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23 de maro de 2011
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Small is Beautiful? 4j4pm
Augustus Nicodemus
Como j disse em outros artigos, sempre achei curioso, para dizer o mnimo, que liberais estejam aderindo ao movimento de "formao espiritual" ou simplesmente "espiritualidade". No estou dizendo que todo mundo envolvido neste movimento liberal. Conheo vrios que no so. Mas certamente intrigante ver liberais fazendo palestras sobre espiritualidade e defendendo suas prticas.
Tambm j mencionei antes algumas razes pelas quais, na minha opinio, isto ocorre. Essa semana pensei em mais duas delas, que permitem ao movimento de espiritualidade justificar a existncia de igrejas minsculas, que no crescem e que so voltadas para obras sociais. Ou seja, igrejas tpicas dos liberais. Explico.
Primeiro, o movimento de espiritualidade ataca as igrejas grandes por fomentar o ativismo e o envolvimento dos seus membros em mltiplas atividades, sem lhes deixar tempo para meditar, jejuar, ficar em silncio ou praticar as disciplinas espirituais. Alm disto, estas igrejas grandes, conforme a anlise dos espiritualistas, acabam estimulando o materialismo e a busca de posies sociais e financeiras melhores, deixando de enfocar a vida espiritual. Partindo do entendimento de que os cristos deveriam ser mais contemplativos, alguns adeptos do movimento da espiritualidade defendem uma espcie de retiro espiritual - talvez um pouco semelhante aos monges da idade mdia - como o modelo ideal de cristianismo para o mundo moderno afogado em materialismo individualista, consumismo e indiferena. Assim, igrejas minsculas, que no evangelizam, no crescem, e que vo minguando a cada ano, como as igrejas dos liberais, podem justificar esta situao de estagnao. O argumento este: nmeros no expressam qualidade e melhor do que evangelizar multides e ganh-las para Cristo usar as igrejas como uma espcie de mosteiro evanglico, parasos de contemplao e meditao, onde os crentes que ainda restam podem praticar os exerccios espirituais e se aperfeioar, enquanto esperam a morte chegar.
Segundo, o movimento de espiritualidade critica as grandes igrejas por no darem a devida ateno s questes que consideram realmente essenciais. Os espiritualistas as acusam de prosperidade, prestgio, poder e outras coisas que seriam contrrias teologia da cruz, do sofrimento, da pobreza e da renncia. Enquanto ficam pregando avivamento, crescimento, converso, as grandes igrejas esquecem dos pobres, abandonados, excludos, marginalizados que povoam as periferias e os centros das grandes cidades. Aqui, os cones so os padres e monges maltrapilhos, sem vintm, que andam pelas ruas recolhendo os bbados, os sem teto, os drogados e as prostitutas para lhes dar po, sabo e abrigo. Para eles, o Evangelho reside nisto. No Lutero ou Calvino, mas Francisco de Assis e Madre Tereza. Dessa perspectiva, igrejas liberais minguantes, cujos ltimos membros ainda saem pelas ruas noite dando o sopo aos desvalidos, podem justificar o status quo.
Bem, h vrios pontos do raciocnio lbero-espiritual que me parecem corretos. Como, por exemplo, a crtica pertinente feita mega-igrejas voltadas para prosperidade, poder e prestgio, sem tempo e sem interesse em exerccios espirituais. Aprecio tambm a preocupao para com os pobres e necessitados.
Todavia, algumas outras coisas precisam de reparo, como a teimosia dos liberais em no reconhecer que muito do esvaziamento violento sofrido nas suas igrejas nas ltimas dcadas se deve ao... liberalismo! Em vez de atacar a causa real da sangria que vem acontecendo nas denominaes onde eles dominaram os seminrios, as instituies e assumiram a sua direo, alguns liberais preferiram adotar uma concepo de cristianismo que justifique o declnio cada vez maior de jovens e o envelhecimento de suas igrejas locais, que se isolar do mundo para jejuar e meditar, e depois sair para distribuir sopa.
Eu estaria realmente totalmente errado se fosse contra os exerccios espirituais como orao, meditao e jejum, ou ainda contra socorrer os pobres em suas necessidades. Eu sou contra, todavia, em se usar estas coisas como uma cortina de fumaa que oculta as verdadeiras causas da diminuio anual no rol de membros de igrejas liberais. Sou contra a ideia de que igrejas grandes no podem ser espirituais, comprometidas com questes sociais ou oferecer condies para a comunho de seus membros. Sou contra o conceito de que small sempre beatiful. Sou contra a idia de que se uma igreja decadente virar uma ONG, ou um mosteiro, ela legitima sua situao de declnio.
No estou defendendo o movimento de crescimento de igrejas e nem o movimento de igrejas emergentes. Muitas destas igrejas se tornaram grandes por oferecer um Evangelho distorcido, que apela para as necessidades menores e secundrias das pessoas e que deixa de tratar das maiores. Para mim, igrejas pequenas podem e tm sido uma bno. Nem sempre igrejas so pequenas porque esto morrendo. Mas quando igrejas dominadas por liberais continuam a minguar ano aps ano, enquanto aquelas que pregam o Evangelho bblico crescem, temos de procurar a causa da estagnao na teologia destas igrejas.
Em resumo, pode haver casos em que liberais se tornam seguidores da espiritualidade dos monges da Idade Mdia porque mosteiros sempre foram um escape para os que nunca quiseram ir ao mundo e ganh-lo para Cristo.

