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Um tributo a Tonica – 50 anos de ministrio 2t1v6f

Contedo oferecido em mais na internet" da edio 394 de Ultimato

Por Maria do Livramento Alves

Antonia Leonora van der Meer (Tonica)

A famlia e a infncia
Tonica nasceu em 1946 numa famlia com trs irms e trs irmos, de origem holandesa. Frequentava a igreja, ouvia a leitura da Bblia todos os dias, nas vozes de seu pai e de seu av aps as refeies. Seu pai, um jovem holands, quis ser missionrio, mas era de uma famlia pobre, sem possibilidade de fazer seminrio. Sua me tambm era uma senhora crist, e cada filho ela consagrou a Deus.

Aos 4 ou 5 anos, Tonica j se mostrava uma pessoa extremamente humana. Ficou muito emocionada com a histria da reconciliao entre Jac e Esa. Fez at poesia com base nessa histria.

Era tambm a mais rebelde, e ficava revoltada com qualquer injustia.

Sua vida foi marcada por sofrimentos e enfermidades. Logo quando beb, teve vrias convulses e, algumas vezes, ficava em estado de coma.

At os 6 anos de idade, desmaiava sempre que batia a cabea.

O chamado na adolescncia
Na adolescncia, sofreu com infeces no nervo tico. Chegou a ficar com apenas 10% da viso do olho direito.

Tudo que fazia era de todo o corao. Gostava de estudar, ler, brincar, explorar, procurar aventuras, e fazia tudo isso com empenho.

Aos 12 anos, sua igreja recebeu pela primeira vez a visita de um missionrio. Ele tinha trabalhado na Indonsia e contou suas experincias. Ela ficou to impressionada que, noite, antes de dormir, orou: Deus, se tu quiseres que eu tambm seja uma missionria, ajuda-me a sonhar isso de noite. De fato, naquela noite sonhou que estava falando de Jesus a crianas negras.

Aos 16 anos, comeou a trabalhar no escritrio de uma cooperativa, mas estava insatisfeita, queria alguma coisa a mais.

Foi ento que fez sua profisso de f, depois de insistncias do pastor. Mas, no fundo, tinha vrias dvidas, inclusive sobre a igreja. Desenvolveu uma grande capacidade para se desligar e sonhar quando a Bblia era lida na igreja ou durante os sermes.

Em 1963, sua famlia ou por vrias crises de enfermidades e mortes. Perderam trs tios e um av em um breve espao de tempo. Trs deles por causa de choque anafiltico, durante uma cirurgia.

Tonica entrou numa fase de questionar e comear a duvidar da realidade de muitos assuntos de f. S no questionava a existncia de Deus e de Jesus Cristo. Ficava muito perturbada com os problemas sociais, mas no via soluo.

Estudou para prestar o vestibular. Como gostava muito de lnguas, fez para Letras. Em 1969, iniciou sua graduao na Universidade de Curitiba. Quando percebeu que era inteligente, comeou a sonhar com uma carreira universitria. Enquanto estudava, trabalhou como balconista. Estudava com muita vontade e foi bem-sucedida.

A vida universitria e a ABU
Durante os anos de faculdade (1969-1970), acabou conhecendo a Aliana Bblica Universitria do Brasil (ABUB) por meio de uma amiga e colega de repblica. A princpio no se interessou. Felizmente, a colega continuou incentivando e conseguiu lev-la a um Curso de Frias da ABUB em Goinia. Ela no entendia as experincias que as pessoas compartilhavam, tudo parecia irreal. Numa noite houve uma reunio de orao em que todos, espontaneamente, comearam a derramar seu corao diante de Deus. Pensou: se eu soubesse orar assim, tambm oraria. Mas, no fim, no aguentou; tambm abriu a boca, derramou seu corao e sentiu um banho do amor de Deus, maravilhoso, profundo. Depois dessa orao, tudo mudou. Quando voltou para casa e comeou a compartilhar suas experincias, seus pais ficaram felizes e pediram para ela escrever seu testemunho. Seria publicado na revista da cooperativa, onde seu pai trabalhava.

Voltou a Curitiba e integrou-se na ABU. Desde ento, ela comeou a trabalhar com estudos bblicos. Dois anos depois, em 1972, mudou-se para Braslia, como estudante, para trabalhar na Embaixada da Holanda. Mas o que a motivou foi o chamado de Deus para ajudar a formar grupos da ABU no Planalto Central.

Teve muitas boas influncias naquela poca, como: Robinson Cavalcanti, Ren Padilla, Russell Shedd, Samuel Escobar, entre outros.

Era o tempo da ditadura militar e no era fcil conviver em um ambiente universitrio repressivo. Mas, graas a Deus, isso no foi barreira e logo comearam os estudos bblicos. Alm da ABU, trabalhou com visitas a doentes e orfanatos.

Em 1975, depois de viver trs anos com um bom salrio, na Embaixada, decidiu viver com um salrio de missionrio, trabalhar tempo integral e viver pela f.

