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Lies de um viajante do espao 4b3l5w

Imagine um viajante interplanetrio visitando o planeta Terra em diferentes pocas, e em cada uma delas com a misso de observar a vida de comunidades que se identificam como crists. Essa foi a ideia bsica de um brilhante texto do missilogo escocs Andrew Walls. H algum tempo tive o privilgio de conhecer esse senhor em uma viagem frica para participar de uma consulta sobre a rea de formao promovida pela IFES. Foi um deleite ouvir o Sr. Walls, desde a riqueza de seus mais de 80 anos de vida e experincia.

Quanto ao viajante espacial imaginado por ele, nos deparamos que o tal explorador galctico tambm possua a habilidade de viajar no tempo. Assim, ele pde visitar nosso planeta azul em cinco diferentes momentos:

1. A primeira viagem foi no ano 37 da presente era, quando a maioria dos cristos era judia e Jerusalm era o centro de influncia. O cumprimento da Lei era um importante aspecto da f para esse grupo.

2. Sua segunda visita se deu ao redor de 325, quando a maioria dos cristos no era do povo judeu. Nos principais centros de referncia da f crist a lngua e a cultura dominantes eram a grega. Preocupavam-se mais com as discusses metafsicas, com a teologia e com o significado preciso de alguns termos.

3. Na terceira, por volta do ano 600, um centro importante de irradiao da f era a Irlanda, com suas comunidades tribais. Anelavam a santidade, com sua particular interpretao da mesma, que inclua banhos em lagos gelados, e no mediam esforos em sua paixo missionria.

4. Na quarta, j em 1840, a Gr-Bretanha era o principal centro de expanso da f crist, um fato intrinsicamente ligado ao poder de seu imprio. Temas como a poltica, o comrcio e a civilizao eram parte importante da agenda de sua f.

5. Na quinta, j em 1980, o centro de poder da f se movia ao Sul, especialmente a frica. A preocupao principal de muitos cristos se enfocava na experincia do poder, das curas e das vises pessoais.

Nosso antroplogo, viajante do tempo e do espao, observou que todos eles se identificavam como cristos, todos possuam uma Bblia em comum, e igualmente todos faziam referncia a elementos fundamentais de uma mesma tradio, compartilhando alguns dos mesmos rituais. De alguma maneira estavam em uma mesma linha de expanso da f, quando cada movimento poderia ser historicamente conectado ao anterior, em uma contnua onda missionria atravs da histria.

Claro, havia enormes diferenas entre um grupo e outro, mas o que mais chamava a ateno de nosso explorador era a identificao que possuam, o prprio reconhecimento de que eram parte de uma mesma f, de uma linha que atravessa a histria. E o faziam apesar dessa evidente constatao de que essas dspares comunidades em diversos lugares pareciam selecionar ou valorar de distintas maneiras diferentes sees das mesmas Escrituras.

Ainda assim, ao escutar nosso amigo escocs ele me parecia otimista, ao crer que vivemos em um tempo com potencial para enriquecimento mtuo e autocrtica, atravs das interaes que possamos desenvolver em uma comunidade global ao redor da Bblia, vivendo em diferentes contextos e com variados desafios ao redor do mundo.

De minha parte, ainda que apreciando e mesmo desejando para mim seu otimismo, vejo que no to fcil construir pontes de entendimento entre irmos e irms vindos de contextos variados. Parece que, sem viajar no tempo, e ficando apenas em nossa presente realidade, alguns temas considerados no essenciais para a f de alguns so para outros elementos cruciais de sua f e misso entre os demais.

Parece que o entendimento, os possveis acordos mtuos e mesmo o aprender uns dos outros, somente so possveis atravs de uma atitude humilde, quando estamos dispostos a ouvir e a orar uns pelos outros. Poderamos at chegar a cooperar melhor em nossa misso crist no mundo. At porque foi exatamente essa paixo pela misso e pela Palavra que impulsionou cada grupo nessas cinco eras, esse poderoso fator que conectou essas comunidades atravs da histria.

O problema que talvez estamos, com frequncia, mais dispostos a aprender e a nos identificar com comunidades crists distantes na histria e na geografia do que a aprender e cooperar com meus vizinhos na f, esses pertencentes a uma tradio ou corrente diferentes da minha, que esto no mesmo bairro e lugar onde eu vivo. Talvez, no final das contas, deveramos aprender mais com a atitude do viajante espacial, a de reconhecer as identidades de cada um, respeitar suas diferenas, mas tambm ser capazes de nos engajar melhor em uma comunidade global de hermenutica e misso. Entre as alternativas possveis, me parece que uma delas a do isolamento e da fossilizao, sem impacto missional relevante no mundo. A outra seria a de aprender a cooperar e assim continuar sendo instrumentos de um movimento missionrio contnuo de expanso da f no mundo e na histria. Que caminho escolheremos?


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A caminhada crist na histria (Alderi Souza de Matos)
casado com Ruth e pai de Ana Jlia e Carolina. Integra o corpo pastoral da Igreja Metodista Livre da Sade, em So Paulo (SP), serve globalmente como secretrio adjunto para o engajamento com as Escrituras na IFES (International Fellowship of Evangelical Students) e tambm apoia a equipe da IFES Amrica Latina.
  • Textos publicados: 61 [ver]

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