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Para melhor ouvir a dor do outro 3a576a

Por Uriel Heckert

Que prazer esse que nos leva a ouvir a dor do outro? Essa foi a provocao que encimava o convite para um congresso de Psiquiatria. Seria um prazer masoquista, que por caminhos tortuosos nos leva a cultivar o sofrimento? Seria ruminao depressiva, que nos prende a sentimentos e situaes penosas? Seria uma personalidade melanclica, que predispe proximidade com o trgico? Seremos capazes daquele desapego de ns mesmos, suficiente para experimentarmos empatia e compaixo, podendo, ento, oferecermos alguma ajuda?

Certo que a histria de vida de cada pessoa condiciona maior aproximao ou ao distanciamento das situaes dolorosas da existncia. De qualquer forma, experincias desastrosas so impositivas e fazem-se presentes a todos. A tragdia que atinge o outro tambm minha de alguma forma, mesmo que assuma roupagens diferentes ou esteja distante no tempo. Assim, num movimento dialtico, cheio de nuances, vo se configurando atitudes de negao, rejeio, hostilidade; mas tambm de aproximao e solidariedade.

Nunca demais abordar o tema do sofrimento. Fascinados por aparentes novidades, muitas pessoas sentem-se atradas por explicaes simplistas que lhes so oferecidas maquiadas por uma lgica superficial. Uma delas, baseada em religies orientais, prope que consideremos o mal como iluso, fruto de uma deformao perceptiva; bastaria uma nova disposio mental para dilui-lo numa paz etrea, que soa utpica e distante.

Para sofrer mais? Para sofrer menos?

Crenas de natureza espiritualista, bem difundidas em nosso pas, tentam explicar o sofrimento pela necessidade do prprio sofrimento, apontando uma sequncia de culpas e castigos expiatrios que avana pela eternidade. Se o tempo da vida presente curto, outras oportunidades todos teriam, neste ou noutros planetas... Sempre para sofrer mais e mais!

Uma doce submisso s circunstncias expressaria sintonia com as foras da natureza, reconhecendo a nossa insignificncia diante da pretendida evoluo csmica. Intelectuais de inspirao estoica assim se afirmam. Outros, por via prxima, sucumbem ao niilismo, desistindo da busca por algum sentido na dor. Alguns at, em visvel contrassenso, fazem ressurgir recursos primitivos, animistas, com a pretenso de dominar poderes mgicos que seriam atuantes no Universo.

Tambm entre cristos pode-se encontrar confuso sobre o tema. H quem nos sugere acolher a dor, e mesmo a morte, como companheiras amveis, capazes de nos conduzir ao crescimento espiritual. Pensando assim, no de estranhar que se tenha proposto a busca ativa do sofrimento, por meio de penitncias e flagelaes, como meio de expiao e pretensa identificao com Cristo. Em direo contrria, aqueles de disposio triunfalista, apegam-se suficincia do sacrifcio ado por Jesus Cristo e dizem no itir que qualquer mal os acometa. Numa atitude arrogante e onipotente, pretendem repreender as foras do mal, submetendo-as aos seus caprichos. Uns querem tomar a cruz para si; outros querem um cristianismo sem cruz.

Sofrimento na Bblia

A Bblia o livro fundador da nossa civilizao e, portanto, deve servir de referncia para a considerao acerca desse assunto que nos toca to de perto. Infelizmente, muitos ainda no a leram. De qualquer forma, sentem-se autorizados a consider-la ultraada, colocando-se assim prontos a serem arrastados em direes menos confiveis. Outros a tomam superficialmente, ficando igualmente vulnerveis diante das adversidades.

Nada como voltar a J. Melhor ainda, ao prprio Jesus Cristo, aquele que nos ensina a construir nossa vida sobre a rocha que Ele mesmo. Ento, quando vierem as tragdias, elas nos encontraro bem alicerados e firmes.

Pesquisas no campo da sade tm indicado que a espiritualidade e a f so recursos valiosos e fundamentais em momentos difceis da existncia. Elas so elementos bsicos nas estratgias para o enfrentamento de situaes adversas. Ademais, tornam consistente o referencial simblico necessrio ressignificao dos acontecimentos trgicos, apontando caminhos para a superao dos mesmos.

No , porm, qualquer f que se presta a tal. A singela e simplria f na prpria f, em qualquer f, desmorona-se diante das mudanas de nimo que o sofrimento acarreta. Seus correlatos, o otimismo e o pensamento positivo, so muito bons enquanto possvel manter o entusiasmo. A tarefa de superao, deixada merc dos esforos da prpria pessoa, j combalida e extenuada no caso de enfermidade ou catstrofe, tem efeito limitado.

O que nos sustenta quando tudo desmorona e nos atinge no ntimo, desmobilizando os esquemas cognitivos, as disposies afetivas e as iniciativas da vontade? J, a despeito do seu desespero e da sua rudeza diante do prprio Deus, tinha algo bem estabelecido no seu ntimo: Eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantar (J 19:25). Ele contava com algum maior e alm de si mesmo.

Para (melhor) enfrentar o sofrimento

Um dos livros esclarecedores sobre o tema acaba de ganhar reedio: Para (melhor) enfrentar o sofrimento (Editora Ultimato). O que levou o Rev. Elben M. Lenz Csar a se debruar sobre o drama de J, anos atrs, no sabemos. O resultado, contudo, para proveito de todos. Temos em mos um excelente texto, de leitura agradvel e inspiradora. Reafirmando a inclinao do autor, a inteno no foi enveredar por uma anlise teolgica ou literria; mas extrair lies de extrema utilidade para a caminhada humana.

Publicado antes com o ttulo O sofrimento dos inocentes, o livro vai alm na abordagem do sofrimento humano: ele identifica as qualidades e virtudes na personalidade de J que o tornaram capaz de sobreviver a todas as suas vicissitudes.

Convido sua leitura. Ao lado, sugiro que tenhamos a Bblia aberta, podendo assim cotejar cada citao diretamente na fonte. Concordo plenamente com o autor: O livro de J precisa ser redescoberto e lido por inteiro; pois no h melhor compndio sobre o sofrimento humano.
  • Uriel Heckert mdico psiquiatra, mestre em filosofia pela UFJF, doutor em psiquiatria pela USP, membro do Corpo de Psiclogos e Psiquiatras Cristos (PC) e da 4 Igreja Presbiteriana de Juiz de Fora, MG.

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