Por Escrito 2i695l
29 de maio de 2018
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Sentenas 5n3e4g
Por Levi Agreste
Juntou todos os papis interminveis, contando os nmeros incalculveis. medida que seus olhos deslizavam sobre as folhas, seus lbios se amargavam. Concluiu, revisou, releu: no havia sada. No havia dinheiro.
Com o choro engasgado, comunicou esposa e os filhos que todo o esforo financeiro que fizeram no foi suficiente. Os meses desempregado tiraram-lhes aos poucos as joias, o sof, o carro, a TV e - por fim - a casa.
Foram sentenciados rua.
Sem opes, buscaram abrigo em um prdio abandonado. Um grupo antes desconhecido geria o local ocupado com regras rgidas e horrios implacveis.
As primeiras semanas de adaptao foram difceis: a companhia indesejvel, a limitada privacidade, os servios comunitrios. Tudo comeou a melhorar quando os contatos com o grupo renderam ao pai um emprego razovel como representante de vendas e me a oportunidade de fazer uns trocados com produtos artesanais.
Gradativamente, as dvidas iam diminuindo. O pai, agarrado com unhas e dentes ao novo emprego, cresceu na carreira. A me, despertando seu potencial, organizou a fundao de uma cooperativa que multiplicou a renda das artess.
Com lgrimas dobradas fecharam o contrato de financiamento da nova casa - casa confortvel, de paredes singelas e janelas alegres. Construram ali novo lar.
Os anos se aram. As paredes se esfriaram. As janelas endureceram. Os novos residentes - descendentes daqueles primeiros - tomavam caf ao som de fundo da televiso.
...prdio ocupado irregularmente desaba aps incndio durante a noite...
O som da TV se misturava letrgica mastigao.
No se sabe ao certo quantas pessoas ainda podem estar nos escombros...
O homem da casa finalmente levantou os olhos, observando as cenas de destruio. Parou por alguns instantes, ouvindo atentamente a voz da jornalista. Quando a cena foi cortada, ele voltou os olhos para sua companheira.
Baderneiros... tiveram o que mereciam...
Levi Agreste, graduado em Letras pela Unicamp, leciona em trs escolas da regio metropolitana de Campinas, faz parte da coordenao da ONG Soprar e escreve no blog umanovaviagem.

Com o choro engasgado, comunicou esposa e os filhos que todo o esforo financeiro que fizeram no foi suficiente. Os meses desempregado tiraram-lhes aos poucos as joias, o sof, o carro, a TV e - por fim - a casa.
Foram sentenciados rua.
Sem opes, buscaram abrigo em um prdio abandonado. Um grupo antes desconhecido geria o local ocupado com regras rgidas e horrios implacveis.
As primeiras semanas de adaptao foram difceis: a companhia indesejvel, a limitada privacidade, os servios comunitrios. Tudo comeou a melhorar quando os contatos com o grupo renderam ao pai um emprego razovel como representante de vendas e me a oportunidade de fazer uns trocados com produtos artesanais.
Gradativamente, as dvidas iam diminuindo. O pai, agarrado com unhas e dentes ao novo emprego, cresceu na carreira. A me, despertando seu potencial, organizou a fundao de uma cooperativa que multiplicou a renda das artess.
Com lgrimas dobradas fecharam o contrato de financiamento da nova casa - casa confortvel, de paredes singelas e janelas alegres. Construram ali novo lar.
Os anos se aram. As paredes se esfriaram. As janelas endureceram. Os novos residentes - descendentes daqueles primeiros - tomavam caf ao som de fundo da televiso.
...prdio ocupado irregularmente desaba aps incndio durante a noite...
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