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Sexualidades, poltica e famlias: o mal-estar no campo cristo 1u4w1c

Vivemos uma Babel lingustica, filosfica, poltica e religiosa nos assuntos relativos sexualidade humana e modelos familiares. So muitas falas, rudos, achismos, teses, perspectivas tericas e ideologias.

O fim do padro homem ou mulher


At recentemente o cristianismo era amplamente hegemnico no ocidente, gozava de uma posio cmoda e conseguia inibir outras cosmovises ou estruturas de sentido para a vida. Ainda sob a influncia crist, a sociedade contempornea resistiu aos totalitarismos do sculo XX. Agora, entretanto, sua influncia disputa espao com o crescimento islmico e com a progressiva secularizao nos EUA e na Europa, onde se percebe a acelerada desconstruo de valores e representaes sociais que constituam ideais civilizatrios da tradio judaico-crist. Surgem novos atores sociais que reclamam o reconhecimento pleno de direitos de suas identidades afirmativas. Prope-se o fim do "padro binrio sexual" biognico, isto , no temos s homem ou mulher, macho e fmea, ou gnero masculino e feminino nascidos com a marca genital. Propugna-se outros gneros, psicognicos nascidos na psique. Os excludos da suposta "ditadura do padro cisheteronormativo" so chamados ento a combat-la com performatividade poltica para alcanar seus direitos humanos.

certo que a sexualidade humana se realiza de modo muito distinto das de outros animais, nos quais o "cio" regula a aproximao sexual e a reproduo em perodos determinados. Homens e mulheres, no entanto, desde a adolescncia se veem s voltas com pulses e desejos sexuais por mais de sessenta anos e de uma ampla disponibilidade de intercurso sexual que se dispara facilmente, em qualquer dia, bastando surgirem estmulos ou cri-los pela imaginao. O biolgico condiciona os humanos muito fortemente, mas no determina totalmente seus sentimentos e comportamentos. Fatores epigenticos como a imaginao, mitos, educao, sade, formas culturais de iniciao sexual, estrutura e dinmica familiar, e um sem numero de variveis podem apoiar, suscitar ou manter diversos modos de autoconscincia identitria, e modos de ser e existir. Uma rica subjetividade associada a moes inconscientes que alimentam o desejo, chega ao pensamento consciente e sustentam a autoconscincia.

Apesar da grande predominncia de heterossexuais, pessoas com orientao afetiva e sexual discrepante da maioria insistem em seu direito de viver conforme sua orientao ntima, tal como "se descobrem sendo". Isto no ocorre simplesmente por uma "birra", mas como busca de alivio do desconforto interior que carregam desde criana e a convico de que nada adiantou tentar mudar. Surras, 'bullying', excluso de famlias e igrejas, nada muda a estrutura da personalidade nem a identidade da pessoa. Chega um tempo ela "sai do armrio" e revela sua identidade publicamente.

Babel de conceitos e reivindicaes de direitos

Surgem, ento, novas estruturaes familiares que contemplam arranjos distintos do modelo heterossexual. Correntes feministas se juntaram com o levante LGTTTBQI - lsbico, gay, transexual, travesti, transgnero, bissexual, 'queer' e intersexo ('queer' um conceito amplo que abriga vrias 'sexualidades', 'gneros' e 'identidades'), que transferiram o mal-estar, que era exclusivo deles, minoritrios e excludos, para os cristos, os judeus, os islmicos e os religiosos em geral. Da uma angstia intensa nas famlias e igrejas em meio Babel de conceitos, reivindicaes de direitos, decises de tribunais e mudanas de legislao. Para agravar o quadro: guerrilhas miditicas promovidas por combatentes insensatos, furiosos e histricos nos plpitos e nos palanques retroalimentam discursos de dio e intolerncia. H profundas barreiras que impedem escutar o que o divergente tem a dizer! muita paranoia solta! Vale aqui uma recomendao de John Stott:

preciso ouvir as Escrituras e ouvir a sociedade. No devemos negar o ensino das Escrituras, motivados por um desejo de ser pertinente com a realidade a qualquer custo, nem afirmar tal ensino de uma forma que ignore os desafios concernentes a ele e seja insensvel s pessoas que mais so afetadas por esses desafios. [Oua o Esprito, Oua o Mundo, p. 341]

tempo de discernir

Cada gerao se defronta com o imperativo de discernir seu tempo, atualizar heranas recebidas e responder aos desafios de sua poca. Como cristos, se estivermos fundamentados em uma boa antropologia bblica e afinados com o Esprito de Cristo, conseguiremos fazer uma adequada leitura crtica do nosso tempo e contribuir para construo de uma Pastoral Bblica relevante e, at mesmo, influir na formulao de polticas pblicas de sade e direitos de todos.

O momento pede a ns, cristos, prudncia, humildade e coragem. Cabe a ns retomar as estruturantes narrativas bblicas sobre sexualidade e famlia e traduzi-la para o nosso tempo. Em meio confuso espiritual desse tempo de desconstruo de conceitos, certezas e identidades, a mensagem bblica de que Deus criou-nos homem e mulher, em complementaridade fecundante e amorosa, uma boa notcia.

