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O perigo do populismo evanglico 5v2q4u


O populismo enquanto fenmeno poltico e o jeito populista de governar j so velhos conhecidos de parte da sociedade brasileira, pois desde a era Vargas vem marcando presena significativa na histria do nosso pas. O que relativamente novo neste cenrio um outro fenmeno que aqui chamaremos de populismo evanglico. Na essncia, os dois so a mesma coisa, a diferena esta na aparncia. Isto porque na verso evanglica este populismo aparece em uma embalagem prpria para conquistar o pblico a que se destina.

So essencialmente semelhantes por ambos se sustentarem e perpetuarem-se na figura do poltico carismtico que sabe muito bem usar o palanque nos comcios, as cmeras na TV e as ondas no rdio, meio de comunicao de massa ainda muito forte entre as classes mais suscetveis a este tipo de apelo. Uma vez eleito, o poltico populista, evanglico ou no, vai ter na sua prtica de governo um comportamento idntico em um ponto central: o uso da mquina do Estado para promover aes de curto prazo visando a resolver necessidades imediatas dos menos favorecidos, isto sem criar polticas pblicas capazes de, a mdio e longo prazo, influenciar na transformao das estruturas socioeconmicas geradoras da nossa desigualdade. Obviamente, os maiores e reais beneficirios destas aes no so sequer aqueles para quem elas teoricamente se destinam, mas sim quem as promove quando delas auferem significativo lucro eleitoral.

Este populismo assume uma roupagem evanglica quando a mesma habilidade verbal do palanque usada no plpito a servio de uma idia, que, por assim dizer, a chave mestra capaz de abrir as comportas do voto evanglico. Refiro-me especificamente ao uso que se faz do corporativismo de classe celebrizado na frase irmo vota em irmo. Com isto busca-se convencer o eleitorado a escolher um governante to-somente pelo fato de ser evanglico. Ora o discurso populista de carter puramente assistencialista, que j em si mesmo extremamente sedutor, quando acrescido desta dimenso espiritual d a este populismo evanglico uma combinao com muito poder de voto na disputa eleitoral. Esta a razo pela qual vai se vendendo sistematicamente a iluso de que, por ser o governante um evanglico, Deus naturalmente abenoar o seu governo, transformando tudo pelo poder das oraes e a liderana do seu eleito.

Esta falcia pode ser facilmente desmontada ao lembrarmos que quando escolhemos um governante os critrios desta escolha so mais amplos do que aqueles usados para escolher um lder religioso de uma igreja. Estamos elegendo algum convocado pela sociedade para dirigir um povo marcado pela pluralidade, inclusive e principalmente de crenas. No se governa uma cidade, estado ou pas simplesmente apresentando como nica credencial sua f e denominao religiosa. Existem outras qualidades que um postulante ao governo de qualquer instncia do nosso pas deve apresentar, qualidades estas que os polticos representantes deste populismo evanglico fazem questo de no trazer a cena. exatamente nesta manobra onde se verifica a clara instrumentalizao da f com fins puramente eleitorais, quebrando despudoradamente um mandamento bblico dos mais sagrados, o de no usar o nome de Deus em vo! Importa ainda ressaltar que tais polticos no teriam sucesso no fosse a cooperao dos pastores orientando os seus rebanhos a votarem cegamente no candidato ungido pelo Senhor. Reedita-se ento a histrica relao entre o rei cujo poder poltico era sustentado pelo poder espiritual do sacerdote!

Infelizmente a Igreja Evanglica como hoje se configura um terreno frtil para a proliferao deste populismo. Isto, por ser em sua maioria composta por denominaes cuja presena macia se faz sentir nas franjas sociais do nosso pas, onde existe uma populao marcada pela excluso social, presa fcil deste esquema poltico-religioso. Todavia, h uma minoria em meio a esta grande massa disposta a marcar sua posio contrria a esta onda populista, pois enxerga nela graves perigos para a Igreja e para o pas!

Eduardo Rosa Pedreira pastor da Comunidade Presbiteriana da Barra da Tijuca e professor da Fundao Getlio Vargas. E-mail: [email protected]

(Publicado originalmente em O Globo, em 01/10/2005)

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