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Opinio 3pp3w

A participao crist no direito das mulheres ao voto 3o4dm

Por Isabella os

O sufrgio* universal das mulheres, o direito de votar, foi alcanado por diferentes pases em diferentes momentos. Em alguns deles, o sufrgio feminino foi concedido mesmo antes do sufrgio universal, visto que o impedimento do voto se direcionava tanto a homens quanto a mulheres, dependendo de suas classes sociais ou raas. Alguns pases concederam o voto a ambos os sexos no mesmo perodo. Por isso, o movimento do sufrgio feminino um movimento pelo voto universal da mulher apesar de uma insistente narrativa de que o problema se direcionava somente a elas e a todas elas. O filme As Sufragistas reitera essa leitura seletiva e militante ao no mencionar, por exemplo, que pelo menos 40% dos homens britnicos no tinha o direito ao voto na poca dos fatos descritos, ao o que algumas mulheres j votavam.

Os estados federados dos Estados Unidos da Amrica outorgaram o voto s mulheres a partir de 1869, no Wyoming, tornando-se exemplo para o resto do mundo. Entretanto, em nvel federal, os direitos polticos femininos s foram reconhecidos em 1920. E vale um parntesis: especialmente as mulheres afro-americanas tiveram que esperar at 1965 para que o Voting Right Act lhes garantisse esse direito em todos os estados federados [1].

Em 1893, a Nova Zelndia se torna o primeiro pas a conceder o voto universal s mulheres, atendendo tanto as de origem europeia quanto as mulheres maoris. No sculo XX, em 1902, a Austrlia permite s mulheres votarem e se candidatarem s eleies. E ainda antes da Frana, Brasil e Uruguai, em 1930, concedem o direito do voto s suas cidads. Vale mencionar que o estado do Rio Grande do Norte o pioneiro a autorizar o voto da mulher ainda antes da lei que valeu para todo o territrio brasileiro, l pelos idos de 1928.

Assim, o percurso que leva ao exerccio do voto processual e cheio de controversas, como ocorre na maioria dos regimes de efetivao de direitos civis, sociais, polticos e religiosos instaurados pelas democracias modernas. Uma marca, porm, se destaca em todos eles: o legado protestante por meio da participao ativa da agncia crist em torno das pautas de reformas pelas quais ou o mundo moderno. Especialmente no sufrgio das mulheres, so os cristos, sobretudo as mulheres crists [2], que formam grupos e disseminam experincias (o que o feminismo da moda no ir te contar), a partir, principalmente, dos Estado Unidos [3] e do Reino Unido.

Consideramos essas verdades como evidentes; que todos os homens e mulheres so criados iguais; que so dotados pelo Criador com certos direitos inalienveis; que entre estes esto a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para garantir esses direitos, os governos so institudos, obtendo seus justos poderes pelo consentimento dos governados. Declarao do Sentimentos, em 1848 (EUA).

Um evento em particular marca o fenmeno mundial e chama a ateno de toda a Europa. a Conveno de Seneca Falls, reconhecida como a primeira conveno mundial pelos direitos das mulheres. Ela ocorre em 1848, em Seneca Falls, Nova York, em uma pequena Igreja Metodista Wesleyana. O evento teve dois dias de durao e resultou na Declarao de Sentimentos assinada por 68 mulheres e 32 homens [4]. Esse documento escrito nos moldes da Declarao de Independncia do EUA e tem como primeira resoluo o direito inalienvel franquia eletiva por parte da mulher.

Com a fundao da Unio de Temperana da Mulher Crist (WCTU), em 1873 e, posteriormente, a Unio Internacional de Temperana das Mulheres Crists, os grupos am a operar internacionalmente sob a misso religiosa pela reforma social, que inclua trabalhos evangelsticos, assistenciais e a divulgao do sufrgio feminino. O seu internacionalismo forma grupos em diversos pases do mundo, sendo que alguns deles permanecem ativos ainda hoje. Nesse caldo formado, no Reino Unido, em 1897, a Unio Nacional pelo Sufrgio Feminino, primeiro grupo partidrio com representantes no parlamento ingls para a alterao de leis que acabou concedendo o voto tambm aos homens com mais de 21 anos daquela nao.

Assim, o voto mais uma das variantes produzidas pelo legado de liberdade aberto pela Reforma Protestante do sc. XVI. a partir da antropologia reformada que mulheres e homens repensaram sua relao na famlia (ncleo de cuidado e de resistncia ao secularismo), na igreja e na sociedade, principalmente por meio da atribuio do carter religioso s condies da vida comum. por causa da sua agenda reformista - e no revolucionria, que mulheres e homens encampam participao ativa e singular em associaes que gradativamente saem do servio social (filantropia), desde sempre realizado pela igreja, para a ao social e poltica exigida pela complexa estrutura formada pelo Estado moderno. Nesse sentido, no h em qualquer direo como no tributar cristandade as condies de melhoria de vida das mulheres e dos homens modernos. Mesmo em episdios corriqueiros, como o da concesso do voto. Aqui, tambm, o resgate do sacerdcio universal de todos os crentes e a reforma das relaes promovida pela ideia de igualdade presente nas razes judaico-crists do movimento continuam a ditar o caminho do bem viver para a comunidade humana. No sem as tenses prprias entre Cristo e cultura, claro. Mas essa uma outra conversa. E viva a Reforma! Sempre.

Isabella os formada em Filosofia pela PUC-MG. Mora em Belo Horizonte e congrega na Igreja Esperana.

Notas:
* Embora muitas vezes utilizados como sinnimos, voto e sufrgio possuem significados diferentes. Sufrgio o direito de votar e de ser votado; voto a forma de exercer o direito ao sufrgio
[1] O livro negro da condio das mulheres, Ed. Difel, 2011, p. 610-611.
[2]
O impacto do Cristianismo na primeira onda do feminismo. Vanessa Raquel de Almeida Meira e Isaac Malheiros.
[3] Segundo as historiadoras Sylvia Paletschek e Bianka Pietrow-Ennker, o movimento feminista internacional do sc. XIX, especialmente o britnico, o francs e o alemo so devedores do legado produzido pelo movimento das mulheres americanas, predominantemente, um movimento cristo e conservador. Ver em: Women's Emancipation Movements in the Nineteenth Century: A European Perspective. Stanford University Press, 2004, p. 4-5.
[4]
Suffragist Men and the Importance of Allies.

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Imagem: Marcelo Camargo/Agncia Brasil.

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