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24 de junho de 2011
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O libi de Osias e os conselhos de Paulo 14d52

O livro permeado de metforas amorosas. A mais conhecida delas, talvez, anuncia a um s tempo o modo como somos amarrados e libertos por Deus: "Atra-os com cordas humanas, com laos de amor, e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e lhes dei mantimento" (11.4). Pares antitticos compe a histria de Osias e Gmer/Deus e Israel. A resposta declarao do amado por parte daquela a quem se ama perceptvel na pergunta daquele a esta para que retorne de rasgar o corao (no sentido mais literal da expresso, resgatada a fora imagtica do ato, por vezes esvaziado de sentido ao tornar-se expresso fixa da lngua): Que te farei, Efraim? Que te farei, Jud? Porque a vossa benignidade como a nuvem da manh e como o orvalho da madrugada, que cedo a (6.4). Efmero o sentimento que ela nutre pelo amado nuvem, orvalho.
E uma vez mais ele clama: Como te deixaria, Efraim? Como te entregaria, Israel? Como te faria como ? Te poria como Zeboim? Est comovido em mim o meu corao, as minhas compaixes a uma se acendem (11.4). Queima dentro de si a chama do amor que durar a eternidade. Entristece-se pela cegueira da amada que no v que ele era quem caminhava ao seu lado e sarava as suas dores:Eu ensinei a andar a Efraim; tomando-os pelos seus braos, mas no entenderam que eu os curava (11.3).
Em alguns momentos acredito sentir um pouco da dor do amado. Se por arroubos de alegria somos tomados quando um pecador se arrepende, partilhando da festana que se faz no cu, temos, ao caminhar com Cristo, a dor pela ovelha perdida, pelo filho que pegou a sua parte na herana e se foi. Como o Deus de amor, tenho vontade de gritar aos que se perderam. No um grito exaltado pela raiva, ainda que me parea estpida a relutncia de alguns em esfolar-se mundo afora. Porm um grito desesperado de lamento e dor, por no se deixarem amar. Por sentirem-se livres fora do aprisco ou da casa do pai e sujeitarem-se lavagem que o dono dos porcos oferece cotidianamente sua manada.
Entretanto, hoje quero gritar ao filho mais velho que ficou em casa, ovelha que no abandonou o rebanho; ao que desfruta dos finos manjares da mesa do pai ou que, ao menos, poderia faz-lo. Porque o meu povo inclinado a desviar-se de mim; ainda que chamam ao Altssimo, nenhum deles o exalta (11. 8,9). Como nossa inclinao to somente para o mal, convm que nos oestemos e nos emos em amor, a fim de que permaneamos nele.
No natural que olhemos para o pecado e o desprezemos. Apenas Cristo gera em ns tal repulsa. Engana-se quem cr (e prega) que o mundo no lhe corresponde mais que a vida abnegada, que o sofrimento a melhor carreira a ser percorrida. Ilude-se, ainda, quem camufla as dvidas e cr que a santidade lhe cai qual luva. Se assim fosse, Joo, o discpulo amado, no diria por tantas vezes em sua carta, permaneam.
De modo semelhante os filhos do deserto receberam de Paulo exortao para que permanecessem vigilantes: Aquele, pois, que cuida estar em p, olhe para que no caia (1Co 10.12). De acordo com a lista citada pelo apstolo, eles precisavam fugir da idolatria, da prostituio, do tentar a Cristo e da murmurao. No que no seja necessrio nos desviar dos vcios de outrora, mas os pecados de hoje no aparecem to feios diante de ns. Antes, vm com fita para presente e so quase irrecusveis: de marcha da maconha igreja homossexual e gerao preguia, que vive s custas dos pais (para lembrar apenas algumas notcias recentes), eles atendem cada vez mais o gosto do fregus. Liberdade, liberdade!, o que gritam a todos.
A velha ttica da fuga, to bem empregada por Jos do Egito, continua sendo vlida. O melhor combate, em muitos casos, renunciar o combate. Porm fugir e vagar a esmo no parece uma boa sada. Ao jovem Timteo, Paulo aconselha: Foge tambm das paixes da mocidade; e segue a justia, a f, o amor, e a paz com os que, com um corao puro, invocam o Senhor (2 Tm 2.22). No estamos ss na luta contra o mundo, a carne e o diabo, e disso sabemos (1Pe 5.9). Portanto, busquemos a companhia dos que invocam ao Senhor.Choremos com eles, exponhamos os nossos confiltos e dvidas e deixemo-nos tratar pela comunidade de amor (diferentemente de Ananias e Safira que esconderam dela o seu pecado e foram fuminados). Por outro lado, saiamos juntos, alegremo-nos, desfrutemos da ddiva da amizade, criemos laos de amor e profundidade de relacionamentos. J dizia o sbio: Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angstia nasce o irmo (Pv 17.17). O amigo que se torna irmo no momento da angstia encontra mais lugar que o irmo que quer se fazer amigo de repente.
Outro conselho do apstolo de Tarso ao jovem Timteo o cuidado consigo mesmo e com a doutrina. Persevera nestas coisas porque, fazendo isto, te salvars, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (I Tm 4.16). O que nos parece uma opinio egosta, a princpio, , no fundo, a mais altrusta que se pode ter. A vida de um cristo o mais poderoso sermo que ele pode pregar. No se trata de ignorarmos a pregao explcita, de nos envolvermos pouco com os que sofrem ou de fazermos uma espcie de separatismo (os que esto ou no esto em Cristo), mas de nos certificarmos da firmeza da nossa f. O Senhor no nos chama a fazer a obra antes de nos chamar para si. O convite primeiro para ns. A comunho com Deus gera benefcios para ns e para os que esto nossa volta. Mais do que isso, produz salvao.
Finalmente, a confisso contnua e a certeza da graa perdoadora impede-nos de tropear. A chamada de Deus para o seu povo em Osias era: Converte-te, Israel, ao Senhor teu Deus; porque pelos teus pecados tens cado (14.1). Sabemos que nossos pecados nos separam de Deus. Assim, clamemos para que ele nos d um corao humilde e arrependido, para que nos mantenhamos ao seu lado. E que ele nos converta de nossos maus desgnos. Sobretudo no nos esqueamos que, com grande amor, ele nos amou e continua nos amando; que est em busca da ovelha que se perdeu ou do filho que partiu e, mais do que ns, lamenta que eles no estejam em seus braos.
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Mariana Furst tem 29 anos, mestre em Teoria Literria pela UFMG, professora de francs e estuda no Centro Evanglico de Misses.
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