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Atesmo, f e racionalidade 8m47

Os ateus esto cansados de ser vtimas do preconceito dos religiosos, garantem os membros da ATEA, uma associao de ateus que ganhou a ateno da imprensa nestes ltimos dias. Por conta disso, resolveram promover uma campanha nos nibus de grandes cidades brasileiras, para mostrar o quo razovel a cogitao de que no h Deus. A ideia importada da Europa, como se sabe, e no tem nada de novo.

No Brasil, porm, as empresas de nibus resistiram inicialmente divulgao, justamente porque entenderam que o contedo da propaganda era preconceituoso. Ao invs de promoverem o atesmo, as imagens, os dizeres, o tom e tudo o mais da publicidade da ATEA, revelam uma preocupao muito maior em depreciar a f. Como foi possvel constatar nas reportagens publicadas pela mdia, a campanha extremamente agressiva. Genocidas supostamente crentes so contrastados com ateus charmosos da classe artstica; a f religiosa no oferece respostas e impede perguntas; o atesmo o estimulador de toda pesquisa cientfica, e por a vai.

Qual a razo desse conflito? Se Deus no existe por que os ateus gastam tanta energia conosco, os crentes?

Tenho observado que no qualquer tipo de f que incomoda os ateus. No debate que travou com o ento Cardeal Ratzinger, em 2000, o pensador Paolo Flores DArcais entregou o jogo. Nesse evento DArcais sustentou que perfeitamente possvel uma convivncia pacfica da f religiosa com o atesmo, desde que os crentes reconheam que suas crenas no guardam qualquer relao com a racionalidade. Desde que assumamos a posio historicamente atribuda a Tertuliano, credo quia absurdum, os ateus nos tero como inofensivos. O perigo, diz DArcais, querer sustentar que a f racional. Isso nos torna perigosos, pois poderamos ter a pretenso de intervir na realidade a partir das pressuposies que formam nossas crenas, o que poderia implicar uma perturbao para um espao que deve ser governado exclusivamente pela cincia. Crentes que conferem relao de sua f com a realidade material incomodam, pois pretendem conformar a realidade com seus valores.

A racionalidade estaria exclusivamente na cincia. um arranjo ruim para ns, pois a cincia fica com a realidade e ns com o resto (a frase do matemtico de Oxford, o cristo John Lennox e foi usada num debate com Richard Dawkins, que pode ser visto no Youtube, com legendas em portugus).

A tradio crist no tem nada a ver com esse arranjo. Cabe lembrar que racional o raciocnio que encontra fundamento na realidade. Na verdade, temos com o atesmo uma profunda divergncia em relao natureza da realidade. Em que consiste a realidade? Os ateus so naturalistas, materialistas, e sustentam que a natureza tudo o que existe. Ns afirmamos que h uma realidade sobrenatural, alm desta. Francis Schaeffer usa a sugestiva imagem de uma laranja com duas metades. O naturalista v apenas uma metade da laranja e ignora a existncia da outra. Ns vemos a laranja inteira e, se estamos certos, a f a verdadeira racionalidade.

Os naturalistas, porm, contrapem f e razo e nos colocam diante de uma armadilha e devemos estar conscientes disto. O argumento principal que no h como se demonstrar que Deus est na realidade. Devemos estar atentos para essa argumentao. que para um naturalista, uma demonstrao racional deve ser cientfica. A cincia, como se sabe, procura explicar os fenmenos existentes com base em causas exclusivamente naturais. A cincia, enfim, um mtodo de investigao da natureza. Se Deus est fora da natureza, obviamente Deus no pode ser explicado pela cincia. Isso no prova que a f em Deus irracional, mas apenas afirma os limites da cincia.

Ns temos de permanecer firmes na posio crist acerca desse ponto e perceber que este o centro da controvrsia. A tradio judaico-crist expressada no Salmo 19, no primeiro captulo de Romanos, nas provas de Tomaz de Aquino etc, etc, afirma ousadamente que a realidade visvel expresso de uma vontade invisvel, de uma inteligncia que no pode ser vista, mas pode ser detectada nas coisas que se veem. O naturalismo, procura desqualificar essa posio, mas no pode faz-lo sem cair em contradio, j que deve demonstrar que a natureza produziu a si mesma. E a obrigada a enfrentar a velha questo filosfica: por que existe algo, em vez do nada?

A natureza no tudo o que existe. Como percebeu o centurio romano de Cafarnaum aquele que deixou Jesus maravilhado -, a natureza est sujeita autoridade, ela tem Senhor. Ela obedece a comandos do tipo cala-te; emudece, porque est sujeita ao seu Criador. Por essa mesma razo, no entendo a dificuldade lgica que os ateus levantam em relao ocorrncia dos milagres, como se a f em evento desse tipo fosse completamente irracional. A questo no se os milagres acontecem. A questo se Deus existe. Porque se Deus o Criador da natureza, ela seu soldado, obedece s suas ordens, e lhe bate continncia.
45 anos, procurador regional da Repblica da 4 Regio (no Rio Grande do Sul) e cristo evanglico.
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