destelhada e sob ameaa de vir a baixo, abrigava um colcho velho no cho e um tonel de gua ao canto. A casa foi destelhada para no cair com o peso do teto.
De dia, a famlia se abriga sombra de uma rvore com poucas folhas ou sob a sombra da parede de barro da casa, junto ao cachorro vira-lata.
Se chove, existem duas alternativas: o chiqueiro dos porcos que, por sinal, estava vazio quando uma das equipes da ACEV chegou um abrigo de aproximadamente um metro de altura, ou os canos da adutora que est sendo construda ao lado do terreno da casa. A famlia recorre segunda opo quando o chiqueiro alagado. Esses canos, que ajudam a escapar da gua que corre ao lado, so o smbolo de eminente despejo da famlia do local por causa do novo loteamento de alto renome que surgir ali. Um contraste visvel das desigualdades sociais.
O chefe da casa diz que no se ope a sair do local, desde que possa ir para um outro terreno seguro. No exige uma casa, nem mesmo um grande espao, um local onde possa fazer carvo e juntar o material reciclvel, de onde sai a renda da famlia, seria suficiente. Sem estudo ou qualificao profissional, Manoel acredita ser difcil conseguir encontrar outro trabalho.
Sem carroa prpria, a famlia estava h um ano com uma pequena, e j velha, emprestada. O dono emprestou por uma semana, mas dada a situao, nunca cobrou o veculo de volta.
Com a nova carroa, conquistada atravs de campanha, que Manoel achava que nem fosse acontecer afinal, j existiram muitas promessas ele espera conseguir trabalhar com frete, entregar carvo e catar materiais reciclveis de uma forma mais eficiente.
Enquanto as coisas no melhoram, Manoel diz que "vive como Deus quer". Vive com dignidade e procura se afastar de qualquer possibilidade de atos ilegais.
A famlia at j mudou para uma casa com ajuda social oferecido pelo municpio. Mas o atraso do pagamento do aluguel por dois meses e por causa das ms condies do local com insetos a impossibilidade de continuar fabricando carvo e de armazenar materiais reciclveis para a venda fizeram a famlia retornar ao antigo lar.
ACEV tem apoiado a famlia de Manoel e Patrcia por meio da doao de alimentos e de alguns instrumentos de trabalho e colaborou com uma campanha para a compra da nova carroa para o trabalho da famlia.
Ray Santana, jornalista, assessor de Comunicao da ACEV/ ACEV Social

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