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01 de fevereiro de 2021
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O raio X do retorno ao Brasil depois de 30 anos como missionrios no Norte da frica Um exemplo a ser seguido 1k2c3u
Por BS e BI
Muito se discute sobre o retorno precoce do campo (antes de trs anos) e suas causas: falta de um preparo adequado ou de acompanhamento, rupturas na relao com a agncia missionria ou igreja(s) enviadora(s) e assim por diante.
O relato a seguir o de um bom exemplo a ser seguido, principalmente no que se refere relao da(s) igreja(s) enviadora(s) com a famlia missionria. Aps trinta anos no exterior servindo em ministrios transculturais, BS e a esposa BI (os nomes deles foram omitidos por precauo pelo contexto sensvel da regio em que viveram) esto de volta terra natal, o Brasil, e contam, no sem emoo, como foi deixar o norte da frica.
Que alegria desfrutarmos novamente do convvio da famlia, estarmos perto (fisicamente) de nossa comunidade de f, vivermos em nosso pas de nascimento. Antes de relatar nossa experincia positiva de retorno do campo, vale relembrar de forma breve o contexto de nossa sada do Brasil, em 1988. Foi um momento importante para o despertamento missionrio brasileiro. Igrejas no Pas todo organizavam conferncias missionrias, havia diversos movimentos de intercesso pelos povos no alcanados, e os cristos brasileiros eram desafiados a ir a esses povos (e muitos, como ns, disseram: Vou!). Em 1987, houve o histrico I Congresso Missionrio Ibero-americano (COMIBAM 87), em So Paulo, evento catalizador desse despertar.
Impulsionados pelo desejo de servir entre povos no alcanados e com o apoio de um grupo de igrejas brasileiras, voamos para a Espanha, e dali fomos para o norte da frica aprender o rabe e conviver em uma sociedade islmica moderada. Nosso objetivo era espalhar, de forma respeitosa e contextualizada, a mensagem do evangelho: Jesus, o Messias.
Foram, ento, cerca de trinta anos no norte da frica (com uma agem pelo Oriente Mdio), onde nos esforamos para espelhar o evangelho em palavras e aes. Experimentamos a alegria de ver pessoas indo a Jesus e participar de seu discipulado. Vivemos a dureza de fazer parte da minoria crist diante de uma maioria tolerante e, paradoxalmente, opressora. Acompanhamos irmos e irms que eram perseguidos pelas autoridades e famlias por causa da f em Jesus. Por muitos anos, apoiamos irmos que viviam em pequenas cidades, levando comunho e amizade em meio ao seu isolamento.
Durante essas dcadas, viemos regularmente ao Brasil. Nossas igrejas enviadoras mantiveram contato constante conosco, e nos apoiaram em toda nossa jornada. A cada vinda, sentamos o carinho das igrejas e de irmos e irms individualmente que, de muitas formas prticas, nos animavam a seguir. Muitas vezes, percebamos que nossos irmos no entendiam nossa realidade. Isso era normal, pois a realidade de se viver no norte da frica muulmano era muito diferente da brasileira. Mas isso foi paliado porque nossas igrejas se esforaram para conhecer mais nosso dia-a-dia, visitando nossas casas norte africanas em duas ocasies.
Em 2018, comeamos a pensar em voltar ao Brasil. A maioria dos missionrios que partem tm alguma ideia do tempo que pretendem permanecer no campo, tm um alvo. Hoje, os projetos, em geral, contemplam prazos mais curtos. Ns samos na poca das misses pioneiras, e partimos para ficar bastante tempo mesmo. No tnhamos ideia de que seriam 30 anos, mas estvamos abertos a isso. No incio, dizamos s pessoas que ficaramos por volta de 10 anos. Mas h muitos fatores envolvidos nisso: sustento, visto, a igreja local ou a misso pedindo pra retornar, sade, guerras
Bem, estvamos no campo h trinta anos, e veio uma inquietao almejvamos algo novo em termos de ministrio. Alm disso, nossos pais j estavam mais velhos, e queramos participar do cuidado deles nessa fase. Some-se a isso o desejo de estar mais perto de nossa igreja local, pois, por muito tempo, moramos em lugares em que no havia sequer uma igreja estabelecida. Conversamos, ento, com os pastores do grupo de igrejas que nos apoiam desde que samos do Brasil, e, aos poucos, fomos planejando nosso retorno. Paulatinamente, transferimos nossas reponsabilidades na ONG com a qual estvamos envolvidos, conversamos com parceiros locais, de forma que a nossa sada no prejudicasse o trabalho da equipe que ficou.
