Opinio 3pp3w
13 de outubro de 2009
- Visualizaes: 53268
49 comentrio(s)
- +A
- -A
-
compartilhar
De Caio Fbio para Brulia Ribeiro 6e4b1n
Querida Brulia, graa e paz!
Li o texto Alexandre (Ultimato, edio setembro/outubro, 2009) e me comovi profundamente com a dor de vocs, to simples e verdadeiramente expressa pela Brulia.
Voc e eu j tivemos todas as chances de nos tornarmos mais prximos em razo de amigos comuns e de muitas identificaes simples e prticas no Evangelho. Alm disso, muitos j fizeram tudo para que isto acontecesse, mas as circunstncias no permitiram; e a culpa minha, no sua.
No posso dizer que leio o que voc escreve, que pesquiso, que estou informado sobre voc em detalhes...
Sabia e soube de voc mais pelo George Foster, pelo Pedro do Borel (hoje no Egito), pelo Andr Fernandes e pelo Tiago da Jocum em Braslia, do que por quaisquer outros meios. E todos me do o mesmo testemunho; sim, falam-me da carta escrita com amor de Deus em seu corao para com todos os que am em seu caminho.
Entretanto, amiga no Senhor, somente Jesus nunca foi levita e sacerdote na estrada, sendo sempre o samaritano.
Sim, alm dele, todos os demais somos samaritanos de vez em quando, e ficamos felizes com isso. Embora em nossa ignorncia e distrao no registremos a quantidade enorme de vezes em que amos de largo fazendo da agenda da estrada [...] o caminho de nossa pressa, e no fazendo a estrada submeter-se ao caminho interior, ao invs de seguir o roteiro da estrada [...], todos os dias vejo-me escolhendo apressadamente as agendas da estrada enquanto negligencio a agenda do caminho.
O levita e o sacerdote seguiram a estrada e seu tempo. O samaritano seguiu o seu caminho.
A estrada, todavia, apressada, diferentemente do caminho, que s segue quando tem a permisso da vida para ar. Graas a Deus somos perdoados todos os dias pelas escolhas da estrada contra as veredas calmas do caminho!
Entretanto, o que desejo de corao dizer a voc, publicamente, visto que seu texto pblico, que nem voc e nem ele tm esse poder todo! Sim, vocs no tm o poder de saber nada alm do que se tornou histria com as configuraes de histria [...] de ado, portanto.
Na noite que meu filho Lukas morreu atropelado saindo de uma festa com os irmos, antes de ir ele me ligou e me disse que estava meio cansado, a fim de dormir, e que se fosse seria apenas pelos irmos e porque l haveria uma moada da Igreja Presbiteriana Betnia que ele no via h muito tempo.
V meu filho! Vai ser legal! A Bruna est indo s por sua causa. E ela j saiu!, foi o que eu disse; e ele foi.
O interessante em tudo isto que por uma certeza mais profunda do que a morte dele naquela noite, eu sabia que no fora a minha fora que o pa no cho daquela estrada fria de Itaip. Havia um caminho naquela estrada que estava para alm de mim. E certamente muito para alm da prpria estrada.
Conheo a sensao de no atender a insistncias que acabam de modo catastrfico. No curso da vida j deixei para visitar no dia seguinte muita gente que morreu durante a noite; j adiei idas que se confirmaram atrasadas depois dos fatos; j ei e soube que o deixado no resistiu; j sim, j muita coisa...
Sei tambm que o nvel de pessoalidade do conhecimento do moo que se autovitimou aprofunda qualquer dor. Aumenta toda sensao de culpa e exacerba as perspectivas de responsabilidade e de omisso. Tais fatos, todavia, servem a ns de muitos modos quando o corao como o de vocs.
A gente aprende que todos esto a um o de qualquer coisa.
A gente aprende que por vezes nem todos os esforos do mundo mudam determinadas realidades.
A gente aprende que muita dor culposa que se sente decorre da culpa da bondade crist salvadora, a qual assume para si poderes de salvao que no esto em nossas mos.
A gente aprende a discernir quais so as coisas que podem esperar ante um desespero e quais no podem.
A gente aprende que nem todo desespero tem que parar o nosso caminho tambm.
A gente aprende, sutilmente, o que agenda da estrada e o que agenda do caminho.
Mas ningum aprende isso sem se sentir levita e sacerdote de vez em quando, posto que nossos atos samaritanos so emblemticos, mas nossas omisses levticas e sacerdotais so a regra na agitao de nossas inmeras distraes.
O pecado adotar o caminho do levita e do sacerdote como modo de se desviar de gente na estrada. Ora, esse jamais foi ou ser o caso de vocs, graas a Deus.
