Ns contra eles? 2at6i

Ed Ren Kivitz est acostumado a opinar na revista Ultimato (em sua coluna Reflexo) sobre religio, sociedade e os descaminhos de ambos. Na edio de maio-junho, por exemplo, Ed falou sobre a polmica do atentado ao jornal francs Charlie Hebdo e como, afinal, os seguidores de Cristo devem reagir quando so ofendidos.

A BBC Brasil tambm quis ouvir Kivitz sobre o atual momento de intolerncia religiosa e social que vive a sociedade brasileira. Lderes evanglicos tm sido acusados de promover esta intolerncia, seja nas mdias seja nos espaos polticos.

Para Ed Ren Kivitz, que pastor da Igreja Batista de gua Branca (SP), preocupante ter uma liderana [evanglica] expressiva desenvolvendo um discurso de ns contra eles, um verdadeiro contrassenso para uma liderana religiosa, j que no se tolera isso nem de uma torcida organizada de futebol, que dir de uma figura tida como um orientador, um guia espiritual.

Ed tambm criticou, no entanto, a mdia:

A TV no Brasil, de forma geral, ainda se preocupa muito mais com o circo, o sensacional, os embates e os extremos, do que com o dilogo e a discusso construtiva. A mdia tem um papel muito forte nisso. Os movimentos LGBT, por exemplo, so pintados sempre como mocinhos, e os evanglicos todos demonizados como homofbicos, o que uma inverdade.

Para ele, falta amadurecimento democrtico no Brasil:

O voto no o caminho para que a vontade da maioria se sobreponha da minoria. O voto deveria ser o exerccio do cidado em discernir o que melhor para o todo da sociedade, e no para fazer valer o seu ponto de vista sobre esta sociedade.
este amadurecimento democrtico que ns no Brasil ainda no temos e que os nossos lderes polticos no cooperam em nada para desenvolver. Ou seja, eu no posso votar num candidato apenas levando em conta se sou contra ou a favor do aborto, mas sim pensando no que seria um posicionamento justo para a sociedade brasileira com relao legislao que trata do aborto.

Ao insistir em defender o ponto de vista do seu grupo, voc fica num cabo de guerra constante, um puxando para um lado, e o outro puxando para o outro, e no se chega a lugar nenhum, perpetuando-se a relao ns contra eles.

Leia a entrevista completa no site da BBC Brasil.

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