Iniciamos, em seguida, a parte mais difcil: a despedida dos nossos companheiros na ONG e de amigos e irmos locais e estrangeiros em vrias cidades. Voltar ao Brasil nos dava alegria retornaramos para o convvio de pessoas amadas , mas dizer adeus a lugares e a pessoas que fizeram parte de nossa vida por tantos anos (e sem termos a certeza de que voltaramos a nos encontrar!) foi durssimo. Claro que continuamos a sustentar vnculos e hoje, com as facilidades tecnolgicas, possvel manter contado sem problemas. Muitos missionrios voltam em viagens de curto prazo para visitar lderes que deixaram no campo, encorajar o trabalho que continua, isso saudvel e interessante. Agora, no se pode viver em um lugar com a cabea em outro, necessrio um equilbrio. J que voltou, tem de viver a realidade de onde se est.
Antes de partir, fizemos um curso de transio para quem est deixando o campo. Caminhamos pela cidade, despedindo-nos de lugares que fizeram parte da nossa rotina por anos: lugares pblicos, associaes parceiras, ruas, escadarias, cafs onde encontrei amigos e irmos inmeras vezes para conversar sobre a vida e sobre temas espirituais. Olhando as montanhas ao redor, pudemos dizer adeus ao norte da frica do qual j fazamos parte. Minha esposa fez um dirio, registrando a experincia da preparao da partida, os sentimentos, dores e expectativas.
Visitamos outras cidades, e pessoas de regies mais distantes vieram se despedir. Visitamos irmos que vivem isolados, sem comunho, uma vez mais, como fizemos por vrias vezes anteriormente, mas, dessa vez, para dizer adeus. Infelizmente, no pudemos encontrar todos, e de alguns precisamos nos despedir por telefone. Houve despedidas oficiais como a da ONG, da equipe, da igreja local e as de parceiros locais e informais com amigos (alguns vieram especialmente para dizer adeus) e vizinhos. Tivemos, ainda, a alegria de sermos enviados pela igreja local de volta ao nosso pas.
Participamos de um programa chamado Plano de Vida e Ministrio, organizado pela nossa misso. Isso nos ajudou a traar planos e metas concretos e realistas a mdio prazo quando do regresso ao Brasil. Participamos de um curso on-line, o Whats Your Pathway, que nos auxiliou a processar todos as mudanas que estavam acontecendo, com dicas prticas para a transio: escrever o dirio, sonhar ou imaginar o que est por vir, cuidar-se, rir, criar estruturas temporrias e dar a si mesmo tempo para experimentar.
Comeamos a mudana em maro de 2019, inventariando nossos documentos, papis, livros, roupas e mveis. Separamos o que teramos que deixar, doar ou vender e o que trazer para o Brasil. Desfizemo-nos dos nossos mveis, entregamos a casa alugada, preparamos as malas e, finalmente, chegou o dia de embarcarmos e voarmos para So Paulo. Voltamos com seis malas que levamos no avio e outras trs grandes, cheias de livros, que despachamos como carga. Os nossos pertences estavam ali, a maioria itens que nos traziam memrias dos ltimos trinta anos, os livros e algumas peas de roupa. Partimos com o corao cheio de gratido pelo que Deus fez em nossas vidas.
Ao desembarcarmos no Brasil no dia 17 de julho de 2019, comeou um perodo em que vimos como Deus cuidava de ns na nossa reentrada por meio de nossas igrejas enviadoras. Um casal querido e um grupo de irmos e irms de So Paulo nos receberam e nos ajudaram a liberar as malas de livros no aeroporto.
O casal citado nos emprestou uma casa de campo para descansarmos alguns dias antes de viajarmos para a nossa casa no interior do estado. Ali, pudemos aliviar o estresse dos ltimos meses de despedidas e preparao da viagem ao Brasil. Foram dias em que pudemos elaborar que tnhamos encerrado uma fase na nossa vida e comeado outra.
Finalmente, viajamos ao interior com nosso pastor, que veio nos buscar com uma caminhonete alugada por ele especialmente para transportar a gente e a nossa bagagem.
