Apoie com um cafezinho
Ol&aacute visitante!
Entrar Cadastre-se

Esqueci minha senha 14113k

  • sacola de compras

    sacola de compras 142f1e

    Sua sacola de compras est vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras 142f1e

    Sua sacola de compras est vazia.

Por Escrito 2i695l

Medicina e misso: os desafios teolgicos e prticos nos cuidados de sade 3f4o1m

Por Andrew Sloane

A medicina praticada em muitos contextos diferentes, com os distintos aos recursos (incluindo "planta" fsica e infraestrutura, mo de obra, opes diagnsticas e teraputicas, etc.) e em contextos sociais e econmicos bastante discrepantes.

Alm disso, um empreendimento caro, sendo que at mesmo os pases ricos ocidentais lutam para acompanhar a ascenso dos custos nos cuidados de sade. tambm moralmente pesado e moralmente complexo parte dessa complexidade est associada aos custos de tratamento e importncia relativa da medicina em relao s outras necessidades sociais e econmicas.

E, o mais importante para nossos propsitos, tambm a rea na qual a igreja investiu substancialmente, como uma forma de expressar cuidado para com os fracos e vulnerveis e cumprir a misso de Deus no mundo.1 Vale a pena, ento, gastar um pouco de tempo para entender o mundo da medicina e como devemos pensar e responder a ele.

Medicina no Ocidente

Medicina Ocidental" um contexto de riqueza e privilgio. Compreende uma rede interligada de servios e infraestruturas que tornam possveis cuidados sofisticados, envolvidos em arranjos sociais complexos e delicados sem os quais a sua prtica inimaginvel.
A medicina em tais contextos, embora altamente eficaz, enfrenta uma srie de presses:
- envelhecimento da populao e aumento dos custos de sade;
- nfase nas tecnologias mdicas sofisticadas custa dos cuidados prestados aos doentes;
- o aumento da burocracia e do controle nos padres de tratamento e prescrio, em parte impulsionados pela "eficincia" dos cuidados de sade;
- as questes de "objeo de conscincia e o papel dos valores religiosos na prestao de cuidados de sade; e,
- cuidados de fim de vida.

Essas presses so geradas por uma estranha mistura de foras culturais e tcnicas: noes "biomdicas" reducionistas (em que sade e doena so vistas como questes primariamente biolgicas, sujeitas ao controle mdico), juntamente com a crena na competncia ilimitada da tecnologia (a qual presume que deve haver uma resposta mdica a cada problema humano) e um consumismo mdico irrefletido (o que pressupe que se eu quiser e puder pagar ou conseguir que algum pague por ele ento no h nenhuma boa razo para no ter).

A medicina deixa de ser uma profisso (uma prtica moralmente significativa, envolvida por agentes morais e para fins morais) e torna-se um produto biomdico a ser consumido o qual visa a "sade" (cura), ocorrendo o eclipse do sofrimento e da limitao pessoal (aperfeioamento). Ela se torna uma empresa idlatra, incorporando os falsos valores das naes "desenvolvidas".2

Alm disso, no h uma linguagem moral compartilhada com a qual se engajar em conversas significativas. O discurso pblico reduzido a discusses rasas" sobre a utilidade e a maximizao da escolha individual (sem a noo de que tais escolhas deveriam ser direcionadas para certos desfechos ou limitadas por valores objetivos). A natureza moral e relacional da medicina como encontro interpessoal perdida e as questes pessoais e sociais mais amplas so ignoradas, ao mesmo tempo em que os custos e desigualdades na sade aumentam. A meu ver, estas tendncias continuam, e vem se tornando mais fortes medida que vemos mais expressa a defesa da eutansia ao mesmo tempo em que a morte torna-se mais "tecnologizada"3, maior presso sobre os direitos dos profissionais de sade "objeo de conscincia quanto a prestao de servios especficos e presso crescente sobre oramentos de sade.

