Casas de cristos so destrudas em ataque no Cairo 3v3a5f

(Portas Abertas) A comunidade crist sofreu um ataque brutal em Bamha, uma vila ao sul do Cairo, no ltimo dia 11 de maio. Em apenas uma hora, 51 casas foram invadidas, diversas lojas foram saqueadas e incendiadas. Dez pessoas ficaram feridas. A polcia prendeu 59 pessoas e pela primeira vez tanto o governo quanto a mdia local identificaram os responsveis pelo ataque: muulmanos extremistas.

Durante sculos cristos e muulmanos conviveram pacificamente em Bamha. A vila tem cinco mesquitas, mas nenhuma igreja. Ao longo dos anos, os cristos fizeram seus cultos em suas prprias casas, mas recentemente comearam a sentir a necessidade de ter um lugar prprio para as reunies. Existem atualmente cerca de 200 cristos na vila.

Por isso eles compraram um terreno de 400 metros quadrados, s margens da vila. Os lderes locais, incluindo o prefeito e o oficial de segurana, at sugeriram que os cristos trocassem a nova propriedade com dois vizinhos muulmanos que tinham terras no mesmo lugar onde a pequena igreja se reunia para que construssem a igreja e um centro de servios comunitrios no local. O acordo foi assinado em papel pelas duas autoridades.

Guerra santa
Na manh do dia 11 de abril, o im (lder religioso) da mesquita e dois de seus servos redigiram um comunicado convocando os muulmanos a uma jihad (guerra santa). O im disse durante as oraes de sexta-feira que os cristos planejavam construir uma igreja na vila.

Uma multido com cerca de 500 pessoas foi dispensada mais cedo das oraes e instruda a se munir de machados, faces, porretes, gasolina e fogo. Pequenos grupos foram formados e as pessoas orientadas a atacar casas e lojas de cristos.

Um dos cristos que teve a casa incendiada disse: "Poucos dias antes eu ajudei a levar para o hospital um vizinho muulmano de idade e na sexta-feira me surpreendi ao ver o mesmo senhor invadindo a minha casa com outros extremistas e ateando fogo!".

A polcia chegou depois de duas horas e prendeu 59 pessoas. Foi a primeira vez que o governo e a mdia local itiram que os extremistas muulmanos tinham ido longe demais e os responsabilizaram pelo ataque.

Um cristo questionou: "Por que os muulmanos se sentiram ofendidos com a possibilidade de termos um lugar de culto? Eles tm o seu prprio lugar. Por que no temos o mesmo direito? Eles so egpcios, e ns, no?".

Outro cristo disse: "Onde est a guerra santa se eles queimaram as nossas casas e atacaram mulheres e crianas sem nenhum motivo?".

Cinco dias antes do ocorrido, uma reunio de reconciliao havia sido organizada entre muulmanos - que estavam contra a construo da igreja - e cristos - que insistiam em levar o projeto adiante e ameaavam levar o caso a juzo.

Os muulmanos ofereceram uma compensao financeira, mas um padre ortodoxo local se recusou a trocar o dinheiro pela permisso de construir a igreja e o centro comunitrio.