Em 2018, em resposta nossa orao, uma querida irm nos indicou e negociou por ns o preo de um apartamento no interior de So Paulo. Outra querida amiga, nossa procuradora, comprou o imvel para ns. Essas amigas trabalharam duro com irmos e amigos de trs igrejas e, ao chegarmos, encontramos maravilhosas surpresas: nosso apartamento mobiliado e equipado, e um grupo querido nos aguardando.
O corpo diaconal de nossa igreja organizou uma fantstica recepo de boas-vindas, com uma grande festa e mais presentes! Nossa igreja fez, ainda, um esforo alm do normal, uma espcie de crowd funding (uma vaquinha), e nos comprou um carro. A Deus o louvor, e, s igrejas e irmos, muita gratido.
Isso tudo nos mostra como Deus cuida de ns. O servio prestado a ns, bem as coisas materiais, so importantes, mas o mais valioso o que eles representam: a proviso de Deus na forma de pessoas que pensam em nosso bem-estar. Ns nos sentimos realmente cuidados.
Agora, usamos nossa experincia transcultural em um projeto de nossa igreja para abenoar a nossa cidade: o apoio a imigrantes e refugiados aqui e na nossa regio. O mesmo grupo de igrejas que nos sustentava no campo continua a nos sustentar aqui para realizarmos esse trabalho, que lida com refugiados especialmente da Amrica Latina e Haiti. Mas muitos missionrios, quando voltam do campo, precisam rever como obtm seu sustento, isso caso a caso. Temos a oportunidade e a disciplina de, h vrios anos, poupar para nossa aposentadoria, e estamos perto de obt-la. Quanto nossa atuao agora, podemos, ainda, ajudar irmos e irms que esto se preparando para serem testemunhas de Cristo em um contexto transcultural. Este prprio texto um pequeno exemplo disso. A experincia acumulada pode ser til se quiser ser aproveitada.
Algumas lies que aprendemos: deixar o norte da frica foi uma experincia doce-amarga. Amarga porque partir difcil, parte da nossa vida ficou para trs. Mas o planejamento da transio tornou a despedida vel. Doce, pois, continuamos a experimentar a fidelidade de Deus a cada dia nesta nova fase que comeou.
Uma vez mais, vemos como a relao com as igrejas enviadoras importante. O trabalho transcultural de Deus, mas feito por meio da parceria igrejas-obreiros. Por isso, preciso cuidar dessa relao de forma intencional para que seja frutfera.
E, uma vez mais, aprendemos a lio: Deus fiel.
A ele toda a glria.
BS e BI serviram por trinta anos em ministrios transculturais no norte da frica e no Oriente Mdio e, atualmente, moram no interior de So Paulo.
Artigo originalmente publicado no Martureo.
Muito se discute sobre o retorno precoce do campo (antes de trs anos) e suas causas: falta de um preparo adequado ou de acompanhamento, rupturas na relao com a agncia missionria ou igreja(s) enviadora(s) e assim por diante.
O relato a seguir o de um bom exemplo a ser seguido, principalmente no que se refere relao da(s) igreja(s) enviadora(s) com a famlia missionria. Aps trinta anos no exterior servindo em ministrios transculturais, BS e a esposa BI (os nomes deles foram omitidos por precauo pelo contexto sensvel da regio em que viveram) esto de volta terra natal, o Brasil, e contam, no sem emoo, como foi deixar o norte da frica.

Impulsionados pelo desejo de servir entre povos no alcanados e com o apoio de um grupo de igrejas brasileiras, voamos para a Espanha, e dali fomos para o norte da frica aprender o rabe e conviver em uma sociedade islmica moderada. Nosso objetivo era espalhar, de forma respeitosa e contextualizada, a mensagem do evangelho: Jesus, o Messias.
Foram, ento, cerca de trinta anos no norte da frica (com uma agem pelo Oriente Mdio), onde nos esforamos para espelhar o evangelho em palavras e aes. Experimentamos a alegria de ver pessoas indo a Jesus e participar de seu discipulado. Vivemos a dureza de fazer parte da minoria crist diante de uma maioria tolerante e, paradoxalmente, opressora. Acompanhamos irmos e irms que eram perseguidos pelas autoridades e famlias por causa da f em Jesus. Por muitos anos, apoiamos irmos que viviam em pequenas cidades, levando comunho e amizade em meio ao seu isolamento.
