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22 de junho de 2017
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possvel ser grato e fiel sem segundas intenes? 3q58r
PorLuiz Fernando dos Santos
Ser que J no tem razes para temer a Deus? Acaso no puseste uma cerca em volta dele, da famlia dele e de tudo o que ele possui? (J 1:9,10)
O livro de J um dos mais impressionantes, intrigantes e ricos de todo o Antigo Testamento, sem falar tambm que uma prola da literatura.
Como todo livro do gnero sapiencial, o livro de J possui uma mensagem de prtica aplicao a situaes concretas da vida, ou nos fornece uma chave de interpretao para eventos aparentemente desconexos de nossa existncia. No caso de J, alm destes dois fatores, a narrativa nos apresenta uma slida teologia acerca da soberania de Deus sobre o mundo (visvel e invisvel), e todos os demais atributos de Deus, quer comunicveis ou incomunicveis.
H tambm uma lio importante sobre vida espiritual sadia e madura.
A pergunta-afirmao de Satans possui fundamento (J 1.9-10). real e possvel a gratido e fidelidade a Deus embasada apenas em benefcios recebidos, em graas alcanadas, em favores desfrutados. Satans questiona o fundamento da fidelidade de J. Afinal de contas, J no tem do que reclamar se comparado vida de outros homens ele um felizardo. Rico, sbio, afamado, com uma grande famlia, nenhuma peste ou doena tem se aproximado de sua tenda, no possui inimigos, pelo menos no suficientemente capazes de faz-lo perder uma noite de sono. J um abenoado.
Satans desafia esta fidelidade quanto a sinceridade de seu corao, como que propondo um teste para Deus. O Senhor permite uma limitada, porm ampla atuao de Satans na vida de J: bens, afetos, familiares, casamento, amigos, fama, irao. Tudo vai saindo de sua vida de modo inesperado e catastrfico. J perde o controle de sua histria, no, porm, a sua convico de que Deus continua soberano. Por fim, tambm a sua integridade fsica e psquica comea a sofrer os ataques do diabo e comea a experimentar uma espcie de depresso. J tentado a apostatar, a blasfemar, a crer numa teologia deformada quanto ao carter santo, justo e amoroso de Deus. De fato, se Satans estivesse certo, j no havia razes plausveis para que continuasse fiel, grato e obediente.
Incrivelmente no incio de sua desventura, vislumbramos um pouco da ndole de J: Nu sa do ventre de minha me e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor tomou; bendito seja o nome do Senhor. (J 1.21).
Infelizmente a gratido por amor a si mesmo, mais do que por amor a Deus tambm se estende sobre as nossas relaes:
Se vocs amam somente aqueles que os amam, o que que esto fazendo de mais? At as pessoas de m fama amam as pessoas que as amam. 33 E, se vocs fazem o bem somente para aqueles que lhes fazem o bem, o que que esto fazendo de mais? At as pessoas de m fama fazem isso. (Lucas 6.32-33).
Muitos cultivam certa relao pacfica, de entendimento e amizade, na mesma medida em que so beneficiados em algo. Entretanto, quando se vm frustrados ou contrariados, se enraivecem e se tornam inimigos letais.
Com Deus a conduta em nada se difere. No am os reveses da vida. No conseguem istrar perdas e dores. Como crianas mimadas culpam a Deus por suas falaciosas esperanas no correspondidas, tem uma deturpada imagem de um deus mgico e servial. Deus procura adoradores que o adorem em esprito e verdade e no bajuladores. Isto significa que Deus que ser adorado, amado, servido, por quem o busca por aquilo que Ele , pelas excelncias de seu carter, pela beleza de sua santidade. Qualquer outra motivao, ainda que seja a gratido, nunca ser suficiente ou plena de verdade nos relacionarmos com Deus.
O benfeitor deve ser amado mais do que o bem feito. O doador deve ser mais desejado que o dom. Peamos a Deus para que Ele nos tire da criancice espiritual, que ele nos d de J mais que sua pacincia, nos conceda tambm a pureza de suas intenes e fidelidade no tocante a Deus. Peamos ao Senhor que saibamos am-lo por sua santidade indefectvel mais do que pelo seu poder invencvel. Digamos a ele como Calvino: Ofereo Senhor, meu corao pronto e sinceramente.
