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17 de junho de 2013
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A Igreja e a era das reformas 1d2r3g
Estou fazendo novas todas as coisas. (Ap 21.5).
Terceiro artigo da srie A Igreja e suas eras:
- A Igreja e suas eras (artigo 01)
- Carecemos de gigantes (artigo 02)
ados mil anos de histria, a Igreja defrontou-se, j na aurora do segundo milnio com a necessidade de uma Reforma. E ela chegou atravs do monge beneditino da clebre abadia de Cluny, Hildebrando (1020-1085), eleito papa com o nome de Gregrio VII. Foi uma reforma moral do clero e de algumas reas da istrao e liturgia.
Entretanto, a expanso do Evangelho e da Igreja e o seu encontro com novas culturas e costumes nem sempre sofreu uma saudvel enculturao (endoculturao, transculturao). A Igreja, alm do processo de degenerao do pecado ainda militante na natureza humana, foi incorporando novos e estranhos elementos em sua doutrina, piedade e vida, o que sempre reclamou reformas e purificaes. Assim, movimentos como o dos ctaros (puros) ou albigenses, surgidos no sul da Frana no final do sculo XI e que perduraria at o incio do sculo XIV, pleiteavam uma Igreja mais pura, despojada e evangelicamente mais simples. Evidentemente que a ausncia de instruo bblica levou tais movimentos a flertarem perigosamente com doutrinas esprias, tais como a dos maniqueus e dos gnsticos, por exemplo. Os ctaros foram perseguidos violentamente pelo Papa Inocncio III e depois pela Inquisio.
No final do sculo XI incio do sculo XII surgiu a figura do francs Pedro Valdo (1140-1218). Pedro teve contato com uma traduo do Novo Testamento e a partir de sua leitura surgiu o desejo por uma Igreja mais livre, missionria, fraterna e simplesmente evanglica. Pedro traduziu a Bblia para o provenal e em torno de seu carisma surgiu uma comunidade refugiada cognominada de Pobres de Esprito e mais tarde de Igreja Valdense. Foram duramente perseguidos e se refugiaram no piemonte, na Itlia. Neste nterim surgiu a figura emblemtica de Francisco de Assis e a sua viso de restaurao da Igreja. Francisco e seus frades gozaram de alguma tolerncia por parte da Igreja e no obstante os muitos sacrifcios, o movimento do pobrezinho de Assis achou acomodao no seio da Igreja Romana.
Nas terras Brets surge J. Wyclife (c.1328-31.12.1384), reformador religioso que traduziu a Bblia para o ingls. Na Boemia, atual repblica Checa, a 75 km de Praga, surge Jan Huss. Precursor da Reforma Protestante, foi influenciado por Wyclife. Mais tarde, tambm na Inglaterra, aparece Willian Tindale (1484-1533), tradutor da Bblia para o ingls e tambm de autores do movimento reformador, dentre eles Lutero. Estes movimentos e estas personagens citadas atenderam em seu tempo aos reclames da Igreja por reforma e transformao e ao mesmo tempo, pavimentaram muitos com o preo da prpria vida, o caminho para a grande Reforma do Sculo XVI.
Nos dias imediatamente anteriores Reforma Protestante, a Igreja Catlica experimentava um grande declnio e uma grande estagnao espiritual. As clebres Abadias de Cluny e Cister j no avam de caricaturas ou estavam j em runas. Vultos como Bernardo de Claraval e Elredo de Rievaux, cabeas e mestres deste movimento monstico, por exemplo, eram apenas lembranas. O papado era objeto de disputa entre as famlias nobres da Itlia como os Brgias e os Mdicis. Muitos Bispos, Cardeais e Abades haviam comprado o ttulo e o status, mas sem nenhum mnus pastoral. A ignorncia grassava entre o clero e a populao, e a Bblia havia desparecido da maioria dos plpitos. A leitura da Bblia era proibida aos fiis e s os Magisters e o Clero tinham o a ela. Ento naqueles dias Deus levantou Martinho Lutero como instrumento para dar incio ao movimento que poria fim a uma poca, fundaria uma nova civilizao e introduziria a humanidade em um novo ciclo. Era o incio da Reforma Protestante que veio no bojo da Renascena e do Iluminismo.
A Reforma tem como data smbolo o dia 31 de outubro de 1517 quando Lutero teria afixado as suas 95 teses s portas da catedral de Wittemberg na Alemanha. O movimento reformador ganhou a Europa: Frana, Sua, Holanda, Inglaterra e Polnia logo foram varridas pelos ventos da Reforma: Zwinglio, Calvino, Farel, Beza, Bucer, Melancthon, Knoxx e tantos outros foram comissionados por Deus para levarem frente esta obra que em muito excedia a capacidade meramente humana e estrutural. Era, na verdade, a obra da Palavra de Deus, iluminada e aplicada pelo Esprito Santo para a Reforma da Igreja e a salvao das almas. Depois desta era a histria da Igreja e a histria da humanidade jamais seriam as mesmas. Contudo, ainda vale o aforisma: Ecclesia Reformata sed semper Reformanda! (A Igreja Reformada sempre carece de Reforma!).
