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Opinio 3pp3w

Batendo porta 40154j

As pretenses humanas auto-suficincia e a sua constante tentativa de transpor limites naturais e legais tem ocupado a minha cabea nas ltimas semanas, e por isso volto a falar de Nrnia. O assunto parece bvio, mas ele se impregna de tal forma no nosso dia a dia que s um C.S. Lewis e suas Crnicas para nos fazer enxerg-lo.
Podemos reconhecer esse esforo em vrias histrias bblicas nas quais Lewis certamente se inspirou direta ou indiretamente desde o Antigo Testamento: Jonas ultraou seu limite, quando se achou mais capaz de julgar Nnive do que Deus. Sanso achava que podia confiar em Dalila e revelar seu segredo. Ele ou do limite da boa-f. O povo judeu se achava capaz de alcanar o Cu e construiu uma Torre, ultraando o limite do humano e sua linguagem. Caim se achava no direito de usurpar o favor divino, matando o seu irmo, que lhe parecia ser o predileto de Deus. Quase a mesma coisa acontece com os irmos de Jos. Eles ultraaram o limite do cime e da inveja. Se voltarmos ao mximo na histria, Ado e Eva achavam possvel se tornar iguais a Deus por conta prpria, o que considerado o pecado original, e infringiram o limite dado por Deus quanto ao conhecimento do bem e do mal.
Os exemplos das Crnicas so numerosos: Em O Leo, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, primeiro livro da srie, Edmundo se acha no direito desrespeitar os irmos, faz pouco caso de Lcia e no aceita a correo do irmo mais velho. Ele ultraa o limite em direo ambio quando concorda em entregar os irmos em troca de prazeres e poder. Em O Sobrinho do Mago, Digory ultraa os limites da curiosidade e da experimentao. O livro todo trata de abusos que o homem comete no campo da cincia e do conhecimento. Em O Cavalo de Seu Menino, Aravis ultraa o limite do direito ao drogar a sua serva e forjar um bilhete. Em O Peregrino, Eustquio ultraa vrios limites, mas o principal o da viso de mundo, que no seu caso fundamentalmente egocntrica e ensimesmada.
No para menos que os caminhos e as portas (do guarda-roupa, do estbulo, etc.) so imagens to poderosas nas crnicas, pois tm esse potencial de delimitar terrenos e fronteiras, ao mesmo tempo em que podem abrir (e fechar) novas perspectivas e horizontes. Esses exemplos no servem apenas para nos entreter e divertir, mas tambm para, por um processo de analogia e identificao, nos conscientizarmos dos nossos prprios egocentrismos e esforos por independncia.
No precisamos ir to longe caa de exemplos. No cenrio atual, a primavera rabe serviu (e ainda est servindo) para derrubar ditadores que se achavam iguais a Deus. Todas as guerras da humanidade giram em torno do poder, seja poltico, econmico ou social. Mais recentemente temos visto a guerra silenciosa dos que esto se armando secretamente com a bomba atmica. Temos ainda os esforos humanos por criar-se sua prpria imagem e semelhana, atravs da tecnologia robtica e gentica.
De acordo com Dorothy L. Sayers, autora popular de livros filosfico-teolgicos eamiga de C.S. Lewis, muito do desnorteamento moral entre os homens se d pelo conflito entre dois sentidos de lei: a lei natural, que Deus colocou na natureza desde o incio, e a lei arbitrria humana. Pensa-se muitas vezes que a lei divina igual lei dos homens a fim de relativiz-las.
Se a Bblia diz no matars, essa no uma mera questo de opinio arbitrria, mas uma lei natural, cuja quebra trar consequncias to certas e srias quanto a lei que diz que as coisas caem para baixo. Muitas pessoas no se do conta de que a lei moral funciona quase da mesma forma que a natural.
Mas as pessoas insistem em dizer que a moral crist repousae sobre opinies e no sobre fatos. Lewis chamou essa lei de Tao e a explorou tanto em Cristianismo Puro e Simples quanto em A Abolio do Homem.
Longe de ser uma lei imposta, ela no tem nada a ver com legalismo, pois faz parte integrante do que chamamos de liberdade. Ou seja, quanto mais aderimos a essa lei, mais nos tornamos verdadeiramente livres.
A Bblia diz que quem quiser ganhar a sua vida, perd-la-; quem perder a sua vida ganh-la-. A histria da humanidade uma histria de busca atrs do que Lewis chamava de alegria, mas que, em ltima instncia, uma felicidade que s pode ser alcanada em Cristo. E todo cristianismo uma histria de abdicaes e de entrega total como caminho para a verdadeira alegria, um dos mistrios mais difceis de entender racional e emocionalmente. Na verdade, ela um artigo de f.
Feita essa entrega e tomada essa deciso, a porta estreita da felicidade, paradoxalmente, volta a se abrir. Como comenta George MacDonald, um dos autores que mais influenciaram Lewis em O Grande Abismo:
S h duas espcies de pessoas no final: os que dizem a Deus, Seja feita a Tua vontade, e aqueles a quem Deus diz: A tua vontade seja feita. Todos os que esto no inferno foi porque o escolheram. Sem essa auto-escolha no haveria inferno. Alma alguma que desejar sincera e constantemente a alegria ir perd-la. Os que buscam encontram. Para aqueles que batem a porta aberta.


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ɠmestre e doutora em educao (USP) e doutora em estudos da traduo (UFSC). autora de O Senhor dos Anis: da fantasia tica e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questo. Costuma se identificar como missionria no mundo acadmico. criadora e editora do site www.cslewis.com.br
  • Textos publicados: 68 [ver]

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