Carta da Sociedade Bblica do Egito sobre atentados 6o4n1b

A Sociedade Bblica do Egito divulgou uma carta em resposta aos dois atentados com bombas, que deixaram 46 mortos e uma centena de feridos no ltimo domingo (09/04). Os dois ataques aconteceram em duas igrejas crists coptas, nas cidades de Alexandria e Tanta, quando estava sendo celebrada a missa de Domingo de Ramos.

A autoria das duas exploses foi assumida pelo grupo terrorista Estado Islmico, que tambm se responsabilizou pela exploso que causou 29 mortes em dezembro de 2016, na catedral copta de So Marcos, no Cairo. Ms ado, cerca de 400 cristos coptas deixaram suas casas na Pennsula do Sinai por causa de ameaas de jihadistas ligados ao ISIS. Os coptas representam cerca de 10% da populao egpcia a minoria crist mais antiga e mais numerosa do Oriente Mdio.

A carta da Sociedade Bblica do Egito diz que o que est acontecendo no Egito no uma lenda de 2000 anos atrs, mas um testemunho atual, vivo, do poder da f crist.

Leia a seguir a carta na ntegra:

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No apenas uma lenda

Caros amigos,

Agradecemos a todos que expressaram preocupao e oraes, seguindo os bombardeios trgicos nas igrejas de Tanta e de Alexandria.

Domingo de Ramos um dos dias mais festivos no calendrio da nossa igreja. Cristos egpcios carregam ramos de palmeiras com tranados artsticos. Eles cantam: Hosana ao Rei dos Reis! um dia de celebrao cheio de alegria.

A a primeira bomba explodiu.

Imediatamente muitos cantores que participavam na liturgia mudaram suas vestes terrenas agora cheias de sangue por vestes de mrtires, lavadas no sangue do cordeiro. (Ap 7.11). Poucas horas depois uma segunda bomba explodiu em Alexandria, onde um homem bomba suicida detonou seu explosivo do lado de fora da igreja So Marcos. Ao todo morreram 46 pessoas, deixando a celebrao pela f para celebrar por vista, encontrando seu Salvador face a face. Muitos outros ficaram feridos

Os funerais eram uma mistura de lamentaes e alegria, como um bispo explicou:

verdade, ns amamos o martrio. Mas tambm amamos a vida. No odiamos a vida terrena. Deus nos criou na terra para viver, no para morrer. O fato que aceitamos a morte no significa que nosso sangue barato, e no significa que no nos importamos. No cometemos suicdio. Mas damos testemunho de Jesus, quer por meio de nossas vidas ou pela nossa transio para o cu. Se vivemos, vivemos para o Senhor, e se morremos, morremos para o Senhor.

A mdia est perplexa. Em muitas ocasies, muulmanos que ficaram irados com esse dio cego e mau, expresso nessa atrocidade, ficam frustrados com os cristos e sua conversa sobre amor e perdo. Assim como em ataques anteriores, o sentido de vingana mnimo, enquanto famlias aceitam o martrio como um dom de Deus.