Participou ativamente do Primeiro Congresso Missionrio da ABU, realizado em janeiro de 1976, em Curitiba. Foi ali que ouviu os primeiros apelos aos brasileiros em favor de Angola e Moambique. Mas sempre pensava: Sou branca demais, tenho cara e nome parecidos com os sul-africanos. Vou despertar ressentimento com minha presena depois de tudo o que os africanos sofreram nas mos dos brancos.



Em 1977, mudou-se de Braslia para So Paulo, onde ou a ser secretria da ABUB. No incio foi difcil, mas logo se integrou s atividades, sempre fazendo viagens a convite de grupos locais. Novos grupos comearam a nascer depois de muito trabalho na ABU de So Paulo.

O preparo missionrio
Quando teve certeza do seu chamado para misses transculturais, quis estudar para se preparar melhor, mas no sabia aonde ir nem de onde viriam os recursos. Por fim, entre os anos de 1980 e 1982, apesar de muitas lutas, Deus lhe deu recursos e sustentou seu tempo no All Nations Christian College, na Inglaterra. Mas, mesmo com o cuidado de Deus, voltava a ter dvidas sobre seu chamado nas horas de tribulaes.

Foi na Inglaterra que ela sentiu que seu ministrio seria mesmo na frica. Descobriu uma doena de pele. No poderia se expor ao sol, mas, depois de algum tratamento, foi liberada para ir desde que seguisse muitos cuidados e usasse protetor solar.

Voltou ao Brasil depois de dois anos, convencida do continente onde deveria exercer seu ministrio. S no sabia exatamente com quem ou onde deveria trabalhar. Era agosto de 1982. Voltou a trabalhar na ABUB. Seu sustento vinha de amigos mantenedores sempre fiis. Escrevia livros com estudos bblicos.

O ministrio em Angola
Enfim recebeu o convite para trabalhar com estudantes em Angola. Em 1984, viajou para l, aterrissando em Luanda. Uns irmos brasileiros, fazedores de tendas, foram receb-la. Enfrentou vrias maratonas para resolver o visto.

Comeou visitando algumas igrejas, estudantes e missionrios em algumas cidades para conhecer um pouco da cultura. Por onde ia, era sempre bem recebida.

poca de guerra, ou por bombardeios e tiroteios. Os ataques eram frequentes. s vezes, tinha que dormir no cho, para no ser atingida. Algumas vezes ou fome e sofreu muito com enfermidades locais. Foi um tempo precioso de aprendizagem, vendo tambm o sofrimento das pessoas, das crianas. O sistema marxista predominava, mantendo o controle; at a comida era racionada.

Em 1992, voltou temporariamente ao Brasil para redigir e defender sua tese de mestrado. J se via que seu corao tinha sido picado pelo mosquito africano, pois o assunto da tese foi sobre as muitas semelhanas entre a forma, o contedo e o uso de provrbios africanos e bblicos, mostrando valores das culturas africanas.

No mesmo ano, voltou para a frica. Alm de trabalhar com estudantes, foi professora do Instituto Superior de Teologia Evanglica de Lubango, em Angola, e outros seminrios. Tambm visitava os enfermos e os deficientes fsicos vtimas da guerra. Discipulava, visitava igrejas e missionrios, treinava lderes e implantava grupos de estudos bblicos.
Seus lderes africanos decidiram que devia sair de Angola porque j tinha treinado lderes locais para os grupos de estudantes em Angola e Moambique. At hoje mantm contato e ajuda como pode seus discpulos e filhos na f.

Tonica fez muitas amizades com pessoas com deficincias fsicas que estavam internados e ajudou na formao de uma Associao de Deficientes Fsicos que tem o nome FENADOR (Felicidade na Dor), porque essas pessoas sofridas descobriram uma nova felicidade em seu relacionamento com Deus. Continua apoiando a FENADOR.

O ministrio no CEM
Em 1995, voltou ao Brasil para preparar lderes para o campo transcultural. Foi diretora (por dois perodos), de e professora do Centro Evanglico de Misses, em Viosa, MG.

Em 1996, com o apoio de Osmar Ludovico, realizou o primeiro Encontro de Restaurao para Missionrios. Houve outros encontros nos anos seguintes, sempre em Viosa, no CEM.

Foi uma das fundadoras do CIM Cuidado Integral de Missionrios, hoje um departamento da Associao Brasileira de Misses Transculturais (AMTB), no qual continua envolvida.

Com muito empenho e disciplina, conseguiu fazer seu doutorado em Missiologia pela Asia Graduate School of Theology, das Filipinas. Fez distncia, com uma viagem anual de cinquenta horas, seguidas de duas semanas intensivas de trabalho e discusses. Terminou em dezembro de 2005. O tema de sua tese foi sobre o cuidado ativo a missionrios que servem em contextos de sofrimento.

