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24 de agosto de 2015
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Amor mais forte que a loucura h3p4b
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A queda humana e os padres de pecado esto em todos ns. s vezes algumas pessoas queridas ou at mesmo ns temos uma sade mental frgil. Familiares, amigos, filhos, pais ou cnjuges podem ser diagnosticados com transtornos mentais. No preciso ficar com vergonha ou escondermos, somos todos amados por Deus nas nossas deficincias. Realisticamente, nestes casos, a doena precisa ser encarada, e a atitude inicial mais natural dos familiares a negao ou o desespero. No precisamos reagir assim, mas podemos ser realistas com esperana, mesmo nos casos mais graves. Tenho percebido o altssimo nvel de sofrimento psquico que vivenciam tanto aqueles que vivenciam o transtorno mental quanto daqueles que os amam.
Umas das novas perspectivas em teologia nos ltimos anos tem sido a teologia da deficincia, a reflexo de nossa f sobre tudo aquilo que envolve a nossa fragilidade humana, tanto fsica quanto psquica. Tambm o debate atual na psicologia e na psiquiatria sobre como tratar pessoas com transtornos mentais est na ordem do dia. As opinies se polarizam: alguns preferem a internao nos hospitais psiquitricos em casos necessrios; outros so contra a internao e enfocam a medicao apropriada em casa.
A igreja como comunidade de f e cuidado, comunidade teraputica - pode e deve comear a refletir sobre como atender a situaes de adoecimento psquico e como ajudar as famlias a responderem esta questo. Historicamente, por um lado, alguns cristos rejeitaram a medicao e os tratamentos psiquitricos como se eles fossem no espirituais e, portanto, desnecessrios; infelizmente, nega-se nossa humanidade e necessidade de ajuda secular. Nega-se tambm o fato de que Deus deu ao ser humano a capacidade de produzir remdios. Apesar destas negaes, as cincias so como uma participao no potencial criativo de Deus: remdios, apesar de limitados (pois no nos do um novo corpo, como o ser na ressurreio final!), podem ser considerados presentes de Deus para nos ajudar enquanto esperamos pelos corpos glorificados, se forem ajustados e istrados corretamente. Por outro lado, alguns s focam na medicao e esquecem que necessria a dimenso da f, do amor e da esperana, de uma comunidade que acolha radicalmente os queridos com transtorno mental. Os remdios tambm no resolvem sozinhos, pois muitas vezes necessrio tanto acompanhamento psicolgico quanto uma igreja que nos acolha na fragilidade das nossas depresses, manias e loucuras.
Quando vamos a um hospital psiquitrico, percebemos que grande parte dos internos so cristos. Muitos tm profunda sede de Deus. Querem um amor mais forte que a loucura. Diante da vulnerabilidade, os deficientes nos mostram o quanto todos somos dependentes, vulnerveis e temos sede de Deus.
Certamente aqueles que vivenciam de perto o transtorno mental podem aprender profundamente o caminho da misericrdia. gente que sofre, mas continua amando; e assim comeam a reconhecer em si mesmos um carter cristo mais profundo e descobrem existencialmente o que significa bondade e graa. Para os portadores de transtorno mental, aprende-se de maneira dramtica o que viver diante do vale de da sombra da morte e mesmo assim no temer; alguns vivenciam melhoras que parecem mais experincias de ressurreio. Parecem como uma volta vida quando tudo parecia perdido. Tinham sobre eles a sentena de morte, mas aprendem a no confiarem em si mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos (2 Co 1.9). Participam de alguma forma de aflies como as do crucificado, mas tambm existe a possibilidade de ressurreio que se assemelha com a de Cristo.
Para seus familiares, neste processo, se no abortarem o amor, a f e a esperana, mas cultivarem um realismo esperanoso, o carter vai sendo transformado e aprendem a amar incondicionalmente, como Cristo os ama. Este amor incondicional dos familiares no significa uma ausncia de limites fsicos e psicolgicos, mas a afirmao do cuidado e amor mesmo diante das prprias limitaes. Este reconhecimento do limite nos leva tanto orao (pois Deus quem melhor cuida dos nossos amados) quanto tambm possibilidade de nos maravilharmos com o e de outras pessoas. Muitas vezes amigos e familiares reconhecem o drama e sofrimento da famlia nuclear, e inesperadamente demonstram servio e misericrdia, carregando os fardos pesados como amigos mais chegados que irmos.
Precisamos enxergar a doena mental a partir do que a graa de Deus j fez e ainda vai fazer em ns. A graa sempre nivela a todos por baixo, mas nos coloca de p. Diante dos dramas mais difceis, afirmamos a pequena ponta de esperana que temos e caminhamos. A igreja o lugar em que sustentamos este posicionamento. Por causa de Jesus, o amor ainda continua sendo mais forte que a loucura. Esperamos o dia em que seremos, em Cristo, transformados e permaneceremos sos e santos. L no haver dor, nem pranto; os transtornos mentais faziam parte das primeiras coisas. Na nova cidade de Deus viveremos graa, sade, verdade e alegria em plenitude.
Davi Chang Ribeiro Lin pastor na Comunidade Evanglica do Castelo, em Belo Horizonte (MG). psiclogo clnico, mestre em teologia pelo Regent College (Canad) e doutorando em teologia (FAJE).
Imagem: A man against the setting sun/Freeimages
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