Tambm j mencionei antes algumas razes pelas quais, na minha opinio, isto ocorre. Essa semana pensei em mais duas delas, que permitem ao movimento de espiritualidade justificar a existncia de igrejas minsculas, que no crescem e que so voltadas para obras sociais. Ou seja, igrejas tpicas dos liberais. Explico.
Primeiro, o movimento de espiritualidade ataca as igrejas grandes por fomentar o ativismo e o envolvimento dos seus membros em mltiplas atividades, sem lhes deixar tempo para meditar, jejuar, ficar em silncio ou praticar as disciplinas espirituais. Alm disto, estas igrejas grandes, conforme a anlise dos espiritualistas, acabam estimulando o materialismo e a busca de posies sociais e financeiras melhores, deixando de enfocar a vida espiritual. Partindo do entendimento de que os cristos deveriam ser mais contemplativos, alguns adeptos do movimento da espiritualidade defendem uma espcie de retiro espiritual - talvez um pouco semelhante aos monges da idade mdia - como o modelo ideal de cristianismo para o mundo moderno afogado em materialismo individualista, consumismo e indiferena. Assim, igrejas minsculas, que no evangelizam, no crescem, e que vo minguando a cada ano, como as igrejas dos liberais, podem justificar esta situao de estagnao. O argumento este: nmeros no expressam qualidade e melhor do que evangelizar multides e ganh-las para Cristo usar as igrejas como uma espcie de mosteiro evanglico, parasos de contemplao e meditao, onde os crentes que ainda restam podem praticar os exerccios espirituais e se aperfeioar, enquanto esperam a morte chegar.
Segundo, o movimento de espiritualidade critica as grandes igrejas por no darem a devida ateno s questes que consideram realmente essenciais. Os espiritualistas as acusam de prosperidade, prestgio, poder e outras coisas que seriam contrrias teologia da cruz, do sofrimento, da pobreza e da renncia. Enquanto ficam pregando avivamento, crescimento, converso, as grandes igrejas esquecem dos pobres, abandonados, excludos, marginalizados que povoam as periferias e os centros das grandes cidades. Aqui, os cones so os padres e monges maltrapilhos, sem vintm, que andam pelas ruas recolhendo os bbados, os sem teto, os drogados e as prostitutas para lhes dar po, sabo e abrigo. Para eles, o Evangelho reside nisto. No Lutero ou Calvino, mas Francisco de Assis e Madre Tereza. Dessa perspectiva, igrejas liberais minguantes, cujos ltimos membros ainda saem pelas ruas noite dando o sopo aos desvalidos, podem justificar o status quo.
Bem, h vrios pontos do raciocnio lbero-espiritual que me parecem corretos. Como, por exemplo, a crtica pertinente feita mega-igrejas voltadas para prosperidade, poder e prestgio, sem tempo e sem interesse em exerccios espirituais. Aprecio tambm a preocupao para com os pobres e necessitados.
Todavia, algumas outras coisas precisam de reparo, como a teimosia dos liberais em no reconhecer que muito do esvaziamento violento sofrido nas suas igrejas nas ltimas dcadas se deve ao... liberalismo! Em vez de atacar a causa real da sangria que vem acontecendo nas denominaes onde eles dominaram os seminrios, as instituies e assumiram a sua direo, alguns liberais preferiram adotar uma concepo de cristianismo que justifique o declnio cada vez maior de jovens e o envelhecimento de suas igrejas locais, que se isolar do mundo para jejuar e meditar, e depois sair para distribuir sopa.
Eu estaria realmente totalmente errado se fosse contra os exerccios espirituais como orao, meditao e jejum, ou ainda contra socorrer os pobres em suas necessidades. Eu sou contra, todavia, em se usar estas coisas como uma cortina de fumaa que oculta as verdadeiras causas da diminuio anual no rol de membros de igrejas liberais. Sou contra a ideia de que igrejas grandes no podem ser espirituais, comprometidas com questes sociais ou oferecer condies para a comunho de seus membros. Sou contra o conceito de que small sempre beatiful. Sou contra a idia de que se uma igreja decadente virar uma ONG, ou um mosteiro, ela legitima sua situao de declnio.
No estou defendendo o movimento de crescimento de igrejas e nem o movimento de igrejas emergentes. Muitas destas igrejas se tornaram grandes por oferecer um Evangelho distorcido, que apela para as necessidades menores e secundrias das pessoas e que deixa de tratar das maiores. Para mim, igrejas pequenas podem e tm sido uma bno. Nem sempre igrejas so pequenas porque esto morrendo. Mas quando igrejas dominadas por liberais continuam a minguar ano aps ano, enquanto aquelas que pregam o Evangelho bblico crescem, temos de procurar a causa da estagnao na teologia destas igrejas.
Em resumo, pode haver casos em que liberais se tornam seguidores da espiritualidade dos monges da Idade Mdia porque mosteiros sempre foram um escape para os que nunca quiseram ir ao mundo e ganh-lo para Cristo.
Augustus Nicodemus Lopes bacharel em teologia pelo Seminrio Presbiteriano do Norte, em Recife, mestre em Novo Testamento pela Universidade Crist de Potchefstroom, na frica do Sul, e doutor em Hermenutica e Estudos Bblicos pelo Seminrio Teolgico de Westminster, na Filadlfia (EUA), com estudos adicionais na Universidade Reformada de Kampen, na Holanda. Foi chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie por dez anos e professor do Centro Presbiteriano de Ps Graduao Andrew Jumper. Atualmente pastor auxiliar da Primeira Igreja Presbiteriana de Recife, vice-presidente do Supremo Conclio da IPB e presidente da Junta de Educao Teolgica da IPB. autor de mais de vinte livros.
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