A igreja crist tem o imenso desafio de bem entender o que se a e responder amorosamente com os ensinos derivados da palavra de Deus. A todos (homens, mulheres e lgtttbqi), a Igreja chamada a custodiar o mistrio da salvao e empenhar-se no ministrio da reconciliao da humanidade com Deus.

O drama sofrido no interior de famlias com um/uma transexual, antes compartilhada com mdicos e psiclogos, chegou s ruas e s casas, via cinema e tv. Tem uma dimenso poltica onde paixes, preconceitos e teorias conspiratrias convivem com compreenses polmicas que separam renomados pesquisadores. muito difcil para um no especialista entender as implicaes envolvidas. Transexualidade no homossexualidade nem travestismo. Esta condio envolve muito sofrimento, dado o sentimento de uma ciso entre o sexo corporal e o sexo psicolgico. No ado s lhes restavam o anonimato sob angstia, ou o suicdio. Hoje se busca a cirurgia para redesignao sexual querendo uma coerncia consigo mesmo. E lutam por reconhecimento de seus direitos civis. Inclusive espera-se em breve a retirada do transsexualismo do Manual de Doenas Psiquitricas (DSM) e da Classificao Internacional de Doenas (CID-10), mesmo que haja fortes correntes mdicas contrrias s cirurgias de redesignao sexual.

O Royal College, de Londres, em maio de 2014 pronunciou-se afirmando que a orientao sexual no vel de mudana e que so inefetivas e at danosas tratamentos que visam mudana de orientao sexual, embora ita que bissexuais eventualmente podero se deslocar para um dos polos homo ou heterossexual ao longo da vida. O Dr Paul R. McHugh, ex-chefe da Psiquiatria do John Hopkins Hospital, em Baltimore, USA afirma que "a transsexualidade sim um transtorno mental que merece tratamento... e que a taxa de suicdio entre pessoas transexuais que fizeram a cirurgia de redesignao 20 vezes maior do que a taxa de suicdio entre os no-transexuais. Afirma ainda que algumas crianas com comportamentos tipicamente transexuais deixaram de apresenta-los, espontaneamente, ao longo dos anos. O certo que estamos longe de um consenso na academia cientfica. A questo agora tanto poltica quanto cientfica.

Examinar todas as coisas e reter o que bom

Como reconhecer direitos de pessoas sem banalizar a questo da identidade humana? Dar o devido tratamento legal s reivindicaes de minorias, com protocolos cientficos e ticos bem estabelecidos, cabvel e no extinguir as identidades masculinas e femininas bem como a famlia tradicional. Teremos que nos reinventar como sociedade que, alis, sempre esteve em mudana.

Vale recordar que at recentemente centenas de milhes de pessoas eram totalmente destitudas de direitos ao trabalho, escola e casamento pelo fato de serem deficientes. O livro de Otto Marques da Silva, Uma epopeia ignorada trata do contnuo holocausto de pessoas com deficincias em todas as culturas e religies! Quantas no foram queimadas, entregue aos animais, exploradas em rituais ou simplesmente abandonadas? Jesus foi pioneiro na defesa destes excludos.

Em contraste, porque, por tanto tempo, lderes polticos evanglicos defenderam a escravido de negros e se calaram diante do extermnio de indgenas nas Amricas? Tenhamos cuidado conosco mesmo ao lidar com quem difere de nosso ideal, mesmo que claramente hostil a valores e padres bblicos, para que no projetemos nossas deformidades sombrias sobre eles.

Como cristos somos desafiados a decifrar os novos tempos com mente crtica, seguindo a orientao metodolgica do apstolo Paulo de "examinar todas as coisas e reter o que for bom". E, refletindo valores do ethos bblico, do reino de Cristo, contribuir com proposies de polticas pblicas que reconheam a diversidade de grupos humanos e o respeito a direitos universais.

Ageu Heringer Lisboa, psiclogo, mestre em cincias da religio, Campinas, SP

1. Cisheteronormativo, (de cis = alinhado, do mesmo lado + hetero= diferente+ normativo= regra), significando pessoa com ajustamento subjetivo com o sexo biolgico e social, ao contrrio do trangnero) | https://ensaiosdegenero.wordpress.com/2012/09/17/o-que-sao-pessoas-cis-e-cissexismo/

2. Um recente pronunciamento da Igreja Anglicana desconstri argumentos sofsticos da teoria de gnero colocando-os na categoria de ideologia : http://anglicanmainstream.org/what-is-gender-mankind-as-a-legal-entity/

3. Um histrico da evoluo conceitual da transexualidade e crtica ao modelo mdico psiquiatrizante apresentado por Daniela Murta em http://www.academia.edu/5889614/Sobre_a_apropria��o_m�dica_da_transexualidade_e_a_constru��o_do_Transtorno_de_Identidade_de_G�nero_Considera��es_sobre_a_psiquiatriza��o_das_viv�ncias_Trans -captado em 20/03/2017.

4. http://www.rsych.ac.uk/pdf/PS02_2014.pdf

5. http://www.cnsnews.com/news/article/michael-w-chapman/johns-hopkins-psychiatrist-transgender-mental-disorder-sex-change [By Michael W. Chapman | June 2, 2015 | 1:34 PM EDT] captado em 20/03/2017, 09:48




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