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Ecoteologia, mudanas climticas e o cultivo de virtudes ecolgicas 205v2o

Por Tiago A. Pereira
No de hoje que falar sobre o tempo considerado o assunto universal dos elevadores. A onipresena de notcias sobre o clima nos noticirios e mdias sociais nos mostra que o tema alcanou o devido lugar de destaque na sociedade, mas a verdade que a cincia climtica no recente como parece. O conhecimento cientfico sobre a temperatura da Terra e o papel de gases como o dixido de carbono e outros para o bem conhecido efeito estufa pode ser rastreado at meados do sculo XIX, com o pioneirismo de Eunice Foote (1856), seguida por John Tyndall (1859) e Svante Arrhenius (1896)1. Desde ento, cientistas climticos tm mostrado como o aporte de carbono na atmosfera oriundo de atividades humanas est diretamente ligado intensificao deste efeito para alm de seus ciclos naturais. Aps um longo sculo abalado por guerras devastadoras e um perodo de intensa instabilidade poltica global, a Organizao das Naes Unidas dedicou uma ateno especial para o meio ambiente atravs da criao do Intergovernamental sobre Mudanas Climticas (IPCC)2. O foi estabelecido em 1988, no com o objetivo de produzir pesquisa original, mas de avaliar, sintetizar e divulgar o conhecimento produzido pelas pesquisas mais avanadas sobre as questes climticas no planeta. Desde sua fundao o rgo se tornou a maior autoridade global a respeito das mudanas climticas levando o prmio Nobel da Paz em 2007 e seus relatrios tm sido a principal fonte para formuladores de polticas sobre o clima em todo o planeta.
O primeiro relatrio do IPCC foi divulgado em 1990, e suas observaes mostravam como o aumento de dixido de carbono na atmosfera impactava as temperaturas globais e como esse processo estava ligado s atividades humanas. Alm disso, o relatrio j apontava modelos de possveis cenrios futuros a depender do impacto das escolhas humanas nos anos que se sucederiam. As trs dcadas que se seguiram trouxeram novos relatrios que evidenciaram a evoluo de uma cincia que se tornou mais robusta e cada vez mais central para a elaborao de polticas pblicas nacionais e mundiais.
O sexto relatrio de avaliao, aguardado h 7 anos, teve seu primeiro volume finalmente divulgado no ms de agosto de 20213, uma compilao exaustiva que contou com a anlise de mais de 14 mil estudos cientficos, sendo aprovado em sua verso final por 234 autores representantes de 195 governos aps reviso de centenas de especialistas4. Trazendo a anlise mais compreensiva sobre as questes climticas at a presente data, o relatrio aponta como e por que o clima do planeta tem mudado, e traz diversos cenrios possveis para o futuro a curto, mdio e longo prazo. Uma das principais concluses do relatrio a afirmao da influncia humana no clima do planeta como fato estabelecido e responsvel por uma instabilidade sem precedentes nos ltimos 2 mil anos, pelo menos. O aumento de temperatura mdia global de 1850 a 2020 se encontra agora na casa de 1,1C, e dever atingir ou exceder 1,5C o mximo seguro estabelecido pelo Acordo de Paris e ratificado pelo IPCC5 nos prximos 20 anos6. O secretrio-geral da ONU, Antnio Guterres, assinalou que o documento um alerta vermelho para a humanidade. Os alarmes so ensurdecedores: as emisses de gases de efeito estufa provocadas por combustveis fsseis e o desmatamento esto sufocando o nosso planeta. () como o relatrio de hoje indica claramente, no h tempo e no h lugar para desculpas7. As notcias so inevitavelmente alarmantes, mas o relatrio reafirma que mudanas so possveis, e dependem, em grande parte, de escolhas e aes ambiciosas que a humanidade deve fazer ainda hoje.8

Historicamente, a questo das mudanas climticas envolve debates e divergncias que extrapolam as barreiras da cincia e englobam profundas questes de natureza poltico-econmica, cognitiva, epistemolgica, tica e religiosa. Em essncia, as divergncias no envolvem tanto as questes de gases de efeito estufa ou as modelagens climticas; em vez disso, elas so o produto de vises de mundo contrastantes e profundamente arraigadas. Cientistas cognitivos trazem grandes insights sobre como nossas percepes so moldadas por vieses e mecanismos psicolgicos individuais e narrativas construdas coletivamente. Diversos especialistas tm observado estgios sucessivos presentes nos argumentos de negao das mudanas climticas9: a negao da existncia do problema, a negao de que a atividade humana seja a causa e a negao de que exista um consenso cientfico. Uma vez que se confirma que as mudanas e as causas so reais, a-se ento para os prximos estgios: a negao de que isso seja de fato um problema, a negao de seja possvel que solucionemos o problema, e finalmente, o estgio em que se afirma que tarde demais. Uma cadeia de eterna insatisfao que em ltima instncia resulta em total desesperana e perda da capacidade de se buscar uma ao efetiva. O desafio, portanto, buscar entender como agir enquanto tempo, mesmo em meio a movimentos de negao e desinformao.
George Marshall, um dos maiores especialistas europeus em comunicaes sobre mudanas climticas, se debruou sobre o tema a fim de buscar respostas sobre porque uma parte da populao tende a ignorar as mudanas climticas. Ele analisa nossa habilidade de lidar com o conhecimento e com a crena, propondo uma abordagem que no se atenha s batalhas miditicas da verdade contra a fico, ou da cincia contra os interesses corporativos, mas como um desafio para a nossa habilidade de fazer sentido do mundo ao nosso redor.10 Para ele, no final, todos as modelagens de computao, previses cientficas e cenrios econmicos so construdos em torno da varivel mais importante e incerta de todas: se nossa escolha coletiva ser aceitar ou negar o que a cincia est nos dizendo. E esta () uma pergunta infinitamente perturbadora, envolvente e intrigante.11

Tendo um cenrio que exige ao imediata nossa frente, uma srie de perguntas podem ser colocadas: Como a sociedade deve encarar esse desafio? Onde devemos investir nossos esforos? Por que, afinal, deveramos nos esforar para criar um mundo melhor? Ou como disse a infame frase de um famoso quadrinho de jornal h alguns anos: E se isso for uma grande farsa e ns criarmos um mundo melhor para nada">A natureza nossa irm

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