Leia mais
A vitria da graa
A Caminhada Crist na Histria
Conversas com Lutero
Terceiro artigo da srie A Igreja e suas eras:
- A Igreja e suas eras (artigo 01)
- Carecemos de gigantes (artigo 02)
ados mil anos de histria, a Igreja defrontou-se, j na aurora do segundo milnio com a necessidade de uma Reforma. E ela chegou atravs do monge beneditino da clebre abadia de Cluny, Hildebrando (1020-1085), eleito papa com o nome de Gregrio VII. Foi uma reforma moral do clero e de algumas reas da istrao e liturgia.
Entretanto, a expanso do Evangelho e da Igreja e o seu encontro com novas culturas e costumes nem sempre sofreu uma saudvel enculturao (endoculturao, transculturao). A Igreja, alm do processo de degenerao do pecado ainda militante na natureza humana, foi incorporando novos e estranhos elementos em sua doutrina, piedade e vida, o que sempre reclamou reformas e purificaes. Assim, movimentos como o dos ctaros (puros) ou albigenses, surgidos no sul da Frana no final do sculo XI e que perduraria at o incio do sculo XIV, pleiteavam uma Igreja mais pura, despojada e evangelicamente mais simples. Evidentemente que a ausncia de instruo bblica levou tais movimentos a flertarem perigosamente com doutrinas esprias, tais como a dos maniqueus e dos gnsticos, por exemplo. Os ctaros foram perseguidos violentamente pelo Papa Inocncio III e depois pela Inquisio.
No final do sculo XI incio do sculo XII surgiu a figura do francs Pedro Valdo (1140-1218). Pedro teve contato com uma traduo do Novo Testamento e a partir de sua leitura surgiu o desejo por uma Igreja mais livre, missionria, fraterna e simplesmente evanglica. Pedro traduziu a Bblia para o provenal e em torno de seu carisma surgiu uma comunidade refugiada cognominada de Pobres de Esprito e mais tarde de Igreja Valdense. Foram duramente perseguidos e se refugiaram no piemonte, na Itlia. Neste nterim surgiu a figura emblemtica de Francisco de Assis e a sua viso de restaurao da Igreja. Francisco e seus frades gozaram de alguma tolerncia por parte da Igreja e no obstante os muitos sacrifcios, o movimento do pobrezinho de Assis achou acomodao no seio da Igreja Romana.

Nos dias imediatamente anteriores Reforma Protestante, a Igreja Catlica experimentava um grande declnio e uma grande estagnao espiritual. As clebres Abadias de Cluny e Cister j no avam de caricaturas ou estavam j em runas. Vultos como Bernardo de Claraval e Elredo de Rievaux, cabeas e mestres deste movimento monstico, por exemplo, eram apenas lembranas. O papado era objeto de disputa entre as famlias nobres da Itlia como os Brgias e os Mdicis. Muitos Bispos, Cardeais e Abades haviam comprado o ttulo e o status, mas sem nenhum mnus pastoral. A ignorncia grassava entre o clero e a populao, e a Bblia havia desparecido da maioria dos plpitos. A leitura da Bblia era proibida aos fiis e s os Magisters e o Clero tinham o a ela. Ento naqueles dias Deus levantou Martinho Lutero como instrumento para dar incio ao movimento que poria fim a uma poca, fundaria uma nova civilizao e introduziria a humanidade em um novo ciclo. Era o incio da Reforma Protestante que veio no bojo da Renascena e do Iluminismo.
A Reforma tem como data smbolo o dia 31 de outubro de 1517 quando Lutero teria afixado as suas 95 teses s portas da catedral de Wittemberg na Alemanha. O movimento reformador ganhou a Europa: Frana, Sua, Holanda, Inglaterra e Polnia logo foram varridas pelos ventos da Reforma: Zwinglio, Calvino, Farel, Beza, Bucer, Melancthon, Knoxx e tantos outros foram comissionados por Deus para levarem frente esta obra que em muito excedia a capacidade meramente humana e estrutural. Era, na verdade, a obra da Palavra de Deus, iluminada e aplicada pelo Esprito Santo para a Reforma da Igreja e a salvao das almas. Depois desta era a histria da Igreja e a histria da humanidade jamais seriam as mesmas. Contudo, ainda vale o aforisma: Ecclesia Reformata sed semper Reformanda! (A Igreja Reformada sempre carece de Reforma!).
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A vitria da graa
A Caminhada Crist na Histria
Conversas com Lutero
Luiz Fernando dos Santos(1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminrio Presbiteriano do Sul e no Seminrio Teolgico Servo de Cristo.
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