Alm disso, a igreja no Ocidente perdeu sua voz. vista como uma instituio inerentemente reacionria, desesperada para agarrar-se ao seu poder decrescente atravs de interferncia ilegtima com as escolhas sexuais e reprodutivas das pessoas e seu direito de determinar a maneira e o momento de suas prprias mortes.4 Isso lamentvel, pois a igreja tem uma contribuio importante a fazer, desafiando a ideia de que podemos (e devemos) controlar todas as circunstncias da vida humana, chamando as pessoas a reconhecer que os seres humanos so limitados, finitos, vulnerveis e mortais e que nossas polticas e prticas de sade precisam reconhecer isso ao invs de buscar escapar s limitaes da condio humana. Tal perspectiva beneficiaria uma prtica mais humana e sustentvel da medicina (e rea da sade, em geral).

Medicina nos Pases em Desenvolvimento

As coisas so muito diferentes nos pases em desenvolvimento.5 As restries de recursos em tais ambientes so muito pessoais, assim como as complexas foras sociais e econmicas que contribuem para a carga global de doenas e complicam a prestao de servios.6 Os problemas que a medicina tem que enfrentar nesses contextos so, em grande parte, social e economicamente determinados. Como estudante de medicina na dcada de 1980, a nica pessoa que vi morrer de tuberculose estava em um pequeno hospital rural na ndia na verdade, ele era o nico paciente que eu j vi com tuberculose severa ativa.

O papel da igreja aqui tambm est se tornando mais complicado. No ado, hospitais missionrios cristos poderiam esperar um monoplio efetivo na prestao de cuidados de sade aos pobres.7 Isto levou a algumas maravilhosas oportunidades para demonstrar a realidade do Reino de Deus no cuidado dos pobres e vulnerveis, bem como ocasies para a proclamao de fato. claro que houve muitos abusos e erros na prtica, especialmente quando a misso estava em harmonia com as agendas coloniais, deixando um legado infeliz com o qual devemos agora lutar. No entanto, tambm levou a alguns legados maravilhosos em que a igreja pde ser vista como um agente de esperana e transformao, e lugar onde o amor de Deus pode ser encontrado.

H ainda muitos lugares onde as pessoas no tm o razovel a servios de sade veis e sustentveis, algo que a igreja precisa continuar visando, como tem feito durante sculos. A Igreja tambm precisa continuar o trabalho fundamental de ajuda e desenvolvimento que ir promover a melhoria da infraestrutura e do capital social que permitam uma prestao mais ampla e mais justa de cuidados mdicos significativos; e deve tratar da "fuga de crebros" a perda de profissionais de sade competentes e bem treinados dos pases em desenvolvimento para o Ocidente, um fenmeno que tragicamente espelha o fluxo lquido de dinheiro do sul global para o norte, apesar do fluxo de ajuda para o sul.

No entanto, a perda do monoplio efetivo dos servios de sade tambm precisa ser abordada no excluir outros provedores de tais contextos, mas demonstrar mais uma vez a contribuio nica que a igreja pode fazer.

H vrias formas de isso acontecer, mas deixe-me mencionar uma: cuidados paliativos. A necessidade clara e grave.9 Se os servios de cuidados paliativos so desiguais e inadequados no Ocidente (e eles so), eles so quase inexistentes em alguns pases em desenvolvimento. Existem, naturalmente, muitas grandes histrias de tais cuidados (como os Missionrios da Caridade em Calcut). No entanto, muito mais precisa ser feito, e a igreja tem uma posio singular, dada a importncia das redes de cuidados e apoio social para bom cuidado paliativo, o qual em grande parte precisa ser feito em contextos comunitrios ao invs de hospitais.

Medicina nas Economias Emergentes

A meno da ndia, naturalmente, levanta a questo das economias tecnolgicas emergentes. No h espao suficiente aqui para todos os comentrios, apenas uma observao sobre a crescente prtica do turismo mdico, e os encargos e oportunidades que isso gera para os sistemas de sade.10 Surgem questes particularmente urgentes em relao a tratamentos experimentais ou controversos e problemas de superviso, aprovao tica, e assim por diante, associados a eles. A comercializao de tero de substituio apenas uma dessas indstrias; outras incluem cirurgia de transplante (e coleta de rgos) na China, terapias no comprovadas com clulas-tronco e servios de fertilizao in vitro em geral. difcil saber exatamente o que a igreja pode fazer em relao a essas questes.