De volta s origens
Em outubro de 2013, voltou a Carambe, no Paran, sua cidade de origem, com o intuito de tambm ser bno para a igreja e a comunidade onde cresceu, alm de poder estar prxima da famlia.

Hoje presbtera de misso da sua igreja, com vrias tarefas e reunies, procurando estimular a viso missionria e fazendo visitas a doentes e idosos.

Participa ativamente, principalmente distncia, de vrios ministrios e instituies missionrias, como Interserve ( membro do Conselho Nacional no Brasil e do Conselho Regional da Amrica Latina), CIM Brasil AMTB (est ado do Conselho Deliberativo para o Conselho Consultivo) e Epafras (faz visitas a prisioneiros holandeses no Estado de So Paulo). Neste ltimo, desde o incio da pandemia, s tem conseguido apoiar algumas mulheres por WhatsApp, j que as visitas foram proibidas.

Seus livros
Na ABUB, de 1982 a 1984, serviu na rea de preparar livros de Estudo Bblico Indutivo, um deles com esse nome e vrios outros, com uma srie de estudos.

Mais tarde, a Editora Ultimato publicou sua autobiografia missionriaEu um Missionrio?, um livro sobre o cuidado missionrio,Missionrios Feridos, e foi a coordenadora da verso em portugus do livro Sangue, Sofrimento e F.

Junto com o CIM Brasil AMTB, organizou os livros Perspectivas do Cuidado Missionrio e Missionrios Solteiros, mas no Solitrios, ambos pela Editora Descoberta.

Alm disso, escreveu muitos artigos em vrios livros e na Ultimato, onde tambm coordena o blog Caminhos da misso.

Com a colaborao de Dlnia Bastos.


Linha do Tempo
Antonia Leonora van der Meer (Tonica)

1946 No dia 24 de outubro, em Carembe, PR, nasce Antonia, filha de imigrantes holandeses reformados

1958 Aos 12 anos, tem seu chamado ouvindo um missionrio compartilhar suas experincias na Indonsia

1962 Aos 16 anos, faz sua pblica profisso de f na Igreja Reformada de Carembe, PR

1963 Sua famlia a por duras experincias de doena e morte

1969 Inicia seus estudos de Letras na Universidade de Curitiba

1969-1970 Conhece a Aliana Bblica Universitria (ABU) paixo primeira vista que duraria por toda a vida

1972 Muda-se para Braslia para trabalhar na Embaixada Holandesa, motivada a apoiar a formaao de grupos da ABU no Planalto Central

1975 Decide trabalhar tempo integral para Deus e viver pela f

1976 Em janeiro, participa ativamente do histrico Primeiro Congresso Missionrio da ABUB, realizado em Curitiba

1977 Muda-se para a capital de So Paulo, onde a a ser secretria da ABUB

1980-1982 Estuda no All Nations Christian College, na Inglaterra, para ter seu to sonhado preparo missionrio. Ali, tem confirmao do seu chamado ministerial para a frica

1982 Em agosto, volta a trabalhar na ABUB

1984 Muda-se como missionria para Luanda, Angola, onde inicia seu ministrio entre estudantes universitrios de Angola e Moambique. Alm disso, visita enfermos e deficientes fsicos vtimas da guerra, discipula, visita igrejas e missionrios, ensina em seminrios, treina lderes e implanta grupos de estudos bblicos. Ajuda a criar a FENADOR (Felicidade na Dor), uma Associao de Deficientes Fsicos

1992 a alguns meses no Brasil para escrever sua tese de mestrado sobre as muitas semelhanas entre a forma, o contedo e o uso de provrbios africanos e bblicos

1995 Retorna ao Brasil como diretora, de e professora do Centro Evanglico de Misses (CEM), em Viosa, MG

1996 Realiza, com outros, o primeiro Encontro de Restaurao para Missionrios no CEM, em Viosa, MG

1999 Inicia, com outros, o grupo do Cuidado Integral do Missionrio (CIM), que, anos depois, se tornaria um Departamento da Associao de Misses Transculturais Brasileiras (AMTB)

2001 Funda, com outros, a Associao de Fazedores de Tendas do Brasil (AFTB), hoje Departamento Profissionais e Empresas em Misses, tambm da AMTB

2003 Participa da fundao da Interserve Brasil, em parceria com o CEM, em Viosa, MG. A partir da, exerce vrios cargos de liderana tanto na Interserve Brasil como internacionalmente

2005 Em dezembro, finaliza seu doutorado em Missiologia pela Asia Graduate School of Theology, nas Filipinas. O tema de sua tese sobre o cuidado ativo a missionrios que servem em contextos de sofrimento

2013 Em outubro, volta para Carambe com o intuito de tambm ser bno para a igreja e a comunidade onde cresceu, alm de poder estar prxima da famlia

2014 Inicia seu ministrio com Epafras para visitar presos holandeses no Brasil

2016 convidada para ser mentora no Encontro de Lderes Jovens de Lausanne, em Jacarta, Indonsia

2019 eleita presbtera de misso da sua igreja local

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