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13 de julho de 2011
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O descanso e as terras livres (Levtico 25), por Milton Schwantes 666x6g
Pela quantidade e variedade de argumentos, percebe-se quo aguda era a situao desses irmos empobrecidos. Essas so condies ps-exlicas, semelhantes quelas encontradas em Lamentaes ou em Ageu.
A terra precisa estar livre, e as pessoas tambm v. 39-46
O irmo empobrecido (v. 34-38) tende a tornar-se escravo (v. 39-46), no caso de seu nvel de espoliao e expropriao ser aumentado (v. 39). O escravo o assunto desta subdiviso, cuja parte final (v. 44-46) trata do escravo estrangeiro. permitido que se tenha tal escravo em perpetuidade. Contudo, muito poucos tero sido os homens ricos em Jud que tinham tais escravos em tempos ps-exlicos, pois a grande maioria do povo de Deus era muito pobre e dependente. O problema maior, aos olhos do povo (veja Neemias 5), era a pobreza e a escravizao, que esto em foco nos versos 39-42.
preciso atentar para o verso 42, semelhante ao 36a. A escravido vivida no Egito e a libertao dela so, novamente, padres de argumentao em favor do escravo irmo.
O irmo empobrecido no pode ser chamado de escravo (v. 39), mas jornaleiro e peregrino (v. 40), ainda que sua realidade seja a de pessoa at cinqenta anos a servio de seu credor (portanto, um escravo).
Esse jornaleiro ou escravo retornar sua possesso no qinquagsimo ano.
Percebe-se nessa parte do captulo 25 de Levtico o quanto se deseja evitar a escravido no meio do povo de Deus. A terra precisa estar livre, mas na mesma intensidade tambm as pessoas. (Em xodo 21.1-11 ainda no se percebia essa nfase cada vez mais antiescravagista da memria bblica. H que lembrar que a Guerra dos Macabeus, em 176 antes de Cristo, ou mais tarde a Guerra dos Zelotes, de 66 at 70 depois de Cristo, foram, por excelncia, levantes antiescravagistas. O horror escravido j est formulado em um trecho como o dos versos 39-42).
Os escravos estrangeiros em Israel v. 47-54
Com relao ao tema da escravido preciso entender que esta refere-se quela pessoa que tenha sido vendida como escrava a um estrangeiro ou peregrino que vive em Israel. Nos versculos 44-46, nota-se uma situao mais ou menos inversa: a escravido de pessoas vindas das naes. Nesse sentido, os versos 47-54 completam os versos anteriores. A diferena est em que as pessoas (escravizadas) nos versos 44-46 no tenham em comum com os filhos de Israel e Jud a mesma terra, mas terras distintas. J os estrangeiros e peregrinos, nos versculos 47-54, esto escravizando teu irmo em terra dada por Deus. Em terra dada por Jav libertador as leis so diferentes daquelas em terras das naes. Nas terras dadas aos ex-escravos libertos da casa da escravido no Egito no pode haver escravos nem escravas!
O irmo em mos de estrangeiro pode ser resgatado (v. 48-49), e o resgate pode dar-se em qualquer momento nos anos anteriores ao do Jubileu ou, ao mais tardar, naquele ano da graa (v. 54). O estrangeiro fica, pois, submetido s leis de Israel ao morar nas terras do povo de Deus. Esse ter sido um motivo de no poucos conflitos, considerando que naqueles tempos Jud no ava de uma provncia persa.
A final: Eu sou o Senhor, vosso Deus v. 55
Este versculo poderia agregar-se somente ltima subdiviso dos versos 47-54. Mas parece que sua funo vai alm em relao ao que vem imediatamente antes. Ele tem o captulo 25 como um todo em sua perspectiva.
Eu sou o Senhor, vosso Deus equivale a uma final. O que nesse captulo 25 de Levtico se diz em favor das pessoas, dos escravos e das escravas, e dos animais brota da f em Jav, o Deus de Israel. Esse Deus, Jav, e os cuidados com irmos e irms so confluentes. Em Deus Jav preciso ar a viver nas perspectivas da liberdade, do fim do acmulo da terra e do fim da escravido.
Alm disso, os filhos de Israel tm relao especial com o Senhor Jav: so-lhe escravos. interessante que em um texto como o de Levtico 25 se conclua realando a relao de escravido com Eu Sou. O ser de Deus nos tira da escravido, fazendo-nos seus escravos e escravas, adoradores somente dele, de seus caminhos de libertao e de liberdade. nesse sentido, de adoradores exclusivos do Deus da libertao, que somos escravos dignos, porque pessoas livres.