Entretanto, o mesmo samaritano um dia deve ter tido seu dia de levita. Ou, ento, ele seria Ele. E no era...
Assim, minha orao uma s nesse particular: Senhor, faz de mim o samaritano possvel no dia de hoje em minha existncia! E salva-me dessa horrvel tendncia natural que tenho a, na estrada, preferir a omisso do caminho do levita e do sacerdote!.
Sim, pois o mais devotado dos samaritanos tem seus momentos de pressa de levita e de sacerdote. E mais: isto assim para que todo ato samaritano de nossa vida seja pura glria e graa de Deus sobre ns; e no fruto de nossa certeza de que em nossa existncia no existem omisses.
Louvo a verdade de sua dor sincera e exposta de modo to simples e franco.
Recomendo, no entanto, que essa dor se torne louvor quele que amava o Alexandre, e que o ama e que o tem em seu seio, pois quem danou o Alexandre apenas por que a dor de sua perturbao mental o levou a um desatino?
O Alexandre, sim, o do salmo, o que buscava consolao onde h consolao, era apenas um jovem em estado de perturbao adquirida pelo vcio. No era filho do inferno.
Nenhum diabo teve o poder de tirar o Alexandre das mos do Senhor Jesus! Assim como nenhum diabo tentar (e vencer) vocs com a culpa de que poderiam ser os salvadores do Alexandre e no o foram.
Manos amados, tambm isto est consumado! Recebam meu amor e meu carinho sincero e cheio de oraes.
Nele, em quem nenhum de ns tem o poder de salvar, mas apenas o de cooperar com o Salvador, o qual salva com ou sem ns,
Caio
Caio Fbio DArajo Filho psicanalista clnico, escritor e pregador do Evangelho da Graa de Jesus. caiofabio.com

Voc e eu j tivemos todas as chances de nos tornarmos mais prximos em razo de amigos comuns e de muitas identificaes simples e prticas no Evangelho. Alm disso, muitos j fizeram tudo para que isto acontecesse, mas as circunstncias no permitiram; e a culpa minha, no sua.
No posso dizer que leio o que voc escreve, que pesquiso, que estou informado sobre voc em detalhes...
Sabia e soube de voc mais pelo George Foster, pelo Pedro do Borel (hoje no Egito), pelo Andr Fernandes e pelo Tiago da Jocum em Braslia, do que por quaisquer outros meios. E todos me do o mesmo testemunho; sim, falam-me da carta escrita com amor de Deus em seu corao para com todos os que am em seu caminho.
Entretanto, amiga no Senhor, somente Jesus nunca foi levita e sacerdote na estrada, sendo sempre o samaritano.
Sim, alm dele, todos os demais somos samaritanos de vez em quando, e ficamos felizes com isso. Embora em nossa ignorncia e distrao no registremos a quantidade enorme de vezes em que amos de largo fazendo da agenda da estrada [...] o caminho de nossa pressa, e no fazendo a estrada submeter-se ao caminho interior, ao invs de seguir o roteiro da estrada [...], todos os dias vejo-me escolhendo apressadamente as agendas da estrada enquanto negligencio a agenda do caminho.
O levita e o sacerdote seguiram a estrada e seu tempo. O samaritano seguiu o seu caminho.
A estrada, todavia, apressada, diferentemente do caminho, que s segue quando tem a permisso da vida para ar. Graas a Deus somos perdoados todos os dias pelas escolhas da estrada contra as veredas calmas do caminho!
Entretanto, o que desejo de corao dizer a voc, publicamente, visto que seu texto pblico, que nem voc e nem ele tm esse poder todo! Sim, vocs no tm o poder de saber nada alm do que se tornou histria com as configuraes de histria [...] de ado, portanto.
Na noite que meu filho Lukas morreu atropelado saindo de uma festa com os irmos, antes de ir ele me ligou e me disse que estava meio cansado, a fim de dormir, e que se fosse seria apenas pelos irmos e porque l haveria uma moada da Igreja Presbiteriana Betnia que ele no via h muito tempo.
V meu filho! Vai ser legal! A Bruna est indo s por sua causa. E ela j saiu!, foi o que eu disse; e ele foi.
O interessante em tudo isto que por uma certeza mais profunda do que a morte dele naquela noite, eu sabia que no fora a minha fora que o pa no cho daquela estrada fria de Itaip. Havia um caminho naquela estrada que estava para alm de mim. E certamente muito para alm da prpria estrada.
Conheo a sensao de no atender a insistncias que acabam de modo catastrfico. No curso da vida j deixei para visitar no dia seguinte muita gente que morreu durante a noite; j adiei idas que se confirmaram atrasadas depois dos fatos; j ei e soube que o deixado no resistiu; j sim, j muita coisa...
