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09 de junho de 2017
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Deus faz justia por meio de instituies e pessoas 4o1o5k
NAUM FALA HOJE
Por Billy Lane
O que um profeta hebreu do sculo 7 antes de Cristo tem a ver com o Brasil do sculo 21, alm de compor o texto da Escritura sagrada crist e judaica? Naum tem alguma coisa a dizer sobre corrupo, propinas, delaes, julgamentos e etc?
verdade, os profetas da Bblia normalmente usam linguagem muito potica e figurada. Seus primeiros leitores podem ter entendido muito bem o que os profetas estavam dizendo, mas ns hoje temos dificuldade no s de entender a quais pessoas e fatos esto se referindo, mas, sobretudo, de entender a atualidade e relevncia de sua mensagem. No temos dificuldade de entender quando Naum diz, O Senhor bom; forte refgio quando vem a aflio (Na 1.7, NVT) mesmo que a gente no saiba de que aflio historicamente esteja falando. Mas quando diz O leo despedaava a carne para seus filhotes e estrangulava a presa para a leoa. Enchia sua toca de presas e suas cavernas de despojo (Na 2.12, NVT), podemos apreciar a poesia e as figuras de linguagem, mas ter um pouco de dificuldade de saber a que fatos e personagens histricos se referem e como contextualizar para os nossos dias.
O povo de Israel e Jud sempre se viu espremido na Palestina e sujeito disputa de poder entre o Egito, no sul, e Assria, Babilnia ou Prsia, no norte. Israel, reino do norte, caiu sob o poder da Assria (Na 2.2). Jud, do sul, foi ameaada, mas resistiu. De todo modo, a Assria cometia invases cruis e aterradoras, por isso Naum a compara com um leo devorador. O profeta Ams, um sculo antes disso, anunciou que Israel seria levada pela Assria com ganchos no nariz [...] e anzis (Am 4.2). Era assim que os assrios levavam seus presos. Algo comparvel em nossos dias com as cruis invases do Estado Islmico no Oriente Mdio.
Os governantes assrios so pssimos e no cuidam do povo. O profeta denuncia:
Rei da Assria! Seus pastores-lderes,
que tm a responsabilidade de cuidar do povo,
Esto ocupados fazendo tudo, menos isso.
No esto fazendo seu trabalho, E o povo est espalhado, perdido,
E ningum se dispe a ir atrs deles.
Vocs aram do ponto de retorno.
Sua ferida fatal. (Na 3.16-18, A Mensagem)
Apesar de todo o poderio e da extenso de seu imprio, os dias dos assrios esto contados. Naum no tem boa notcia para Nnive, capital da Assria. Adverte: Que aflio espera Nnive, cidade de homicdios e mentiras! (3.1).
A boa notcia que a violncia no ficar impune diante de Deus. Os ps do que anuncia boas novas j esto sobre os montes (1.15). O inimigo ser completamente destrudo, e
Quando a histria do seu destino se espalhar por a,
o mundo inteiro vai aplaudir e pedir: Bis!
Sua crueldade se infiltrou em todas as fendas e cantos do mundo.
Todos a sentiram e sofreram com ela. (Na 3.19, A Mensagem)
Mas ao lermos Naum, hoje, no o lemos s como registro histrico das profecias antigas contra Nnive. Lemos tambm como palavras de juzo e de esperana para nossa prpria gerao. E o que aprendemos de Naum?
1. Uma nao cujos lderes se aproveitam de seu povo como gafanhotos migradores e enxames de gafanhotos provoca feridas incurveis (3.17, 19). Os lderes levam a nao runa, por mais poderosa que seja. Somos um pas de riquezas naturais, materiais, culturais, econmicas imensas. Todo esse potencial e fora est sendo corrodo por lderes que querem se aproveitar do povo.
2. A violncia e injustia parecem crescer sem nenhum impedimento. Mas, o Senhor se vinga de seus adversrios e guarda ira contra seus inimigos (1.1; A21). A destruio vir. A justia ser feita. Deus no inocenta o culpado (Na 1.3). Por mais fortes e poderosos que sejam, sero destrudos. Nossa esperana e confiana que em meio a tantos escndalos, corrupo e violncia, a justia divina prevalea.
3. Deus bom e uma fortaleza no dia da angstia (1.7). Repreender toda injustia e violncia. Proteger o seu povo. Ele defende os que so injustiados, violentados e explorados.
4. O juzo de Deus alcanar todos que praticam violncia e injustia, indistintamente de sua nacionalidade. A Assria no nada melhor do que outros povos (3.8-10). O que se espera que a justia de nosso pas no tenha lados polticos, sociais ou ideolgicos. A forte esperana do povo que sejam punidos aqueles que causam prejuzo nao independente de seu partido, posio ou ideologia.
5. Deus usa instrumentos humanos e realidades histricas para trazer juzo contra Nnive. Os assrios foram derrotados diante dos babilnios. Para o profeta isso no foi s uma mudana no cenrio geopoltico da regio, antes, foi ao divina de juzo contra a Assria. Em nosso pas, so as aes de pessoas e instituies que esto sendo decisivas para a condenao de muitos poderosos. So instrumentos nas mos de Deus para cumprir a justia.
Acredito que temos a tendncia de pensar que toda a injustia est do lado de l ou deles dos polticos ou empresrios gananciosos. O Brasil nunca se transformar se perdurar essa mentalidade. A injustia e violncia esto em todos os nveis da sociedade secular e religiosa. No vamos acordar um dia e ver um pas ado a limpo se no nos empenharmos nisso. Assim como Deus usou instrumentos humanos na antiguidade ainda age por meio de indivduos e instituies humanas.