Ser que J no tem razes para temer a Deus? Acaso no puseste uma cerca em volta dele, da famlia dele e de tudo o que ele possui? (J 1:9,10)
O livro de J um dos mais impressionantes, intrigantes e ricos de todo o Antigo Testamento, sem falar tambm que uma prola da literatura.
Como todo livro do gnero sapiencial, o livro de J possui uma mensagem de prtica aplicao a situaes concretas da vida, ou nos fornece uma chave de interpretao para eventos aparentemente desconexos de nossa existncia. No caso de J, alm destes dois fatores, a narrativa nos apresenta uma slida teologia acerca da soberania de Deus sobre o mundo (visvel e invisvel), e todos os demais atributos de Deus, quer comunicveis ou incomunicveis.
H tambm uma lio importante sobre vida espiritual sadia e madura.
A pergunta-afirmao de Satans possui fundamento (J 1.9-10). real e possvel a gratido e fidelidade a Deus embasada apenas em benefcios recebidos, em graas alcanadas, em favores desfrutados. Satans questiona o fundamento da fidelidade de J. Afinal de contas, J no tem do que reclamar se comparado vida de outros homens ele um felizardo. Rico, sbio, afamado, com uma grande famlia, nenhuma peste ou doena tem se aproximado de sua tenda, no possui inimigos, pelo menos no suficientemente capazes de faz-lo perder uma noite de sono. J um abenoado.
Satans desafia esta fidelidade quanto a sinceridade de seu corao, como que propondo um teste para Deus. O Senhor permite uma limitada, porm ampla atuao de Satans na vida de J: bens, afetos, familiares, casamento, amigos, fama, irao. Tudo vai saindo de sua vida de modo inesperado e catastrfico. J perde o controle de sua histria, no, porm, a sua convico de que Deus continua soberano. Por fim, tambm a sua integridade fsica e psquica comea a sofrer os ataques do diabo e comea a experimentar uma espcie de depresso. J tentado a apostatar, a blasfemar, a crer numa teologia deformada quanto ao carter santo, justo e amoroso de Deus. De fato, se Satans estivesse certo, j no havia razes plausveis para que continuasse fiel, grato e obediente.
Incrivelmente no incio de sua desventura, vislumbramos um pouco da ndole de J: Nu sa do ventre de minha me e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor tomou; bendito seja o nome do Senhor. (J 1.21).
Infelizmente a gratido por amor a si mesmo, mais do que por amor a Deus tambm se estende sobre as nossas relaes:
Se vocs amam somente aqueles que os amam, o que que esto fazendo de mais? At as pessoas de m fama amam as pessoas que as amam. 33 E, se vocs fazem o bem somente para aqueles que lhes fazem o bem, o que que esto fazendo de mais? At as pessoas de m fama fazem isso. (Lucas 6.32-33).
Muitos cultivam certa relao pacfica, de entendimento e amizade, na mesma medida em que so beneficiados em algo. Entretanto, quando se vm frustrados ou contrariados, se enraivecem e se tornam inimigos letais.
Com Deus a conduta em nada se difere. No am os reveses da vida. No conseguem istrar perdas e dores. Como crianas mimadas culpam a Deus por suas falaciosas esperanas no correspondidas, tem uma deturpada imagem de um deus mgico e servial. Deus procura adoradores que o adorem em esprito e verdade e no bajuladores. Isto significa que Deus que ser adorado, amado, servido, por quem o busca por aquilo que Ele , pelas excelncias de seu carter, pela beleza de sua santidade. Qualquer outra motivao, ainda que seja a gratido, nunca ser suficiente ou plena de verdade nos relacionarmos com Deus.
O benfeitor deve ser amado mais do que o bem feito. O doador deve ser mais desejado que o dom. Peamos a Deus para que Ele nos tire da criancice espiritual, que ele nos d de J mais que sua pacincia, nos conceda tambm a pureza de suas intenes e fidelidade no tocante a Deus. Peamos ao Senhor que saibamos am-lo por sua santidade indefectvel mais do que pelo seu poder invencvel. Digamos a ele como Calvino: Ofereo Senhor, meu corao pronto e sinceramente.
Luiz Fernando dos Santos(1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminrio Presbiteriano do Sul e no Seminrio Teolgico Servo de Cristo.
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