Ela tornou visvel o Deus invisvel 3t492

Deus ouve os sussurros quando queremos servi-lo

Obiturio
Maria Juraceia Ferreira
10/7/1970 28/3/2025

Escrito por amigos da Jura

Jura, como era conhecida, faria 55 anos no dia 14 de julho de 2025.

Estudou contabilidade e trabalhou alguns anos em sua cidade. Tambm estudou Teologia e Misses no Seminrio Teolgico Batista do Litoral Paulista, onde foi voluntria. No terminou esse curso.

Desde os 17 anos, conviveu com o diagnstico de miastenia gravis e, mais tarde, algumas comorbidades. Fez uso de prednisona por quase 40 anos. Ainda jovem, precisou aposentar por questes de sade.

Uma forte chama missionria ardia em seu corao. Alm de conselheira bblica, era tambm mobilizadora em misses.

Enquanto a sade permitiu, Jura serviu em misses de curto prazo. Em 2008, apoiou o pastor Moacyr Jnior e sua famlia na revitalizao de uma igreja no Rio Grande do Sul, tendo a oportunidade de servir l por mais um perodo posteriormente a mesma igreja que veio a apoi-la mais de perto ( distncia) desde a pandemia. Nos ltimos meses de vida, Jura participou virtualmente dos cultos e at de um pequeno grupo dessa igreja. Nas reunies da liderana, os irmos faziam questo de colocar o vdeo s para que ela pudesse acompanhar. Era respeitada como missionria e lder, e amada como se fosse uma pessoa da famlia. Numa gerao de cristos distrados, foi um grande privilgio servir com uma pessoa apaixonada por Jesus. Se eu tivesse que resumir: Jura foi uma pessoa que tornou visvel o Deus invisvel, testemunhou recentemente o pastor Andr Lus Teixeira, da Igreja Batista Conexo, em Guaba, RS.

Em 2011, Jura foi ao CEM (Centro Evanglico de Misses), em Viosa, MG, no feriado de Carnaval, para participar do EMEP (Encontro Missionrio Estudantil e Profissional). Ela trocava e-mails com a Tonica, havia lido e se apaixonado por sua biografia Eu, um missionrio?. Depois do EMEP, o encontro das duas resultou numa sondagem para que Jura fosse para o CEM servir como auxiliar de deanato. Ela se sentiu muito honrada e impactada. Sussurrou no ouvido da amiga Andrea: Que vontade de poder voltar ao CEM, ar mais tempo ali, servir! H tanto para ser feito e h tanto em meu corao!. Semanas depois, quando Tonica formalizou o convite, Jura voltou Andrea: Deus ouviu meu sussurro aquilo que nem chegou a ser uma orao! Deus ouve os sussurros quando queremos servi-lo.

Volta e meia essa reflexo sobre os sussurros de Deus compunham as falas da Jura.

Uma das maiores alegrias da vida dela foi servir no CEM, aos alunos, e ao lado de pessoas que ela irava profundamente. Ficou por pouco tempo. Em 2012, quando saiu para as primeiras frias, sua enfermidade havia se agravado, impedindo seu regresso a Viosa. Nas palavras da Tonica, Jura era uma pessoa cheia de f, misericrdia e coragem. Uma verdadeira serva do Senhor.



Em seu tempo em Viosa, fez amizades para a vida. No pde seguir para os campos brancos para a ceifa, mas intercedeu, com compromisso e fidelidade, pelos missionrios que ajudou a formar, e outros mais. Jura foi uma dessas pessoas que voc sempre quer ter por perto. De um sorriso largo e sempre bem-humorada, fazia com que as pessoas ao seu redor sempre se sentissem acolhidas, amadas e respeitadas, relata Lea Ferreira, uma dessas amizades.

As experincias no Rio Grande do Sul e no CEM foram o regozijo ministerial da Jura uma enorme realizao! Sonhos quase impossveis diante da severidade da miastenia, mas que Deus lhe concedeu realizar. Ela gostava de sonhar muitos sonhos relacionados ao avano do reino. Seu e-mail era: [email protected] .

H pouco mais de dez anos, a doena foi se agravando cada vez mais e a maneira como Jura serviu foi online, com mobilizao, aconselhamento, oraes e encorajamento. A doena no roubou sua alegria. Continuava fazendo o que lhe era possvel fazer. Na rea de intercesso, prestou servios voluntrios Interserve, organizando reunies de orao em So Paulo e coletando motivos de orao junto aos missionrios.

Sempre esteve envolvida com o ministrio da Ultimato. Foi amiga, leitora, intercessora e divulgadora. Em 2018, teve seu testemunho de converso publicado na revista. Participou assiduamente das lives de Dilogos de Esperana. Nos ltimos meses, orou diariamente pela sade da diretora da Ultimato, para quem enviou o significativo versculo, dias antes de sua partida para estar com Cristo: Teu amor melhor que a prpria vida; com meus lbios te louvarei (Sl 63.3).

Sua converso se deu aos doze anos, quando Areli, uma colega de sala de aula, presenteou-a com um Novo Testamento. Jura comeou a leitura em Atos e logo fez uma lista com 30 perguntas para sua amiga, que, apertada com tanta curiosidade, a conduziu a seu pai - Geraldo Avila -, pastor batista do bairro. Ela escreveu em 2018:
E l se vo 35 anos, e no teve um dia sequer que tenha me arrependido de ter tomado essa deciso. [] Mesmo diante das lutas do dia a dia, posso dizer com toda a certeza: Sou feliz com Jesus, meu Senhor!. Aleluia!!

Como escreveu outra amiga, por quem Jura intercedeu por mais de 20 anos: Jura, voc pensa que no pde ir ao campo missionrio, mas voc foi mais do que muitos de ns. Voc foi ao campo pela orao, com o joelho no cho. Tantos que no campo esto tiveram voc na intercesso.

• Produzido por amigos da Jura em 31 de maro de 2025. Colaboradores: Andrea Esprito Santo, Andr Lus Pereira Teixeira, Antonia Leonora van der Meer (Tonica), Dlnia Bastos, Klnia Fassoni e Lea Ferreira.

---

REVISTA ULTIMATO COMO VIVEM OS QUE TM ESPERANA
Com a matria Como vivem os que tm esperana, Ultimato quer colocar Cristo no centro e enfatizar que a vida dos que tm esperana atrai outros para a Esperana. Quer lembrar que a comunidade dos que tm esperana deve ser uma ponte para aqueles que am por necessidades, cuja esperana para o futuro no sustentada pela experincia de bno no ado, que no conheceram cura, ou f, ou prosperidade e que no tm esperana.

disso que trata a matria de capa da edio 412 da revista Ultimato. Para , clique aqui.

---

Saiba mais:
Eu, um Missionrio? Quando o jovem cristo leva a srio o seu chamado, Antonia Leonora van der Meer
O Discpulo - Um chamado para ser como Cristo, John Stott e Tim Chester
Trinta perguntas e muita sede, por Maria Juracia Ferreira