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Minha amizade com Carmem – uma trabalhadora migrante hispnica rural nos EUA 1e5v4t

Um Dia de Cada Vez
Por Neiva Garcia

Gosto muito do ditado que diz: Coce onde est coando!. Usei esta expresso em uma conversa com um bibliotecrio em estilo cowboy que me contratou para um trabalho de algumas horas semanais na biblioteca pblica de uma cidade rural e pequena no norte do estado de Washington. preciso pessoas que se comuniquem bem com os hispnicos, disse ele. Aceitei a proposta em prol da oportunidade de fazer amizade com hispnicos rurais e outros estrangeiros pobres que lutam dia a dia pela sobrevivncia nesta regio.

H dois anos, quando meu marido e eu ainda morvamos no estado de Idaho, estabeleci como alvo ministerial ajudar trabalhadores rurais migrantes a entrarem no sistema de legalizao do pas. Para tanto, aproximei-me intencionalmente da populao de hispnicos migrantes para aprender melhor a lngua e cultura e servir dentro de seu contexto. J aprendi muito sobre o que posso ou no fazer como representante oficial voluntria na ajuda aos que buscam a permanncia legal no pas e tambm os os para ajuda-los a obter a cidadania norte-americana.

Entre os perfis de famlias que encontro no meu dia a dia, encontra-se o da famlia de Carmen, que vive e trabalha em transio de um estado para outro h muitos anos, ou indo e voltando de seu pas pela fronteira do sul. Carmen veio biblioteca e inscreveu-se para aprender ingls e estudar para os testes de cidadania. Ofereci-me para ser sua tutora e j nos encontramos semanalmente por trs meses. Carmen muito dedicada. J sabe o suficiente para ar nos testes. O seu esposo, Carlos, sofre de uma enfermidade sria, um tipo de cncer, e, no momento, no pode mais trabalhar. Ele no fala ingls, mas gostaria de se tornar cidado para oferecer segurana famlia. A filha mais nova do casal, de doze anos, j tem cidadania norte-americana por ter nascido no pas. Essa filha desenvolveu uma enfermidade semelhante do pai, mas consegue frequentar a escola e tem progredido bem.

No ms de agosto, Carmen, a nica com condio para o trabalho pesado na agricultura, precisou deixar esposo e filha, mesmo doentes, e ir para outro estado onde conseguiu um emprego suplementar por mais alguns meses. Como famlia, eles no podem parar de trabalhar devido ao visto de trabalho temporrio. E assim vivem, um dia aps outro. Carmen sempre tem um sorriso no rosto e traz frutas quando nos encontramos. O momento de aprendizado hoje significa esperana de um amanh que leva Carmem ao encontro da ptria esperada.

Os migrantes so pessoas ou famlias que chegam ao pas em busca de asilo de qualquer forma e a qualquer preo. Podem ser identificados de muitas formas. Na maioria, so no documentados que ficam no pas sem aprovao do governo. Muitos vieram com esperana de encontrar ajuda e em busca de um futuro mais seguro. Alguns recebem um visto de trabalho temporrio, e espera-se que retornem ao seu pas de origem depois de completada a colheita. Apesar de serem os responsveis pela boa alimentao do pas e do estado onde trabalham na colheita, em sua maioria, os migrantes no tm quase nada para comer. uma situao triste de observar e difcil de resolver. O medo prevalece sobre todos, locais ou estrangeiros, um contra o outro.

Com um grupo de nossa igreja, fui visitar um povoado construdo para abrigo dos trabalhadores migrantes. Observei e ouvi o ponto de vista dos que so a favor e dos que so contra os trabalhadores que chegam para a estao de colheita de frutas. As disputas sobre o que fazer com a populao migrante esto cada vez mais intensas. Muitos trabalhadores migrantes sentem-se injustiados, enfurecidos, confusos e constantemente perseguidos pela lei. Trabalham com ardor, mas logo chega o trmino da estao e muitos ficam sem lar, sem certeza do amanh, sem recursos e sem lugar de retorno. Vivem com medo e cercados pelos desafios.

E a histria de cada um continua.
Sou grata por novas amizades. No trabalho na biblioteca, fao uso de uma metodologia de perguntas e respostas dos ditados populares inseridos nas culturas de cada um. Assim h espao para compartilhar a histria do evangelho de Jesus na jornada de cada migrante por aqui.

Neiva Garcia missionria brasileira na Amrica do Norte desde 1984. Nos Estados Unidos, ela estudou no Fuller Seminary e trabalhou como Diretora Executiva do Hollywood Urban Project. No Canad, fez um mestrado no Prairie Graduate School, e foi professora de misses e teologia nesta escola. Foi de e professora do Centro Evanglico de Misses (CEM), em Viosa, MG, entre 2013 e 2017.

Nota
Relato escrito em setembro de 2019, ms de comemorao do Dia da Constituio e Cidadania Norte-Americana.


Leia mais:
Os migrantes venezuelanos e a misso da igreja
Como deve ser a nossa relao com imigrantes e refugiados?

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