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Prateleira 3g3u5c

Lamento sobre a soberania islmica do macho evanglico 4r5a2r

Para celebrar a semana da mulher, Prateleira traz ao leitor uma srie de artigos publicados pela revista Ultimato sobre o tema. Todos os dias, com exclusividade, voc vai ler aqui um novo artigo. Abrimos a srie com a colunista Brulia Ribeiro.



"Sem carinho, sem coberta, no tapete atrs da porta"

Lembro-me do momento na infncia em que descobri que mulheres de alguma forma valiam menos do que homens. Um dia minha me se referiu a meu irmo mais novo como seu primognito. Reagi: Eu sou a primeira filha, mame... E ela, como boa judia mineira, conformada: No, minha filha, mulher no conta...

Aquele mulher no conta ecoou nos meus ouvidos de criana por muito tempo. Assim que me tornei missionria, bem jovem, no me senti limitada por ser mulher. Na misso a conscincia de gnero era difusa. Eu valia no pelo sexo, mas por ser eu, quem Deus me criou para ser. Vivi com liberdade servindo a Deus, descobrindo ndios na selva remota. Mas mesmo assim o pseudo-machismo bblico tinha eco em mim. Casei-me e me apaguei. Agora eu tinha um homem para ocupar o palco do destino que Deus tinha para ns (submisso, sob-misso, sem misso pessoal). O projeto de ser esposa adequadamente tomou o lugar do projeto de vida. A necessidade de destino foi substituda pelo conforto dos braos machos ao meu redor.

No sei quantos anos dormi assim em bero esplndido. Quando acordei j era mulher de meia-idade, menos mulher por menos encantos. Vi-me mulher inteira mas o fui em pedaos. No consegui combinar a mulher com valor intrnseco com esposa e me. Deixei-me sufocar pela cultura teolgica que me extraa a importncia e a autonomia.

Ironicamente s despertei quando, ao visitar uma tribo que ara vinte anos antes, vi-me obrigada a me desnudar, quarentona, do mesmo jeito que o fazia quando jovem solteira. Minha nudez ousada era a mesma, mas minha alma era cada, pesada de preconceitos. Deus usou aquele momento nico de nudez real para me confrontar com quem eu era. Continuo casada e feliz, mas j no sou uma metade. Sou um ser inteiro, inteiro em seu valor.

Muitos homens no Brasil repousam sua masculinidade numa falsa noo de superioridade de gnero, que crem ser bblica. Tenho pena desses homens que se sentem superiores apoiados num sofisma. Sua identidade construda em alicerce de areia e est sempre ameaando ruir-se, tornando-os vtimas miserveis da mentira que pregaram para si mesmos. Essa noo nos aprisiona aos gneros em vez de nos libertar na identidade pessoal. Nosso deusinho repete os preconceitos e machismos da cultura brasileira com uma roupagem religiosa.

O homem-macho auto-suficiente. A mulher ser inferior, incapaz. Ele senhor em si mesmo, mas ela precisa dele e, sem um representante masculino qualquer (mesmo solteira ter de ter algum macho lder), nem autorizada espiritualmente est. Universalizando o padro que Deus estabeleceu apenas para o lar, aleijam funcionalmente a mulher no Corpo de Cristo. Assim como as muulmanas, as mulheres evanglicas so impedidas de exercer liderana ou espiritualidade plena.

Muitos homens evanglicos, embriagados de testosterona religiosa, ainda so guiados pela soberania do seu sexo. E por causa disso muitos vivem numa Jihad teolgica. Em vez de amarem uns aos outros, inventam biblicismos para justificar adultrios; se sentem roubados por Deus de seu direito fundamental de ter um harm e formam um harm esprito-emocional ao redor de si mesmos. Enquanto isso muitas mulheres crentes frustradas se policiam para parar antes, saber menos, demonstrar mais medo, ser mais frgeis, mutilando o Corpo de Cristo de sua contribuio. Se no fizerem isso podem terminar como as mulheres da msica de Chico Buarque de Hollanda: sem carinho, sem coberta, no tapete atrs da porta. So mulheres descartveis do reino evanglico-islmico.

Brulia Ribeiro missionria em Porto Velho, RO, e presidente da JOCUM Jovens com Uma Misso. E-mail:[email protected]

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