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22 de julho de 2011
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Andando nas pegadas do Nazareno 5h841

Publicamos agora aqui para todos os leitores este texto que est disponvel somente aos s da revista Ultimato.
Andando nas pegadas do Nazareno
Valdir Steuernagel*
O mar da Galileia se descortina diante dos meus olhos. O dia est bonito, a gua lmpida e as pequenas ondas chegam despretensiosamente praia, em ritmo cadenciado. Era assim no tempo de Jesus e assim continua sendo at hoje, quando revisito o sentido desse lugar. claro que tudo est diferente. Como em tantos outros lugares do mundo, esta e outras cidades da Galileia esto cheias de arranha-cus e de hotis tursticos margem do lago. Porm, o mar no mudou.
Olhando para ele, lembro-me que Jesus andou por essas guas, o que foi relevante para os seus dias. A relevncia de ontem tambm a de hoje, independentemente de estarmos na Galileia ou em outro lugar. No mar sereno, vejo as pequenas ondas chegarem praia novamente e penso: assim que Deus chega perto de ns, novamente, e o faz em todos os mares, vales e montanhas da nossa vida. Ontem ele caminhou pelas praias da Galileia e andou sobre as suas guas. Foi h muito tempo, mas a memria dos seus feitos e a realidade da sua presena ainda permanecem, por mais diferente que seja a lngua que se fala, a roupa que se veste ou a comida que est sobre a mesa. Eu agradeo por ele ter estado aqui ontem e por estar aqui e em toda parte hoje, com sua palavra encarnada e seu Esprito vivificador.
Tenho o privilgio de escrever este texto olhando para o mar onde Jesus gastou parte significativa do seu tempo de vida ministerial. Molho os ps na gua e lembro-me que nos arredores desse mar Jesus curou enfermos, libertou pessoas de demnios e ensinou o povo as verdades do reino de Deus. A presena, a palavra e o toque de Jesus traziam s pessoas -- a maioria pobres, doentes e cansadas -- um encontro com o sentido da vida, a alegria de viver, a paz nas relaes humanas, e o prprio significado do shalom de Deus.
J estive em Israel antes. Dessa vez, porm, ao andar pelos lugares onde Jesus viveu e ministrou, sou tomado de profunda gratido.
Jantamos em Magdala, terra de Maria Madalena, e amos por Gadara, onde Jesus curou o endemoninhado. Porm, confesso que tenho dificuldade de enxerg-lo caminhando entre os pobres, pequenos e doentes, como fez no seu tempo, anunciando-lhes a palavra presencial da salvao. Afinal, esse lugar tornou-se um centro de grande atividade turstica, onde tudo motivo para um bom negcio. Sei que para o pobre daqui o turista pode viabilizar a sobrevivncia. Porm, tudo parece produzido e editado, inclusive a parte do cristianismo. Em Cafarnaum, sobre a suposta casa da sogra de Pedro -- a quem Jesus curou -- construram uma igreja. No lugar onde ele provavelmente pregou o Sermo do Monte, h outra igreja suntuosa. O dilogo entre o episdio original e a arquitetura atual parecem denunciar que enfeitamos Jesus de tal forma que corremos o risco de no nos encontrarmos com ele, que o sentido e a necessidade mais profunda de toda a nossa vida. O que acontece que apenas os turistas com dinheiro podem visitar a terra prometida.
Ento chego a Nazar. Nesta cidade grande e povoada h, em um pequeno pedao de terra, uma vila reconstruda para que se experimente a Nazar onde Jesus viveu. Nela, algumas ovelhas seguem as ordens do pastor, uma mulher chamada Ana produz e tece os fios de algodo, e o carpinteiro Jos trabalha com ferramentas iguais s usadas por Jesus.
Essa foi a experincia que mais me marcou. Sua simplicidade e o seu jeito de ser gente me mostraram uma vez mais o que significa a encarnao de Jesus e o seu incalculvel valor para um mundo cansado, desagregado, opresso e doente. As ovelhas pastando, Ana em seu cotidiano e Jos com um pedao de madeira na mo recebem a presena de um Jesus que se torna um deles e um de ns, para nos mostrar que Deus no nos esqueceu e nos possibilita um encontro com ele e com o caminho da salvao. Na pequena vila de Nazar foi mais fcil v-lo e ouvi-lo a me chamar para ser dele. No seria esse o sentido da vocao dos discpulos, chamados a estar com ele e a segui-lo? Eles prontamente o fizeram.Abandonaram o barco e, deixando tudo, o seguiram. Em Nazar foi mais fcil v-lo por entre os caminhos pedregosos abraando crianas, curando enfermos, sorrindo para um solitrio e anunciando, ao expulsar o demnio, que o reino de Deus chegado.
Daqui a alguns dias irei embora de Israel e logo estarei na frica, em contato com a nossa gente que serve s crianas e aos pobres em lugares onde a f absolutamente minoritria, como aqui, onde os cristos so em torno de 1% da populao. O que fazemos na frica fazemos tambm em Israel -- cuidamos dos pobres. Em ambos queremos ser testemunhas do amor de Deus, que em Jesus nos mostrou um caminho sobremodo excelente: amar a Deus de todo o nosso corao e ao prximo como a ns mesmos. Jesus, o Nazareno, fez isso por aqui, faz isso conosco e nos convida a faz-lo em seu nome mundo afora. Alis, para me encontrar com esse convite e com esse desafio de Deus para mim, eu nem precisava molhar os ps no mar da Galileia, pois ele me encontrou junto aos meus prprios mares, como diz o belo hino:
Tu vieste beira do lago,
No buscaste nem prata nem ouro
Queres somente que eu te siga.
Senhor, olhaste em meus olhos
E sorrindo disseste meu nome
L na areia deixei o meu barco
Junto a ti buscarei outro mar.
*ɠpastor luterano e trabalha com a Viso Mundial Internacional e com o Centro de Pastoral e Misso, em Curitiba, PR. autor de, entre outros, Para Falar das Flores... e Outras Crnicas.
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