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24 de maro de 2014
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Razo, romantismo e f 1p2j6f

Fao parte de uma gerao profundamente influenciada pelo racionalismo e romantismo. O racionalismo, marcado pelos avanos do conhecimento humano nos ltimos 200 anos, tenta nos convencer que tudo pode ser explicado intelectualmente. Todos os mistrios podem ser desvendados e aquilo que no se pode provar no possui valor. O racionalismo desenha uma linha imaginria entre os que reconhecem apenas a razo e aqueles que buscam o significado da vida. Os primeiros se veem como racionais e apontam os outros como ingnuos.
De certa forma podemos pensar que o racionalismo a morte da esperana. Ao reconhecer que nossa vida no a daquilo que podemos plenamente explicar, perdemos de vista a possibilidade de nos encantarmos com o inexplicvel que nos tira as palavras e o flego. Ao usar a razo como nico crivo para as experincias da vida, reduzimos a vivncia humana s combinaes qumicas do crebro e biolgicas do ambiente perdendo, assim, o anseio pela relao com o a fora mais transformadora o amor e Deus, aquele que primeiro nos amou. Ao resumirmos a histria aos fatos palpveis nos perdemos na prpria histria. Olhamos, analisamos e explicamos a humanidade, mas sem enxergar a vida.
O romantismo uma influncia quase antagnica ao racionalismo cientificista, porm ao mesmo tempo o complementa na construo da nossa sociedade e da corrente viso de mundo. O romantismo no esperana, mas aparncia de esperana. No alegria, mas imagem de alegria. a busca por uma vida ideal, idlica e perfeita, portanto puramente imaginria. Todos os aspectos da sociedade esto influenciados pelo romantismo. A vida que se almeja nunca a sua real mas a outra. No h contentamento, mas desejo. No h satisfao, apenas busca. A famlia ideal uma imagem vista em anncios onde todos sorriem, esto sempre em movimento, o clima perfeito, todos so belos e se divertem exaustivamente. Eles no so uma famlia, mas uma ideia. E esta ideia de perfeio tem como misso tornar todas as vidas potencialmente insatisfeitas com o que so e o que tem. a morte do contentamento e a justificativa das insatisfaes.
O romantismo colabora para a construo de uma sociedade hednica onde todos buscam o prazer e narcisista que cultua o belo. O racionalismo colabora para que esta sociedade seja tambm materialista valorizando apenas o que se v e triunfalista definindo a vida pelos rasos critrios do sucesso pblico, tangvel e contbil. Busca-se uma roupa nova como quem busca o ar que respira. O novo aparelho eletrnico no apresentado como uma utilidade para o homem, mas como significado para a vida. Coisas triviais e desnecessrias am a ter maior importncia que o real sofrimento humano, a injustia social, o desespero da alma e os valores da vida. Se o racionalismo mata a esperana, o romantismo faz nascer a futilidade.
justamente nesta sociedade cada dia mais melanclica e rasa que Jesus lana o mais fascinante convite: siga-me! No um convite solto no ar ou palavra de um guia que simplesmente aponta o rumo, mas uma chamada ao relacionamento.
O convite de Jesus no promete os prazeres hednicos, as fenmenos narcisistas, as futilidades materiais ou os aplausos triunfalistas. um convite que anda na contramo das propostas irrecusveis da sociedade moderna, pois precedido por negue-se a si mesmo e tome a sua cruz. No nos convida a uma simples caminhada, mas a um corao transformado. No um eio de fim de tarde, mas o incio de um relacionamento eterno.
Possivelmente as trs convocaes mais enfticas de toda a Bblia sejam: amar a Deus, amar ao prximo e fazer discpulos. na caminhada, seguindo a Jesus, que estes fenmenos acontecem. amos a aprender a amar Deus, que primeiro nos amou; comeamos a ver os que esto ao nosso lado com olhos de interesse, compaixo e fascnio; amos a fazer discpulos para que todos nos pareamos mais com Jesus.
A caminhada de Jesus no apenas prope o rumo, mas expe o significado da vida ao longo do percurso. no caminho que nossos olhos se abrem e um relacionamento muito alm das limitadas propostas racionalistas e romnticas se apresenta. um relacionamento perceptivo, mas alm da nossa compreenso. visivelmente transformador, mas no possui uma fonte mensurvel. resultado de f, mas d significado prpria matria. No racionalista, mas confere sentido racional existncia. No romntico e fantasioso, mas real e libertador. No um encontro com seu prprio eu, mas com o prprio Criador.
Observe que o primeiro o para este relacionamento no dado por ns, mas pelo que nos convida. Ao ouvir a sua voz... siga-o. Se estiver em outro caminho... volte.
E Jesus dizia a todos: se algum quer vir aps mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Quem quiser salvar a sua vida, a perder. Mas quem que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvar. (Lucas 9.23-24)
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Ronaldo Lidrio telogo e antroplogo, missionrio (APMT e WEC) entre grupos pouco ou no evangelizados. organizador de Indgenas do Brasil -- avaliando a misso da igreja e A Questo Indgena -- Uma Luta Desigual.
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