Artigo publicado originalmente no caderno Jubileu da Terra, publicado na revista Ultimato n 294 (maio-junho/2005)
___________
Milton Schwantes, pastor luterano, especialista em Antigo Testamento e leciona na Faculdade Metodista de So Bernardo do Campo, SP. casado e tem trs filhos.
A terra precisa estar livre, e as pessoas tambm v. 39-46
O irmo empobrecido (v. 34-38) tende a tornar-se escravo (v. 39-46), no caso de seu nvel de espoliao e expropriao ser aumentado (v. 39). O escravo o assunto desta subdiviso, cuja parte final (v. 44-46) trata do escravo estrangeiro. permitido que se tenha tal escravo em perpetuidade. Contudo, muito poucos tero sido os homens ricos em Jud que tinham tais escravos em tempos ps-exlicos, pois a grande maioria do povo de Deus era muito pobre e dependente. O problema maior, aos olhos do povo (veja Neemias 5), era a pobreza e a escravizao, que esto em foco nos versos 39-42.
preciso atentar para o verso 42, semelhante ao 36a. A escravido vivida no Egito e a libertao dela so, novamente, padres de argumentao em favor do escravo irmo.
O irmo empobrecido no pode ser chamado de escravo (v. 39), mas jornaleiro e peregrino (v. 40), ainda que sua realidade seja a de pessoa at cinqenta anos a servio de seu credor (portanto, um escravo).
Esse jornaleiro ou escravo retornar sua possesso no qinquagsimo ano.
Percebe-se nessa parte do captulo 25 de Levtico o quanto se deseja evitar a escravido no meio do povo de Deus. A terra precisa estar livre, mas na mesma intensidade tambm as pessoas. (Em xodo 21.1-11 ainda no se percebia essa nfase cada vez mais antiescravagista da memria bblica. H que lembrar que a Guerra dos Macabeus, em 176 antes de Cristo, ou mais tarde a Guerra dos Zelotes, de 66 at 70 depois de Cristo, foram, por excelncia, levantes antiescravagistas. O horror escravido j est formulado em um trecho como o dos versos 39-42).
Os escravos estrangeiros em Israel v. 47-54
Com relao ao tema da escravido preciso entender que esta refere-se quela pessoa que tenha sido vendida como escrava a um estrangeiro ou peregrino que vive em Israel. Nos versculos 44-46, nota-se uma situao mais ou menos inversa: a escravido de pessoas vindas das naes. Nesse sentido, os versos 47-54 completam os versos anteriores. A diferena est em que as pessoas (escravizadas) nos versos 44-46 no tenham em comum com os filhos de Israel e Jud a mesma terra, mas terras distintas. J os estrangeiros e peregrinos, nos versculos 47-54, esto escravizando teu irmo em terra dada por Deus. Em terra dada por Jav libertador as leis so diferentes daquelas em terras das naes. Nas terras dadas aos ex-escravos libertos da casa da escravido no Egito no pode haver escravos nem escravas!
O irmo em mos de estrangeiro pode ser resgatado (v. 48-49), e o resgate pode dar-se em qualquer momento nos anos anteriores ao do Jubileu ou, ao mais tardar, naquele ano da graa (v. 54). O estrangeiro fica, pois, submetido s leis de Israel ao morar nas terras do povo de Deus. Esse ter sido um motivo de no poucos conflitos, considerando que naqueles tempos Jud no ava de uma provncia persa.
A final: Eu sou o Senhor, vosso Deus v. 55
Este versculo poderia agregar-se somente ltima subdiviso dos versos 47-54. Mas parece que sua funo vai alm em relao ao que vem imediatamente antes. Ele tem o captulo 25 como um todo em sua perspectiva.
Eu sou o Senhor, vosso Deus equivale a uma final. O que nesse captulo 25 de Levtico se diz em favor das pessoas, dos escravos e das escravas, e dos animais brota da f em Jav, o Deus de Israel. Esse Deus, Jav, e os cuidados com irmos e irms so confluentes. Em Deus Jav preciso ar a viver nas perspectivas da liberdade, do fim do acmulo da terra e do fim da escravido.
Alm disso, os filhos de Israel tm relao especial com o Senhor Jav: so-lhe escravos. interessante que em um texto como o de Levtico 25 se conclua realando a relao de escravido com Eu Sou. O ser de Deus nos tira da escravido, fazendo-nos seus escravos e escravas, adoradores somente dele, de seus caminhos de libertao e de liberdade. nesse sentido, de adoradores exclusivos do Deus da libertao, que somos escravos dignos, porque pessoas livres.
Artigo publicado originalmente no caderno Jubileu da Terra, publicado na revista Ultimato n 294 (maio-junho/2005)
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