Respostas sugeridas

O mundo da medicina complexo, e h muitos e variados desafios que a igreja precisa abordar.

No Ocidente, precisamos considerar como nosso compromisso com a tecnologia e a escolha individual impulsiona abordagens consumistas pouco saudveis medicina e o que ns, como aqueles chamados misso de Deus no mundo, podemos fazer e dizer para contrapor isso.

Nos pases em desenvolvimento, precisamos considerar como nossa personificao da paixo de Deus pela justia e a preocupao com os pobres pode formar comunidades saudveis, qual papel o cuidado mdico deve desempenhar nisso e como navegar no cenrio de mudana das economias emergentes.

Todos esses desafios exigem que aqueles que pensam sobre misso e se engajam em sua prtica reflitam cuidadosamente e teologicamente sobre a natureza e os objetivos da medicina e os variados contextos nos quais ela praticada.

Tambm importante que os lderes cristos encontrarem figuras-chave que estejam dedicadas aos cuidados de sade apoi-los na sua misso vital, identificar as presses particulares que enfrentam e ajud-los a pensar teologicamente sobre a sua prtica nos cuidados de sade.

claro que isso exige que os lderes cristos sejam capazes de oferecer tanto um cuidado pastoral eficaz para os trabalhadores da rea da sade quanto uma teologia relevante para este setor. Sem esse pensamento e ao cuidadosa e disciplinada, a teologia da igreja e a prtica da misso sero empobrecidas.

Traduzido por Ana Berqu Peleja Eller
Texto originalmente publicado em http://evangelicalfocus.com/blogs/2426/Andrew_Sloane_Medicine_and_Gods_Mission_to_the_World

Andrew Sloane professor efetivo de Antigo Testamento e Pensamento Cristo e Diretor de Estudos de Ps-Graduao no Morling College, na Austrlia. Graduado como mdico antes de se direcionar para o ministrio e, posteriormente, para a educao teolgica. Seu livro mais recente Vulnerability and Care: Christian Reflections on the Philosophy of Medicine (Londres: Bloomsbury T&T Clark, 2016).

Leitura adicional
Tentei abordar as questes teolgicas e suas implicaes para a prtica da medicina no Ocidente e nos pases em desenvolvimento, tendo como base o livro de Andrew Sloane, Vulnerability and Care: Christian Reflections on the Philosophy of Medicine (Londres: Bloomsbury T&T Clark, 2016)

O livro de Neil Messer, Flourishing (Grand Rapids: Eerdmans, 2013)
vale a pena ser lido, apesar de discordar dele em algumas questes fundamentais.

Discusses teis sobre algumas questes bioticas importantes podem ser encontradas em John Wyatt, Matters of Life & Death (Nottingham: IVP, 2009).

Excelentes recursos para material sobre questes globais em medicina, com foco na igreja e sua misso, podem ser encontrados no jornal online de o gratuito Christian Journal for Global Health: http://journal.cjgh.org/index.php/cjgh.


Notas
1. Deixem-me fazer uma observao, desde o incio, que no vou defender a legitimidade da medicina como um chamado e prtica ou que uma importante expresso e contribuio para a misso de Deus no mundo. Isso ser inferido apenas, mas claramente justificado na literatura. Veja, por exemplo, Edmund D. Pellegrino e David C. Thomasma, Helping and Healing: Religious Commitment in Health Care (Washington: Georgetown University Press, 1997); The Christian Virtues in Medical Practice (Washington: Georgetown University Press, 1996); John Wyatt, Matters of Life & Death: Human dilemmas in the light of the Christian faith (Nottingham: IVP, 2009); Neil G. Messer, Flourishing: Health, Disease, and Bioethics in Theological Perspective (Grand Rapids: Eerdmans, 2013).

