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A Bblia e as razes mticas do racismo 66c4w

Por Qufren de Moura
Ao longo da histria, a narrativa de No e a maldio de Cam foi usada para legitimar a escravido e o racismo. Biblicamente, essa interpretao no se justifica. Trata-se de uma leitura colonialista, incorreta e com fins de sustentar ideologicamente a dominao.
O racismo um conjunto de teorias, crenas e prticas que pressupem ou estabelecem uma hierarquizao entre as chamadas raas (ou etnias). Ele se fundamenta sobre o direito de uma (considerada pura e/ou superior) dominar outras (vistas como inferiores). Alm disso, segundo o antroplogo e professor aposentado da Universidade de So Paulo, Kabengele Munanga, especialista nas questes de racismo, multiculturalismo e educao das relaes tnico-raciais, o racismo essa tendncia que consiste em considerar que as caractersticas intelectuais e morais de um dado grupo so consequncias diretas de suas caractersticas fsicas ou biolgicas.
importante lembrar que raa no uma categoria biolgica, cientfica ou gentica, mas um conceito sociologicamente construdo, o qual, segundo Munanga, est carregado de ideologia (...) e esconde uma coisa no proclamada: a relao de poder e de dominao. Para o socilogo Clvis Moura, O racismo uma ideologia deliberadamente montada para justificar a dominao de um grupo sobre outro. Isso significa que ele subjuga, humilha, desdenha, despoja, usurpa direitos e violenta, em nome do poder. Assim, trata-se de algo perverso e violento e totalmente contrrio aos valores que a Palavra de Deus ensina.
Apesar disso, uma das origens mticas do racismo vem justamente de uma narrativa bblica, tomada e interpretada como o motivo da inferioridade dos negros. Trata-se da agem de Gnesis 9.20-29.
Ali, depois do dilvio, No se embriaga e fica nu em sua tenda. O texto hebraico pouco claro, mas Cam, filho de No, aparece e v a nudez do pai. Na Bblia hebraica, ver a nudez pode ser um eufemismo para uma ao com conotao sexual (cf. Lv 18.6-19; 20.11), o que, nessa situao, refletiria uma grave desonra ao pai e a sua desautorizao como lder do beit av, ou seja, da famlia. Quando Cam conta o ocorrido aos irmos, depreende-se que, como filho mais novo (Gn 9.24) e, portanto, que no herdaria a linhagem do pai nem seria o futuro patriarca , ele busca tirar de No sua autoridade patrilocal. Os outros dois irmos, por sua vez, protegem e respeitam a figura paterna, desviando dele seu olhar e cobrindo sua nudez. Ao saber do que aconteceu, No amaldioa Cam, dizendo a ele: Maldito seja Cana; seja servo dos servos para os seus irmos. A maldio proferida por No se dirige ao filho de Cam, ou seja, sua linhagem e descendncia.
Ao longo da histria, essa narrativa foi usada para legitimar a escravido e o racismo, ao se afirmar que os negros teriam vindo da linhagem de Cam e, por isso, seriam herdeiros da maldio do servilismo. Biblicamente, essa interpretao no se sustenta. Trata-se de uma leitura colonialista, incorreta e com fins de justificar ideologicamente a dominao.
O racismo corresponde descaracterizao do ser. Ele exclui, em vez de agregar. o oposto do propsito divino para a humanidade, que foi feita para existir em comunho (Gn 2.18). Alm disso, o racismo homogeneza, desumaniza, reifica. Mas, na Bblia, essa univocidade no est nos planos de Deus. Ela foi, sim, um plano humano, uma estratgia de poder e dominao, bem-retratada no episdio da torre de Babel. Nessa narrativa, inclusive, assim que descobre o desejo de poder das pessoas, as quais se uniram para construir uma torre que elevasse o nome delas e as tornasse clebres, Deus confunde e mistura seus idiomas, frustrando seus planos permitindo, assim, a construo de identidades e etnicidades plurais.
Um outro texto importante, que ilustra o pensamento bblico e nos ajuda a refletir sobre questes sociais contemporneas, como a violncia e o racismo, o de Gnesis 4. Nele, Deus indaga Caim sobre o paradeiro de seu irmo Abel, no episdio do primeiro fratricdio da Bblia. Caim responde a Deus, de forma bastante insolente: Acaso sou eu o guardador do meu irmo">Racismo e infncia: uma receita de sofrimento e reproduo de conceitos

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