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Ortodoxia e Narcisismo (parte 2) 57l1x

O narcisismo a marca do sculo. Se o sculo 19 foi marcado pela cultura racional, o sculo 20 foi o sculo da cultura teraputica. Uma cultura que, ao intensificar o individualismo, legitimou uma forma de divinizao do self. A sade mental e o bem-estar tornaram-se substitutos para a salvao. O que o ser humano busca hoje no a salvao atravs do arrependimento e f, mas o sentir-se bem e confortvel. A cultura teraputica introduziu um modelo de relacionamento que rejeita qualquer forma de julgamento, fazendo com que o indivduo crie sua prpria realidade.
No existem limites para o ego narcisista, carente e faminto. A conscincia de dever para com o outro foi substituda pelo dever que tenho para comigo. A busca pela autorrealizao, autossatisfao, autossuficincia, descrevem o frgil reconhecimento do outro. Tudo isto nos leva a viver a partir daquilo que aparente. Ns nos preocupamos mais com o exterior e no com o interior. Esta preocupao nos leva a fugir de nossa realidade pessoal mais profunda, das frustraes decorrentes de relacionamentos superficiais e frgeis, vivendo numa agitao constante, agenda cheia, negando a realidade interior e pessoal.
Os desdobramentos deste esprito narcisista e secularizado grande e profundo para a igreja de Jesus Cristo. Os lderes cristos esto cada vez mais ocupados com suas agendas e projetos pessoais na busca frentica de autoafirmao. Seus relacionamentos no so nem pessoais, nem profundos, o que os leva a cultivarem uma forma de irrealismo ministerial. Acham que esto conectados por participarem de redes sociais, mas a famlia encontra-se fragmentada e adoecida. Fazem comentrios, declaraes, que no tem nenhuma relao com a forma que vivem. justamente aqui que muitos lderes caem porque vivem a partir de uma fantasia e no da realidade.
A afirmao de Joo Batista em relao a Cristo invertida pelo esprito narcisista. Ao invs de dizer: convm que ele cresa e que eu diminua, amos a dizer: convm que ele diminua para que eu cresa. Os modelos de ministrio e de espiritualidade tm por objetivo aumentar o senso de autoimportncia, e no o contrrio. Queremos ser nosso prprio messias. Frutos do Esprito como humildade, mansido, bondade, no so buscados, muito menos desejados. A necessidade de autoafirmao to intensa que preferimos ser cercados de bajuladores do que de irmos e irms que nos ajudam a viver de forma mais verdadeira diante de Deus.
O maior obstculo para a igreja de Jesus Cristo viver em unidade como povo de Deus somos ns mesmos. Nos critrios diagnsticos para o Transtorno da Personalidade Narcisista encontramos algumas caractersticas que refletem bem o perfil da liderana crist. Segundo a Dra. Elaine Marini (com base no Manual de Diagnsticos de Transtornos n 4), este transtorno descreve Um padro invasivo de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de irao e falta de empatia, que comea no incio da idade adulta e est presente em uma variedade de contextos, indicado por pelo menos cinco dos seguintes critrios:
(1) sentimento grandioso da prpria importncia (por exemplo, exagera realizaes e talentos, espera ser reconhecido como superior sem realizaes comensurveis);
(2) preocupao com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligncia, beleza ou amor ideal;
(3) crena de ser "especial" e nico e de que somente pode ser compreendido ou deve associar-se a outras pessoas (ou instituies) especiais ou de condio elevada;
(4) exigncia de irao excessiva;
(5) sentimento de intitulao, ou seja, possui expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorvel ou obedincia automtica s suas expectativas;
(6) explorador em relacionamentos interpessoais, isto , tira vantagem de outros para atingir seus prprios objetivos;
(7) ausncia de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades alheias;
(8) frequentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia;
(9) comportamentos e atitudes arrogantes e insolentes.
O curioso que no prximo Manual de Diagnsticos de Transtornos (n 5) que ser publicado em 2012, o Transtorno de Personalidade Narcisista ser retirado. Deixar de ser uma patologia. Imagino que para estes cientistas, quando uma patologia torna-se um padro de comportamento, deixa de ser patologia e a a ser um comportamento normal. Por este critrio, muitos lderes cristos deveriam estar numa clnica, e no num plpito.
este esprito, ao meu ver, o maior inimigo identidade comum que precisamos ter como povo de Deus. Existem duas afirmaes de Paulo em sua carta a Tito que descrevem posturas distintas em relao aos lderes cristos e a formao do povo de Deus:
1. No tocante a Deus, professam conhec-lo; entretanto, o negam por suas obras; por isso que so abominveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra (1.16) A negao do conhecimento de Deus vem pela ausncia da prtica das boas obras. A f sem obras morta. Conhecimento de Deus sem a tica e a espiritualidade adequada a este conhecimento vazio. Estes lderes falam muito, agitam-se muito, mas permanecem vazios e negam a doutrina de Cristo e dividem o povo de Deus. So lderes narcisistas. Pensam mais em si do que no corpo de Cristo.
2. No furtem; pelo contrrio, dem prova de toda a fidelidade, a fim de ornarem, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador (2.10). O apelo de Paulo para que os lderes cristos embelezem a verdade do evangelho com a prtica das boas obras e da vivncia real do fruto do Esprito. Adornamos a doutrina de Deus na medida em que o mundo, ao ver a forma como amamos e servimos e a unidade do povo de Deus, reconhecer a verdade acerca de Jesus Cristo.
isto que o historiador Eusbio de Cesaria (265-339) afirma ao descrever o comportamento dos cristos em meio a uma terrvel peste. Eles eram, efetivamente, os nicos que nesta circunstncia calamitosa demonstravam com suas prprias obras, compaixo e o amor aos homens. Uns perseveravam todo dia no cuidado e no enterro dos mortos (pois eram milhares os que no tinham quem se ocue deles) e outros, reunindo num mesmo lugar a multido dos que em toda a cidade estavam esgotados pela fome, repartiam po para todos, de forma que o fato correu de boca em boca, e todos os homens glorificavam o Deus dos cristos, e convencidos pelas prprias obras, confessavam que estes eram os nicos verdadeiramente piedosos e temerosos a Deus.

Nota
Parte final do artigo baseado na preleo do autor feita no 1 Frum da Aliana Evanglica no dia 24 de novembro de 2011, em Braslia (DF).

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Pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristo de Estudos, em Braslia (DF). colunista da revista Ultimato e autor de A Espiritualidade, o Evangelho e a Igreja,Pensamentos Transformados, Emoes Redimidas eO Caminho do Corao.
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