Um crente bonzinho + um crente bonzinho + um crente bonzinho no fazem um pas bonzo 1k5i6h

Parece que foi ontem. Nos anos 80 os evanglicos eram 5% da populao e, hoje, falamos em alto e bom som em algo prximo a 20%. Bem, o pas no melhorou tanto assim e, se melhorou, difcil constatar que se deve ao crescimento do nmero de evanglicos.

Talvez essa idia venha da crena de que, por exemplo, os Estados Unidos so o que so porque so um pas de crentes. Bobagem. Se tal raciocnio vlido, devemos explicao para o caso do Japo, da Arbia Saudita, entre outros. Ou, como nos lembra Paul Freston, essa idia fixa se deve a um certo messianismo, que prprio dos cristos-- no sem razo-- e nos leva a repetir frases como "s Deus pode salvar o Brasil" e coisas do gnero. bom ter cuidado. Quando ouvimos "s Deus", muitas vezes querem nos dizer "s os evanglicos".

Pensando bem, se o meu carro ou o vaso sanitrio da minha casa apresentam algum defeito grave, eu nunca pergunto ao mecnico ou ao bombeiro hidrulico a sua filiao religiosa antes de contrat-lo para os reparos de praxe. Alis, nem posso dizer se ele ateu, macumbeiro ou testemunha de Jeov. Meus critrios so outros, a saber, a sua habilidade e experincia em lidar com carro velho ou entupimentos pouco amigveis.

Por que no fazer o mesmo ou usar critrios semelhantes-- no caso, critrios polticos-- no processo poltico-eleitoral? Afinal, no estamos escolhendo pastores ou diconos para as nossas igrejas. Agora, se voc quer saber se "irmo vota em irmo"... Depende do irmo.


Leia o livro
Cristianismo e Poltica, Robinson Cavalcanti
Religio e Poltica, Sim; Igreja e Estado, No, Paul Freston