2. Para saber mais sobre isto, veja, entre outros, Stanley Hauerwas, Naming the Silences: God, Medicine, and the Problem of Suffering (Grand Rapids: Eerdmans, 1990); Suffering Presence: Theological Reflections on Medicine, the Mentally Handicapped, and the Church (Edimburgo: T&T Clark, 1986); Gerald P. McKenny, To Relieve the Human Condition: Bioethics, Technology, and the Body (Albany: University of New York Press, 1997); Joel Shuman and Brian Volck, Reclaiming the Body: Christians and the Faithful Use of Modern Medicine (Grand Rapids: Brazos, 2006).

3. Para isso, veja, Jeffrey P. Bishop, The Anticipatory Corpse: Medicine, Power and the Care of the Dying (Notre Dame, IN: UNDP, 2011); Atul Gawande, Being Mortal: Medicine and What Matters in the End (New York: Metropolitan Books, 2014).

4. H, infelizmente, certa verdade em tais crticas. verdade que muitos crticos conservadores ferozes da "cultura da morte" esto profundamente preocupados com o bem comum e com a dignidade e o valor de todas as pessoas, incluindo as mais vulnerveis. No entanto, h tambm pelo menos um elemento de lamentar uma hegemonia moral perdida que torna nossas outras preocupaes discutveis. Precisamos aprender novas maneiras de conduzir essas conversas e assegurar que nossas preocupaes so - e so vistas como sendo - mais amplas do que as habituais sobre sexo e sobre incio e fim da vida.

5. Nota do Editor: Veja artigo de Joel Edwards e Goeff Tunnicliffe intitulado "Micah Challenge International" na edio de maro de 2015 da Lausanne Global Analysis.

6. Andrew Sloane, Love in a time of Ebola - reflections on theology of medicine in resource challenged environments", Christian Journal for Global Health 3, no. 1 (2016).

7. Steffen Flessa, Christian milestones in global health: the declarations of Tbingen, Christian Journal for Global Health 3, no. 1 (2016); Future of Christian health services an economic perspective, Christian Journal for Global Health 3, no. 1 (2016). Vale a pena notar seus argumentos sociais e econmicos para a necessidade de cuidados de sade universais, alm dos amplamente teolgicos e filosficos que outros e eu temos desenvolvido (ver Sloane, Love in a time of Ebola, citado acima).

8. Christoffer H. Grundmann, Sent to heal! About the biblical roots, the history, and the legacy of medical missions, Christian Journal for Global Health 1, no. 1 (2014). Devo frisar meu desacordo com sua teologia sobre sade / medicina; ele, porm, faz algumas boas observaes histricas.

9. Worldwide Palliative Care Alliance, Global Atlas of Palliative Care at the End of Life, (Londres: OMS, 2014).

10. Noree, Thinakorn, Johanna Hanefeld e Richard Smith, Medical tourism in Thailand: a cross-sectional study. Bulletin of the World Health Organization 94, no. 1 (2016): 30-36.

Leitura adicional
Tentei abordar as questes teolgicas e suas implicaes para a prtica da medicina no Ocidente e nos pases em desenvolvimento, tendo como base o livro de Andrew Sloane, Vulnerability and Care: Christian Reflections on the Philosophy of Medicine (Londres: Bloomsbury T&T Clark, 2016)

O livro de Neil Messer, Flourishing (Grand Rapids: Eerdmans, 2013) vale a pena ser lido, apesar de discordar dele em algumas questes fundamentais.

Discusses teis sobre algumas questes bioticas importantes podem ser encontradas em John Wyatt, Matters of Life & Death (Nottingham: IVP, 2009).

Excelentes recursos para material sobre questes globais em medicina, com foco na igreja e sua misso, podem ser encontrados no jornal online de o gratuito Christian Journal for Global Health: http://journal.cjgh.org/index.php/cjgh.

QUE BOM QUE VOC CHEGOU AT AQUI. 223i1k

Ultimato quer falar com voc.

A cada dia, mais de dez mil usurios navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, alm do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bblicos, devocionais dirias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, alm de artigos, notcias e servios que so atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Por Escrito 6eg44

Opinio do leitor 1t5dh

Para comentar necessrio estar logado no site. Clique aqui para fazer o ou o seu cadastro.
Ainda no h comentrios sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda no h artigos publicados na seo "Palavra do leitor" em resposta a este texto.