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Msica, contemplao e profetismo: o papel do artista cristo no cuidado da criao 1o2rm

Entrevista com Carlinhos Veiga | Por Phelipe Reis
A urgncia e a seriedade das temticas ambientais esto chamando cada vez mais ateno. Entre a comunidade cientfica internacional cada vez maior o consenso de que o planeta est em processo de falecimento. Algumas igrejas e organizaes crists, aos poucos, se debruam sobre o tema, tanto pelos impactos das mudanas climticas para a vida humana, como tambm, e principalmente, por uma perspectiva mais ampla da misso, que compreende a reconciliao de toda a criao de Deus.
No campo da arte, especialmente na rea musical, no so poucas as canes que falam das belezas da criao de Deus. No segmento cristo, se destaca a discografia de mais de vinte anos de trabalho do msico goiano Carlinhos Veiga como uma rica vitrine sonora das belezas do cerrado, dos mangues, das matas do Tumb, da Terra. Carlinhos canta as cores, cenas, cheiros e sabores da criao de Deus com uma boa mistura de MPB, nuances urbanas e msicas regionais, com sua tradicional viola caipira.
Colecionando nove trabalhos autorais, diversos prmios em festivais de msica, dezenas de apresentaes em espaos de cultura no Brasil e no exterior, Carlinhos Veiga conversou com a gente sobre a concepo de seu primeiro trabalho musical solo, intitulado Terra (1995), e contou como uma msica inspirada em Gnesis foi premiada como a melhor cano em um festival de msica popular.
Na compreenso de Carlinhos, o artista cristo carrega um chamado proftico para realizar a misso de Deus. A partir de sua experincia como msico e como pastor na Igreja Presbiteriana Lago Norte, em Braslia, ele tambm conversou sobre o papel da igreja e do artista cristo diante da realidade de degradao ambiental. Confira o bate-papo:
Sua msica Terra foi premiada como melhor cano no Festival BEG Natureza, em Goinia (GO). Voc comps a msica especificamente por causa do festival? Conte quando e como foi o processo de composio da msica.
Carlinhos Veiga A msica foi gestada depois de algumas aulas no Centro Evanglico de Misses, em Viosa, MG. Estvamos lendo e estudando sobre as repercusses do primeiro Congresso Brasileiro de Evangelizao, ocorrido em BH, no ano de 1983. Alguns textos me chamaram a ateno pela preocupao com o meio ambiente, coisa que at ento eu no havia entendido como um tema relevante nas Escrituras. Foi da em diante que comecei a procurar mais informaes sobre o tema. Quando terminei o curso e voltei para Goinia, minha cidade natal, vi que o Banco do Estado de Gois havia criado esse Festival BEG Natureza. Inscrevi a cano feita em Viosa e, para minha surpresa, ela foi escolhida a melhor cano - segundo lugar num festival que no teve primeiro lugar. Mas essa outra histria
Aps o festival, voc gravou o lbum intitulado Terra, em 1995. Fale sobre a concepo deste lbum.