Durante essas dcadas, viemos regularmente ao Brasil. Nossas igrejas enviadoras mantiveram contato constante conosco, e nos apoiaram em toda nossa jornada. A cada vinda, sentamos o carinho das igrejas e de irmos e irms individualmente que, de muitas formas prticas, nos animavam a seguir. Muitas vezes, percebamos que nossos irmos no entendiam nossa realidade. Isso era normal, pois a realidade de se viver no norte da frica muulmano era muito diferente da brasileira. Mas isso foi paliado porque nossas igrejas se esforaram para conhecer mais nosso dia-a-dia, visitando nossas casas norte africanas em duas ocasies.
Em 2018, comeamos a pensar em voltar ao Brasil. A maioria dos missionrios que partem tm alguma ideia do tempo que pretendem permanecer no campo, tm um alvo. Hoje, os projetos, em geral, contemplam prazos mais curtos. Ns samos na poca das misses pioneiras, e partimos para ficar bastante tempo mesmo. No tnhamos ideia de que seriam 30 anos, mas estvamos abertos a isso. No incio, dizamos s pessoas que ficaramos por volta de 10 anos. Mas h muitos fatores envolvidos nisso: sustento, visto, a igreja local ou a misso pedindo pra retornar, sade, guerras
Bem, estvamos no campo h trinta anos, e veio uma inquietao almejvamos algo novo em termos de ministrio. Alm disso, nossos pais j estavam mais velhos, e queramos participar do cuidado deles nessa fase. Some-se a isso o desejo de estar mais perto de nossa igreja local, pois, por muito tempo, moramos em lugares em que no havia sequer uma igreja estabelecida. Conversamos, ento, com os pastores do grupo de igrejas que nos apoiam desde que samos do Brasil, e, aos poucos, fomos planejando nosso retorno. Paulatinamente, transferimos nossas reponsabilidades na ONG com a qual estvamos envolvidos, conversamos com parceiros locais, de forma que a nossa sada no prejudicasse o trabalho da equipe que ficou.
Iniciamos, em seguida, a parte mais difcil: a despedida dos nossos companheiros na ONG e de amigos e irmos locais e estrangeiros em vrias cidades. Voltar ao Brasil nos dava alegria retornaramos para o convvio de pessoas amadas , mas dizer adeus a lugares e a pessoas que fizeram parte de nossa vida por tantos anos (e sem termos a certeza de que voltaramos a nos encontrar!) foi durssimo. Claro que continuamos a sustentar vnculos e hoje, com as facilidades tecnolgicas, possvel manter contado sem problemas. Muitos missionrios voltam em viagens de curto prazo para visitar lderes que deixaram no campo, encorajar o trabalho que continua, isso saudvel e interessante. Agora, no se pode viver em um lugar com a cabea em outro, necessrio um equilbrio. J que voltou, tem de viver a realidade de onde se est.
Antes de partir, fizemos um curso de transio para quem est deixando o campo. Caminhamos pela cidade, despedindo-nos de lugares que fizeram parte da nossa rotina por anos: lugares pblicos, associaes parceiras, ruas, escadarias, cafs onde encontrei amigos e irmos inmeras vezes para conversar sobre a vida e sobre temas espirituais. Olhando as montanhas ao redor, pudemos dizer adeus ao norte da frica do qual j fazamos parte. Minha esposa fez um dirio, registrando a experincia da preparao da partida, os sentimentos, dores e expectativas.
Visitamos outras cidades, e pessoas de regies mais distantes vieram se despedir. Visitamos irmos que vivem isolados, sem comunho, uma vez mais, como fizemos por vrias vezes anteriormente, mas, dessa vez, para dizer adeus. Infelizmente, no pudemos encontrar todos, e de alguns precisamos nos despedir por telefone. Houve despedidas oficiais como a da ONG, da equipe, da igreja local e as de parceiros locais e informais com amigos (alguns vieram especialmente para dizer adeus) e vizinhos. Tivemos, ainda, a alegria de sermos enviados pela igreja local de volta ao nosso pas.
Participamos de um programa chamado Plano de Vida e Ministrio, organizado pela nossa misso. Isso nos ajudou a traar planos e metas concretos e realistas a mdio prazo quando do regresso ao Brasil. Participamos de um curso on-line, o Whats Your Pathway, que nos auxiliou a processar todos as mudanas que estavam acontecendo, com dicas prticas para a transio: escrever o dirio, sonhar ou imaginar o que est por vir, cuidar-se, rir, criar estruturas temporrias e dar a si mesmo tempo para experimentar.
