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Opinio 3pp3w

Cristos inoperantes 1z722u

por Ricardo Gondim

Cresce, a cada dia, minha inquietao com algumas expresses da cristandade ocidental.

Noto, por um lado, uma piedade desencarnada, sem relevncia diante da vida, destituda de racionalidade e pobre de bom senso.

Percebo, por outro lado, uma espiritualidade cheia de boa vontade, recheada de profetismos e indignaes, mas impotente e que pouco contribui na construo da histria.

Minhas intuies mais primitivas me mostram algumas coisas. Antes! De antemo, j sei que estou perdendo uma grande parcela de pensadores cristos que no valorizam as intuies no exerccio teolgico. Tudo bem. Adianto apenas que, ao falar de intuio, valho-me de meu bero pentecostal que me autoriza a tambm pensar com as entranhas.

Vamos aos meus insights:

1. Sugiro que se considere o livro de Eclesiastes como um dos principais eixos hermenuticos para se compreender a Bblia. Ele precisa ser levado mais a srio. Enquanto os evanglicos no tiverem coragem para encarar a vida com suas contingncias, aleatorieades, e com o porvir em aberto, no tem jeito, eles permanecero de mos atadas para transformar a realidade.

O pretenso axioma de que o fim da histria j est pronto, levar, por mais que se diga que no, a um fatalismo. Ora, se a histria segue por trilhos que a Providncia estabeleceu antes da fundao do mundo, mesmo que cruzemos os braos (postura que s nos traria prejuzo, aquieso) ela chegar ao seu destino sem depender de ns. Esta compreenso, mesmo que sutilssima, gera inoperncia.

Qual o futuro do Brasil? Se ele j estiver pronto, se j for conhecido plenamente, (no como possibilidade, mas como realidade) aqueles que no cooperarem, s perdero a oportunidade de serem participantes, porque o Brasil se transformar no que tiver de ser. Claro que existe um certo conforto em pensar no futuro como algo j determinado, e essa acomodao estanca a verve transformadora.

2. Percebo que alguns tm medo de rever seus conceitos de soberania divina; apavoram-se com a possibilidade de estarem diminuindo suas convices teolgicas e sentimentais sobre a onipotncia divina. Nada mais prximo do sacrilgio, para alguns. Esses, sem conseguirem criticar a compreenso do senso comum sobre soberania divina, repetem que tudo est sob o controle absoluto de Deus e que nada acontece sem que ele tenha um propsito.

Assim, estabelecem como verdade, mesmo sem perceberem, que todos os mnimos detalhes e todos os acontecimentos e desdobramentos do que existe parte de um plano csmico.

Favelas? Desgraas mundiais? Terrorismo? Estupros? Tudo, absolutamente tudo, afirmam resolutos, faz parte da vontade de Deus e redundar em glria para o seu nome. Eu, porm, atrevo-me a dizer outras coisas sobre o assunto. Acredito que nem tudo o que acontece foi previsto, antecipado ou participa de uma intrincada engrenagem celestial.

Na minha opinio, a injusta distribuio da riqueza mundial, os gastos exorbitantes com armas e bombas, a cultura do acmulo, do desperdcio e do consumismo e at o moderno mito do progresso que destri os ecossistemas, no tm nada a ver com Deus. Ele no pode pagar a conta do nosso egosmo, da nossa perversidade e da nossa indiferena. A no ser que os evanglicos abandonem seus pressupostos deterministas da histria, a ao crist permanecer margem dos verdadeiros processos de mudana da realidade.

3. Noto que a doutrina da salvao (soteriologia) crist joga para depois da morte, o processo que deveria salvar as pessoas para dentro da histria. Cristo no salva apenas para garantir um "ps-sepultura" de alegrias perenes. Ele deseja que seus discpulos experimentem, no quotidiano, uma qualidade de vida j contaminada de eternidade.

A alvissareira mensagem evanglica anuncia que no basta salvar indivduos de si mesmos, eles precisam ser salvos para o prximo; no basta salvar indivduos do diabo, eles precisam ser salvos para no demonizarem suas relaes sociais; no basta salvar os indivduos do mundo, eles precisam ser salvos para voltar ao mundo e salg-lo.

Enquanto no se criar coragem para repensar alguns pressupostos aceitos como dogmas e sem reflexo crtica, os cristos continuaro se indignando com a morte de crianas, continuaro engrossando o coro dos revoltados, continuaro esmurrando mesas sagradas, mas pouco contribuiro para mudar a existncia.

Religio s tem sentido quando afirma que o mundo no est do jeito que deveria; e o verdadeiro cristo precisa querer mud-lo. Quem se atreve?

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim pastor da Assemblia de Deus Betesda no Brasil e mora em So Paulo. autor de, entre outros, O Que os Evanglicos (No) Falam. www.ricardogondim.com.br

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