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Isaas - o profeta do juzo e da graa de Deus!
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Imagem: Profeta Naum. Escultura de Aleijadinho em pedra sabo. Santurio do Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas, MG. O profeta traz consigo um filactrio, no qual est inscrito: Exponho o castigo que espera a Nnive pecadora. Declaro que a Assria ser completamente destruda. Naum, cap.l. (Foto: Luis Riso)
Por Billy Lane

verdade, os profetas da Bblia normalmente usam linguagem muito potica e figurada. Seus primeiros leitores podem ter entendido muito bem o que os profetas estavam dizendo, mas ns hoje temos dificuldade no s de entender a quais pessoas e fatos esto se referindo, mas, sobretudo, de entender a atualidade e relevncia de sua mensagem. No temos dificuldade de entender quando Naum diz, O Senhor bom; forte refgio quando vem a aflio (Na 1.7, NVT) mesmo que a gente no saiba de que aflio historicamente esteja falando. Mas quando diz O leo despedaava a carne para seus filhotes e estrangulava a presa para a leoa. Enchia sua toca de presas e suas cavernas de despojo (Na 2.12, NVT), podemos apreciar a poesia e as figuras de linguagem, mas ter um pouco de dificuldade de saber a que fatos e personagens histricos se referem e como contextualizar para os nossos dias.
O povo de Israel e Jud sempre se viu espremido na Palestina e sujeito disputa de poder entre o Egito, no sul, e Assria, Babilnia ou Prsia, no norte. Israel, reino do norte, caiu sob o poder da Assria (Na 2.2). Jud, do sul, foi ameaada, mas resistiu. De todo modo, a Assria cometia invases cruis e aterradoras, por isso Naum a compara com um leo devorador. O profeta Ams, um sculo antes disso, anunciou que Israel seria levada pela Assria com ganchos no nariz [...] e anzis (Am 4.2). Era assim que os assrios levavam seus presos. Algo comparvel em nossos dias com as cruis invases do Estado Islmico no Oriente Mdio.
Os governantes assrios so pssimos e no cuidam do povo. O profeta denuncia:
Rei da Assria! Seus pastores-lderes,
que tm a responsabilidade de cuidar do povo,
Esto ocupados fazendo tudo, menos isso.
No esto fazendo seu trabalho, E o povo est espalhado, perdido,
E ningum se dispe a ir atrs deles.
Vocs aram do ponto de retorno.
Sua ferida fatal. (Na 3.16-18, A Mensagem)
Apesar de todo o poderio e da extenso de seu imprio, os dias dos assrios esto contados. Naum no tem boa notcia para Nnive, capital da Assria. Adverte: Que aflio espera Nnive, cidade de homicdios e mentiras! (3.1).
A boa notcia que a violncia no ficar impune diante de Deus. Os ps do que anuncia boas novas j esto sobre os montes (1.15). O inimigo ser completamente destrudo, e
Quando a histria do seu destino se espalhar por a,
o mundo inteiro vai aplaudir e pedir: Bis!
Sua crueldade se infiltrou em todas as fendas e cantos do mundo.
Todos a sentiram e sofreram com ela. (Na 3.19, A Mensagem)
Mas ao lermos Naum, hoje, no o lemos s como registro histrico das profecias antigas contra Nnive. Lemos tambm como palavras de juzo e de esperana para nossa prpria gerao. E o que aprendemos de Naum?
1. Uma nao cujos lderes se aproveitam de seu povo como gafanhotos migradores e enxames de gafanhotos provoca feridas incurveis (3.17, 19). Os lderes levam a nao runa, por mais poderosa que seja. Somos um pas de riquezas naturais, materiais, culturais, econmicas imensas. Todo esse potencial e fora est sendo corrodo por lderes que querem se aproveitar do povo.
2. A violncia e injustia parecem crescer sem nenhum impedimento. Mas, o Senhor se vinga de seus adversrios e guarda ira contra seus inimigos (1.1; A21). A destruio vir. A justia ser feita. Deus no inocenta o culpado (Na 1.3). Por mais fortes e poderosos que sejam, sero destrudos. Nossa esperana e confiana que em meio a tantos escndalos, corrupo e violncia, a justia divina prevalea.
3. Deus bom e uma fortaleza no dia da angstia (1.7). Repreender toda injustia e violncia. Proteger o seu povo. Ele defende os que so injustiados, violentados e explorados.
4. O juzo de Deus alcanar todos que praticam violncia e injustia, indistintamente de sua nacionalidade. A Assria no nada melhor do que outros povos (3.8-10). O que se espera que a justia de nosso pas no tenha lados polticos, sociais ou ideolgicos. A forte esperana do povo que sejam punidos aqueles que causam prejuzo nao independente de seu partido, posio ou ideologia.
5. Deus usa instrumentos humanos e realidades histricas para trazer juzo contra Nnive. Os assrios foram derrotados diante dos babilnios. Para o profeta isso no foi s uma mudana no cenrio geopoltico da regio, antes, foi ao divina de juzo contra a Assria. Em nosso pas, so as aes de pessoas e instituies que esto sendo decisivas para a condenao de muitos poderosos. So instrumentos nas mos de Deus para cumprir a justia.
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Imagem: Profeta Naum. Escultura de Aleijadinho em pedra sabo. Santurio do Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas, MG. O profeta traz consigo um filactrio, no qual est inscrito: Exponho o castigo que espera a Nnive pecadora. Declaro que a Assria ser completamente destruda. Naum, cap.l. (Foto: Luis Riso)
Pastor presbiteriano e doutor em Antigo Testamento, professor e capelo no Seminrio Presbiteriano do Sul, e tradutor de obras teolgicas. autor do livro O propsito bblico da misso.
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