Carlinhos Veiga Sim. Os anos que ei em Viosa foram muito frteis em termos de composio musical. Muitas leituras, muitos contatos com pessoas diferentes, muitas viagens a congressos, como o CLADE 3, em Quito, Equador. As canes estavam engavetadas. Com o prmio do festival decidi gravar meu primeiro lbum solo. Como na poca eu integrava o Expresso Luz, tudo o que eu fazia desembocava no grupo. Mas algumas canes no cabiam bem no repertrio do Expresso. Somou-se a isso o fato de que o amigo lben, j falecido (no o reverendo, da Ultimato, mas um companheiro de sonhos com a msica) havia se mudado para Goinia e juntos havamos montado um estdio de gravao. Tudo cooperou para que o lbum fosse gravado.
Terra: irm, me ou amiga? Ou um pouco de cada coisa? Por qu?
Carlinhos Veiga Algumas pessoas pensam que fao uma referncia Patcha Mama (Me Terra) dos povos andinos. No nesse sentido que compus a cano. Para os indgenas, a terra vista como uma entidade divina e, portanto, deve ser adorada. Ns, cristo, no concordamos com esta viso. Quando fiz a msica pensei em expressar, numa linguagem potica, os primeiros captulos de Gnesis. Deus o Pai, cria o cosmos, a terra e tudo o que nela h, inclusive ns, seres humanos. Porm, diferenciadamente, os seres humanos foram criados imagem e semelhana de Deus. Por isso na cano chamo a terra de irm, porque somos igualmente criao de Deus, o Pai. Mas, ao mesmo tempo, Deus toma a terra e dela forma o Ado, o homem portanto, numa expresso meramente potica, no teolgica, chamei a terra de me. A terra no foi colocada na cano como igual a Deus, claro, porque foi gerada pelo Deus Criador. Mas o sentido que quis dar para me aqui, o fato de o homem ter sido criado por Deus a partir da terra. A chamo tambm de amiga, porque essa deve ser a relao que precisamos manter como cuidadores da criao de Deus, como jardineiros do Senhor. Nos alimentamos da terra que generosamente nos d o alimento a partir da semente lanada. Precisamos cuidar da criao de Deus com generosidade e gratido.
Mesmo sendo nossa irm, me e amiga, por que nossa relao com a Terra de injustia e de desprezo?
Carlinhos Veiga Porque no temos sido fiis a Deus e misso que nos foi dada por Ele. Toda a Criao no nossa, dele. Ele nos colocou como cuidadores do jardim. Mas tomamos o jardim como se fosse nosso e dilapidamos a criao de Deus de maneira egosta e perversa. Enquanto isso toda Criao sofre, inclusive ns, seres humanos. Onde o pecado se instala, as consequncias so danosas. A Bblia nos adverte claramente: o salrio do pecado a morte! Onde prevalece o pecado do homem, sua rebeldia contra Deus, os sinais sero morte e destruio.
> Que tal fazer uma pausa na conversa e ouvir a cano Terra?
Sua msica fala de chorar a tristeza e gritar a agonia que a Terra sofre. Isso uma prtica da igreja evanglica brasileira?
Carlinhos Veiga Creio que de forma geral ainda no. Existem cristos conscientes que a misso de Deus envolve o cuidado com a criao de Deus e se engajam em projetos de conscientizao e recuperao do meio ambiente. Mas no muito comum. Devamos chorar mais e agir mais em prol da preservao do nosso planeta, que aos poucos vai se acabando por negligncia e omisso de todos ns.
Vrias de suas canes descrevem a beleza da criao de Deus. Alm da contemplao, voc acredita que arte tambm pode cumprir um papel proftico de crtica nossa realidade de destruio da natureza?
Carlinhos Veiga Sem dvida alguma. O artista um profeta do nosso tempo.
No seu dia-a-dia, como sua relao com o meio ambiente, no sentido de cuidado da criao?
Carlinhos Veiga Tenho buscado cada vez me conscientizar mais, buscando aes para a minha vida pessoal que reflita esse cuidado. Mas, confesso, que no fcil, especialmente quando estamos envolvidos num sistema que caminha em sentido contrrio. Questes como o cuidado com o lixo, evitar o descartvel, tratar duramente com o consumismo, so princpios que todos poderamos adotar.
Questes ambientais, como aquecimento global e mudanas climticas, esto no centro do debate mundial. Quanto a estes assuntos, onde a igreja evanglica brasileira est e onde precisa chegar?
Carlinhos Veiga Por um lado, temos sido inseridos nesses debates por meio de ONGs crists e outras organizaes que tem despertado a igreja quanto ao assunto. Por outro, temos feito a voz do Evangelho ser ouvida por meio dessas organizaes e pessoas que ocupam lugares de destaque e tem sua voz ouvida nos espaos de debate. Creio que outros movimentos precisam ser criados. De certa forma tenho pensado que um evento que trate sobre Arte, Meio Ambiente e F Crist tambm possa colaborar no despertamento de outras pessoas para esses temas urgentes.
A teologia da igreja evanglica brasileira tem algo a acrescentar para o debate contemporneo acerca das questes ambientais?
Carlinhos Veiga Sem dvida alguma. A meu ver, s o evangelho pode trazer luz para os temas contemporneos. Mas precisamos nos sentar e trabalhar uma teologia que contemple tambm essas reas da contemporaneidade.
De forma prtica, como voc acha que a igreja pode contribuir para que tenhamos uma sociedade ecologicamente mais sustentvel?
Carlinhos Veiga Inicialmente fazendo o que est ao nosso alcance. Lidar dentro das comunidades com essas questes, ensinar biblicamente, orientar, convencer, orar sobre essas questes, agir em nossas cidades. Depois, ou quem sabe ao mesmo tempo, falar sobre isso, atuar na sociedade, nas reas que ocupamos, escrever, compor canes, pintar quadros, ensinar nas escolas, nas universidades, tratar do tema responsavelmente. No adianta adotarmos um discurso e continuarmos gastando centenas de copos descartveis aps o culto. preciso coerncia.
Deixe um recado os artistas cristos que desejam cumprir sua parte na misso de cuidado com a criao de Deus.

Carlinhos Veiga
Precisamos estar sensveis aos desafios de nosso tempo. Eles so muitos e diversos. A questo do meio ambiente uma das pautas urgentes e a igreja deve se posicionar tendo os ensinamentos bblicos por orientao. O artista cristo precisa compreender seu chamado proftico e sua arte como mensagem para o mundo. Os profetas do Antigo Testamento foram voz de Deus sobre assuntos espirituais, sociais, econmicos, ambientais, etc. Essa vocao proftica, ainda hoje, no pode ser abandonada. A arte produzida com qualidade e beleza tem uma penetrao incrvel na sociedade, repercutindo valores, formando opinies. Os artistas cristos devem levar a mensagem do Evangelho em sua arte, trazendo luz sobre esses desafios atuais. O cuidado com a criao um desses temas urgentes. Ler a Bblia, compreender sua mensagem, anunci-la por meio do trabalho artstico um dever que compete a quem, de Deus, recebeu o dom e a vocao. Entendo que o nosso chamado primeiro no para o entretenimento, mas para obedientemente realizar a misso de Deus. Por isso, mos obra!

Participe do festival Arte, Meio Ambiente e F Crist
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Fotos: Marcia Foizer; Jordana Barale.

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