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22 de dezembro de 2011
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Deus no exlio 6t3g3c

Toda misso envolve o envio, e o envio relaciona-se com um resgate distncia. Distncia que nem sempre se traduz em grandeza fsica. Abrange tambm, esta distncia existencial, angustiante e sofrida, estes lugares ermos que a alma se coloca.
A narrativa bblica, em geral, uma narrativa de exlio e resgate ou cativeiro e redeno. Mas, esta tambm a narrativa da humanidade. Perto dos rios da Babilnia, nas celebraes de uma tribo indgena ou nos apartamentos apertados das grandes cidades, os cativos criam ritos, smbolos, cultura e religiosidade. Cantigas, poemas e memria, orbitam sempre ao redor de histrias sobre a terra perdida, o lugar escondido, o jardim secreto ou do grande xodo. Em troca da angstia do exilado, normalmente oferecem-se utopias, promessas de redeno, mitos divinos e expectativas messinicas. O sonho do cativo sempre sair da mo do tirano, liberta-se do opressor, encontrar paz para alma e voltar pra casa.
C. S. Lewis sempre emociona quando relata seus olhares para a paisagem e como era acometido por esta sensao de estar perdido. Faltavam-lhe palavras para descrever o grande mistrio que lhe acometia. Dizia que para alm do horizonte existe algum lugar buclico e familiar. Quem nunca experimentou este misterioso saudosismo? A saudade de casa, do tempero da mame e da mangueira que agora est enorme. Quem nunca sentiu um vazio angustiante e um abismo de dar vertigem, s de pensar que se pode estar muito longe daquele lugar de origem? Longe inclusive de nossas memrias infantis. Certamente este o lamento dos exilados. O grito dos que penduraram harpas no salgueiro, a orao do profeta com os olhos em Jerusalm e o lamento dos ancios sob o Templo em runas. No muito distante, est o choro do cordelista, que em suas cantigas lembram-se dos saudosos tempos da caatinga. Da viola do sertanejo que se lembra do cheiro do serrado. Quantos cantos de exlio, quantos lamentos entoados em terra estranha!
Tudo isso, porque o homem se negou a conhecer Deus em Deus e optou pela jornada independente e pela peregrinao solo. O que se v na queda? Homem e mulher aos tropeos, em exlio, vivendo errante pelo mundo. O filho prdigo que foi embora da casa de seu pai. O tombo foi muito grande, agora ficou muito difcil saber o caminho de volta.
Missio Dei: como era chamada a misso de Deus pelos antigos mestres cristos. Deus, sendo rico em misericrdia, desdobrou-se em trplice amor relacional, nico Deus, mas rico em todas as cores de sua diversidade amorosa, graciosa e trinitria. O Pai o que envia, o Filho o enviado e o Esprito o que guia. O Pai envia o que tinha de mais precioso, seu Filho Jesus, expondo-o aos perigos da misso e da angstia, inerentes ao exlio e cativeiro.
Na apostolicidade de Jesus, Deus assume para si a tarefa de trazer a humanidade de volta pra casa. Jesus, como Moiss, ou Jos, abre mo de suas vestimentas reais, para assumir a roupa dos escravos. O Filho de Deus recebeu na sua carne as marcas da misso, o martrio e o sofrimento. Ele absorveu o impacto do julgamento, ele trouxe a ovelha perdida para o aprisco e assumiu a humanidade para si. Sim, Deus em Jesus, restitui a dignidade humana, a ponto de ser dito aos resgatados: tendes chegado ao monte Sio e cidade do Deus vivo, a Jerusalm celestial (Hb 12:22).
No h plena realizao fora de Deus, e no h meios de se chegar a ele, sem vnculos com aquele desceu aos lugares mais baixos para resgatar os cativos. Est a obra de Deus, como disse Jesus: que creiais naquele que por ele foi enviado. (Joo 6.29).
Feliz natal!
__________
Igor Miguel, telogo, pedagogo, mestrando em lngua hebraica pela USP (Universidade de So Paulo), membro da Igreja Esperana em Belo Horizonte (MG) e autor do blog Pensar...
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