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Opinio 3pp3w

O animal que nos tornamos 4dx4

Em um livro (That Hideuos Strength, de C. S. Lewis) encontrei um debate entre um homem e uma mulher sobre uma cena onde um gatinho dormia tranquilamente no colo de um urso. A mulher dizia que eles tinham carinho um com o outro enquanto o homem dizia que isso era apenas uma questo de interesse mtuo, que no havia essa questo de afetos entre animais.
Consultado sobre o assunto, o mestre deles falou:

Voc tem que se tornar humano antes dos desejos fsicos serem diferenciados de afeio, da mesma forma que voc tem que ser tornar espiritual antes das afeies serem diferenciadas de amor.

A beleza que vi na observao que o autor ressalta a distino entre animal, homem animal e homem espiritual. No animal, ele coloca o atendimento das necessidades bsicas como objetivo principal da vida, deixando de lado questes morais e afetivas. O ser humano animal (qumico e biolgico) tambm teria essas necessidades, acrescidas da afetividade que, em alguns casos poderiam ser mais importantes que as carncias fsicas. O homem espiritual estaria noutro patamar. Ele seria capaz de amar, se dar, deixar de lado suas carncias em funo de outro ser.

Num outro livro (The Princess and Curdie, de George MacDonald) encontrei um trecho onde uma velha princesa manda um menino colocar as mos em um fogo especial. Aps muita dor, o menino adquiriu a capacidade de, apenas pegando na mo de algum, identificar se a pessoa seria realmente humana ou apenas algum tipo de animal com corpo e linguagem humana.

Nesse texto a princesa diz que h pessoas que esto caminhando para serem animais (cada vez menos amor e cada vez mais desejos fsicos), enquanto que outras esto sendo cada dia mais gente e menos animal. Perguntada se no seria bom avisarmos aos que esto se animalizando sobre o que estava acontecendo, ela respondeu que pessoas que caminham para serem animais no percebem isso e se ofendem ao serem informadas.

Meditando nesses textos e olhando ao meu redor (e para dentro de mim), vi que concordo com os autores. O parmetro comparativo entre animal e homem, nessas questes, no de inteligncia ou sofisticao. O homem tem ficado cada vez mais elaborado na arte de convencer (marketing), de inventar e de embalar o que quer vender. Na outra ponta, os alvos dessa propaganda esto cada vez mais sendo influenciados e mais sujeitos a agirem conforme a imagens que lhes so vendidas (cada vez mais manipulados ou adestrados). Em minha opinio, as intenes das pessoas esto cada vez mais dirigidas para seus prprios interesses. Nesse sentido acho que estamos nos tornando como os gatos: sagazes, espertos, carinhosos s vezes, mas em boa parte voltados para ns mesmos. Ou seja, muitos caminhando para serem animais, educados, politicamente corretos, atenciosos, mas centrados em seus prprios interesses.

Quanto questo do homem espiritual, queria aqui distinguir o ter rituais espirituais (prtica externa com intenes predominantes de buscar soluo para nossos problemas e desejos) do ser espiritual (internamente, com disposio mental voltada para o prximo, capazes de se compadecer e sacrificar-se em prol de algum). Nesse sentido tenho a sensao de que no so muitas as pessoas espirituais. Poucas pessoas espirituais significa dizer que h poucas pessoas com capacidade de abnegao e servio desinteressado. A consequncia desagregao, fraqueza no tecido comunitrio, alta exposio s rupturas relacionais.

Diante dessas percepes (pessoais) acho que estamos cada vez mais coletivos (unidos em torno de objetivos comuns e circunstanciais, mas sem relacionamentos comprometidos com a pessoalidade) e menos comunitrios (compartilhadores, comprometidos com o prximo, altrustas).

Observando as campanhas eleitorais e as diferentes manifestaes de setores da sociedade, posso perceber que, quanto escolha do voto, predomina a agenda pessoal de cada um enquanto que os interesses da nao so destacados pela minoria.

Os lares hoje, ao que me parece, tambm esto sendo formados por agendas pessoais, sem muita disposio de sacrifcio do indivduo pelo relacionamento. Talvez por isso o ndice de separao esteja aumentando.

Peo a Deus que nos ajude a no termos uma nao de pessoas adestradas, que fazem qualquer coisa que o sistema pede para ganhar sua recompensa de bom garoto. Anseio ver muitas pessoas movidas por convices internas, por valores e pela compaixo, no atradas pelas iscas que so o dinheiro, o sucesso, a beleza fsica, o sexo, o poder.

Quanto a isso, porm, s me resta esforar-me para fazer minha parte e esperar o milagre.


Jos Miranda Filho foi presidente da ABUB (Aliana Bblica Universitria do Brasil), ministrio este ao qual ele est envolvido h mais de trs dcadas.

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