Comeamos a mudana em maro de 2019, inventariando nossos documentos, papis, livros, roupas e mveis. Separamos o que teramos que deixar, doar ou vender e o que trazer para o Brasil. Desfizemo-nos dos nossos mveis, entregamos a casa alugada, preparamos as malas e, finalmente, chegou o dia de embarcarmos e voarmos para So Paulo. Voltamos com seis malas que levamos no avio e outras trs grandes, cheias de livros, que despachamos como carga. Os nossos pertences estavam ali, a maioria itens que nos traziam memrias dos ltimos trinta anos, os livros e algumas peas de roupa. Partimos com o corao cheio de gratido pelo que Deus fez em nossas vidas.
Ao desembarcarmos no Brasil no dia 17 de julho de 2019, comeou um perodo em que vimos como Deus cuidava de ns na nossa reentrada por meio de nossas igrejas enviadoras. Um casal querido e um grupo de irmos e irms de So Paulo nos receberam e nos ajudaram a liberar as malas de livros no aeroporto.
O casal citado nos emprestou uma casa de campo para descansarmos alguns dias antes de viajarmos para a nossa casa no interior do estado. Ali, pudemos aliviar o estresse dos ltimos meses de despedidas e preparao da viagem ao Brasil. Foram dias em que pudemos elaborar que tnhamos encerrado uma fase na nossa vida e comeado outra.
Finalmente, viajamos ao interior com nosso pastor, que veio nos buscar com uma caminhonete alugada por ele especialmente para transportar a gente e a nossa bagagem.
Em 2018, em resposta nossa orao, uma querida irm nos indicou e negociou por ns o preo de um apartamento no interior de So Paulo. Outra querida amiga, nossa procuradora, comprou o imvel para ns. Essas amigas trabalharam duro com irmos e amigos de trs igrejas e, ao chegarmos, encontramos maravilhosas surpresas: nosso apartamento mobiliado e equipado, e um grupo querido nos aguardando.
O corpo diaconal de nossa igreja organizou uma fantstica recepo de boas-vindas, com uma grande festa e mais presentes! Nossa igreja fez, ainda, um esforo alm do normal, uma espcie de crowd funding (uma vaquinha), e nos comprou um carro. A Deus o louvor, e, s igrejas e irmos, muita gratido.
Isso tudo nos mostra como Deus cuida de ns. O servio prestado a ns, bem as coisas materiais, so importantes, mas o mais valioso o que eles representam: a proviso de Deus na forma de pessoas que pensam em nosso bem-estar. Ns nos sentimos realmente cuidados.
Agora, usamos nossa experincia transcultural em um projeto de nossa igreja para abenoar a nossa cidade: o apoio a imigrantes e refugiados aqui e na nossa regio. O mesmo grupo de igrejas que nos sustentava no campo continua a nos sustentar aqui para realizarmos esse trabalho, que lida com refugiados especialmente da Amrica Latina e Haiti. Mas muitos missionrios, quando voltam do campo, precisam rever como obtm seu sustento, isso caso a caso. Temos a oportunidade e a disciplina de, h vrios anos, poupar para nossa aposentadoria, e estamos perto de obt-la. Quanto nossa atuao agora, podemos, ainda, ajudar irmos e irms que esto se preparando para serem testemunhas de Cristo em um contexto transcultural. Este prprio texto um pequeno exemplo disso. A experincia acumulada pode ser til se quiser ser aproveitada.
Algumas lies que aprendemos: deixar o norte da frica foi uma experincia doce-amarga. Amarga porque partir difcil, parte da nossa vida ficou para trs. Mas o planejamento da transio tornou a despedida vel. Doce, pois, continuamos a experimentar a fidelidade de Deus a cada dia nesta nova fase que comeou.
Uma vez mais, vemos como a relao com as igrejas enviadoras importante. O trabalho transcultural de Deus, mas feito por meio da parceria igrejas-obreiros. Por isso, preciso cuidar dessa relao de forma intencional para que seja frutfera.
E, uma vez mais, aprendemos a lio: Deus fiel.
A ele toda a glria.
BS e BI serviram por trinta anos em ministrios transculturais no norte da frica e no Oriente Mdio e, atualmente, moram no interior de So Paulo.
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