Sei tambm que o nvel de pessoalidade do conhecimento do moo que se autovitimou aprofunda qualquer dor. Aumenta toda sensao de culpa e exacerba as perspectivas de responsabilidade e de omisso. Tais fatos, todavia, servem a ns de muitos modos quando o corao como o de vocs.
A gente aprende que todos esto a um o de qualquer coisa.
A gente aprende que por vezes nem todos os esforos do mundo mudam determinadas realidades.
A gente aprende que muita dor culposa que se sente decorre da culpa da bondade crist salvadora, a qual assume para si poderes de salvao que no esto em nossas mos.
A gente aprende a discernir quais so as coisas que podem esperar ante um desespero e quais no podem.
A gente aprende que nem todo desespero tem que parar o nosso caminho tambm.
A gente aprende, sutilmente, o que agenda da estrada e o que agenda do caminho.
Mas ningum aprende isso sem se sentir levita e sacerdote de vez em quando, posto que nossos atos samaritanos so emblemticos, mas nossas omisses levticas e sacerdotais so a regra na agitao de nossas inmeras distraes.
O pecado adotar o caminho do levita e do sacerdote como modo de se desviar de gente na estrada. Ora, esse jamais foi ou ser o caso de vocs, graas a Deus.
Entretanto, o mesmo samaritano um dia deve ter tido seu dia de levita. Ou, ento, ele seria Ele. E no era...
Assim, minha orao uma s nesse particular: Senhor, faz de mim o samaritano possvel no dia de hoje em minha existncia! E salva-me dessa horrvel tendncia natural que tenho a, na estrada, preferir a omisso do caminho do levita e do sacerdote!.
Sim, pois o mais devotado dos samaritanos tem seus momentos de pressa de levita e de sacerdote. E mais: isto assim para que todo ato samaritano de nossa vida seja pura glria e graa de Deus sobre ns; e no fruto de nossa certeza de que em nossa existncia no existem omisses.
Louvo a verdade de sua dor sincera e exposta de modo to simples e franco.
Recomendo, no entanto, que essa dor se torne louvor quele que amava o Alexandre, e que o ama e que o tem em seu seio, pois quem danou o Alexandre apenas por que a dor de sua perturbao mental o levou a um desatino?
O Alexandre, sim, o do salmo, o que buscava consolao onde h consolao, era apenas um jovem em estado de perturbao adquirida pelo vcio. No era filho do inferno.
Nenhum diabo teve o poder de tirar o Alexandre das mos do Senhor Jesus! Assim como nenhum diabo tentar (e vencer) vocs com a culpa de que poderiam ser os salvadores do Alexandre e no o foram.
Manos amados, tambm isto est consumado! Recebam meu amor e meu carinho sincero e cheio de oraes.
Nele, em quem nenhum de ns tem o poder de salvar, mas apenas o de cooperar com o Salvador, o qual salva com ou sem ns,
Caio
Caio Fbio DArajo Filho psicanalista clnico, escritor e pregador do Evangelho da Graa de Jesus. caiofabio.com
13 de outubro de 2009
- Visualizaes: 53268
49 comentrio(s)
- +A
- -A
-
compartilhar
QUE BOM QUE VOC CHEGOU AT AQUI. 223i1k
Ultimato quer falar com voc.
A cada dia, mais de dez mil usurios navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, alm do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bblicos, devocionais dirias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, alm de artigos, notcias e servios que so atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.

Leia mais em Opinio 2l1v6s

Opinio do leitor 1t5dh
Para comentar necessrio estar logado no site. Clique aqui para fazer o ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta necessrio estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o ou seu cadastro.
Ainda no h artigos publicados na seo "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em ltimas 6ik57
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu h...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e Histria
- Casamento e Famlia
- Cincia
- Devocionrio
- Espiritualidade
- Estudo Bblico
- Evangelizao e Misses
- tica e Comportamento
- Igreja e Liderana
- Igreja em ao
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Poltica e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Sessenta +
- Srie Cincia e F Crist
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Crist
Revista Ultimato 5z423b
+ lidos 1s1q68
- Francisco, Samuel Escobar memria e honra
- Os Jardins do den e a Sombra de Abel: uma jornada pela aposentadoria
- Paul Tournier e a Bblia
- Abel e Zacarias: encontrando misso na aposentadoria avanada
- Filme Jesus traduzido para a 2.200 lngua, o Bouna
- Gerao Z lidera reavivamento da igreja no Reino Unido
- A srie Adolescncia um grito de socorro
- Um panorama da distribuio da Bblia no Brasil nos ltimos 70 anos
- Eu [quase] me arrependi de ter tido filhos
- Esperana utilizvel