Um "ex-cristo" um homem de nimo dobre? 2o5j23

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Grande parte do meio evanglico moralista e tende a colocar um fardo na vida dos crentes, mas isso no significa que a real vida crist no seja leve e feliz, embora exija renncia e genuna santidade que comea dentro do corao regenerado pelo Esprito. Se parmetros exteriores legalistas de alguns segmentos do cristianismo alienam e oprimem, existem razes mais elevadas para o cristo permanecer firme, fiel e fundamentado na Palavra de Deus - tendo o amor por base desse relacionamento.

A verdadeira converso, novo nascimento e encontro com Jesus, resulta numa vida transformada de crescimento espiritual e paz interior. Sem essa experincia, um mero cristianismo nominal pode levar ao fracasso de cinco terrenos bsicos: 1) Legalismo que centra a vida crist na tentativa de se obter a salvao pelo esforo 2) "Hiper graa" que incentiva sutil licenciosidade e negao da santidade 3) Uma "vida dupla" que alterna piedade e prtica pecaminosa acariciada 4) Apostasia, renncia da f e rendio a uma deliberada vida mpia.

Se apesar de provaes, tentaes, dvidas ou mesmo eventuais tropeos, a sublime alegria de um viver em Cristo no preencher a alma do crente e trazer-lhe direo na Palavra, sua jornada espiritual ser como a de um homem de nimo dobre: divido, confuso, inconstante (Tg 1:8).

No entanto, somente um professo cristo com mentalidade semelhante de um Fariseu (Parbola contada por Jesus) poderia imaginar-se um "meritocrata" religioso to perfeito a ponto de ser cegado pelo autoengano e presuno da superioridade moral e espiritual ("santidade") frente aos demais pecadores - "Publicanos". Lc 18:10-14.

Porque ningum to maduro, santo, experiente, sbio, forte e infalvel espiritualmente que no possa tropear ou compartilhar das fraquezas e fardos dos irmos em sua verdadeira humanidade, pois ainda que no pratique pecados em comum, isso no significa que no carecer igualmente da misericrdia e socorro junto ao trono da graa em tempo oportuno (Hb 4:16), pois Aquele que no cometeu pecado, o fez pecado por ns (2Co 5:21).

A Bblia ensina no somente que todos pecaram e carecem da glria de Deus (Rm3:23), mas que precisamos levar as cargas uns dos outros (Gl 6:2) e chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram (Rm 12:15). Se estamos realmente em famlia espiritual, jamais deveramos aproveitar fraquezas alheias para justificar linchamento moral. Muito menos agir como Caim ao afirmar: No sou tutor (guardio - guarda-costas) do meu irmo.

Embora no devamos invadir a vida pessoal de outros nem assumir as responsabilidades ou consequncias das escolhas delas; embora as pessoas que amamos (ou estejam em algum grau sob nossa influncia) tenham o direito legtimo de suas decises como adultas, fomos comissionados por Deus a oferecer em Jesus nimo aos que esto em crise espiritual ou prestes a renunciar a f.

Algumas vezes recebi pedidos de ajuda por parte de pessoas prximas com aparncia de f inabalvel e insuspeita de tendncia a apostasia espiritual, mas confidenciando-me ausncia de foras para prosseguir. Parafraseando o inesquecvel Elben Csar: "Nem todo crente morre crente e nem todo ateu morre ateu. Muitas vezes o crente precisar de ajuda para continuar crendo e o ateu para ar a acreditar".

O saudoso amigo que me presenteou a de ULTIMATO em 2009, disse-me certa vez gostar de ouvir a msica "Permanecer" (Nelson Bomilcar) em sua juventude, quando tentado a abandonar a f crist, pois tal cano o motivava a perseverar em momentos de dvidas. Este amigo j tinha rompido seu vnculo definitivo com a igreja (institucional) quando me conheceu, mas apesar de toda sua postura agnstica, sincera e crtica, creio que aportou na f ao final de sua jornada.

Daniel Pax viralizou na internet ao dizer: "Jesus no te faz feliz. Ele no aparece [...] Voc j nasceu devendo porque Ele morreu em seu lugar... Mas eu no pedi! Voc j nasce com esse peso... Transar no pode...Beber no pode! Se te faz feliz pecado...".

Pax precisa ser abraado e confrontado amistosamente. Ele confunde divertimento/hedonismo com felicidade. No pode ser aplaudido. E fracos na f em busca de respostas ante tal discurso, precisam ser esclarecidos.

Jesus no prometeu felicidade no sentido de ser til para nossos caprichos. No pedimos Sua morte por ns do mesmo modo que "nascemos sem pedir e morremos sem querer". Entre no ter existido e ter a chance de viver eternamente h uma ddiva incomparvel.

Sendo filho de pastor (Nietzsche e tantos tambm), Pax revela a tristeza de uma vida religiosa baseada em regras sem sentido no princpios. Lembra-me os amigos com objees e crticas facilmente respondveis teolgica e apologeticamente, cujas angstias confirmariam o ttulo do livro (O Jesus que eu nunca conheci) de um autor indispensvel: Philip Yancey.

Pax conhece muito de msica. No diria o mesmo de Bblia. Mas que ele no duvide: conhecer o Jesus Vivo e das Escrituras tudo!

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Opinio do leitor 1t5dh