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27 de dezembro de 2006
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Resolues para 2007 2i2061
Rubem Amorese
Este ano serei menor. Se possvel, o menor de todos. Vou voltar para casa, mesmo que isso me custe o emprego ou me prejudique nos negcios
Este ano vai ser diferente. Vai ser o ano do poder. Este vai ser o meu ano de avivamento espiritual. De ti, Senhor, no quero pouco; quero tudo! Quero aquele batismo que arrebenta a boca do balo; quero dunamis. Poder para romper os cercos do inimigo, para derrubar muralhas, para matar gigantes a pedrada, para encher as de vivas, para ressuscitar lzaros, para invadir casas de valentes, para declarar a vitria do Senhor sobre a morte, o mal, a doena, a velhice, a pobreza, a opresso e tudo o mais que, desavisado, atravessar o meu caminho.
Chega de pobreza! Chega de impotncia diante da vida. Chega de empregos medocres, de patres medocres. Chega de depresso, de filhos desanimados, de esposa rixosa e iracunda, de idosos ranzinzas e amargurados, de irmos apticos e interesseiros
Este vai ser o ano da contrio, do joelho dobrado e do corao quebrantado. Vai ser o ano em que buscarei me despir de todos os poderes que penso ter e dos recursos que amealhei na vida, como a educao, o dinheiro, a esperteza, a influncia, os amigos poderosos, o prestgio, o cargo pblico etc. Ser o ano da mo estendida, que pede misericrdia, que se condi por si e pelos outros; da alma que chora e se assenta mesa da comunho para ser consolada.
Com o tempo, tomei as rdeas da vida nas mos. Resolvi meu futuro com uma boa poupana, minha insegurana com um financiamento da Caixa e minha solido com um cargo proeminente na igreja. Afastei os chatos com uma aparncia de muito ocupado ou de indiferena. Livrei-me de culpas, contribuindo para instituies filantrpicas. Apoiei meus filhos e minha esposa, financiando-lhes um analista.
Mas eu quero outro tipo de poder. Quero poder para aprender quando oestado. Quero um encontro srio com meus temores e fraquezas. Quero gente comum se metendo na minha vida; quero o ltimo recurso do fraco: a orao.
Este ano serei menor. Se possvel, o menor de todos. Vou voltar para casa, mesmo que isso me custe o emprego ou me prejudique nos negcios. Vou me encontrar com minha esposa e ficar muito tempo com ela e com os meus filhos. Vou redescobrir a alegria de ouvir os meus pais, at que se cansem de falar. E se houver outros pais os ouvirei tambm. Nesse tempo juntos, vamos renovar nossa aliana e retomar nossa amizade. Entre uma cambalhota e outra, vamos abrir a Palavra e l-la juntos. Muito. Sobre ela, vamos falar de ns mesmos. De coisas ntimas e caras. De coisas sobre as quais j no falamos porque no interessam. Vamos nos confessar uns aos outros, abrindo-nos as vidas para que nelas entre luz do cu (eu pretendo chorar muito, j vou avisando). E vamos orar, contritos por no sermos o que nele poderamos ser. Pediremos poder para matar esses gigantes.
Quero voltar para a minha igreja. Chega de proximidade de ano-luz. J no quero essa armadura que vesti para tornar-me invulnervel ao ataque fraterno. Descobri que com ela fiz-me tambm impenetrvel ao seu amor. Buscarei um retorno amizade espiritual, com irmos com quem possa abrir a minha alma. Sem medo de parecer menos homem por isso. Quero tempo para aqueles que riam toa comigo e se alegrem na singeleza de um corinho ou de uma boa pizza com guaran (celebrados por ns como po e vinho). Com eles, quero voltar a pisar em terra santa: tirar as sandlias ao encontrar-me com Deus no espao de coraes hospitaleiros, sinceros e amorosos. Cantaremos juntos. Um cntico novo. Um canto de liberdade.
Senhor, este ano eu gostaria de ser mais que vencedor, um leo. Mesmo que, por olhos globalizados, eu seja visto como uma ovelha para o matadouro (Rm 8.36, 37).
Artigo publicado na edio 274 (Janeiro-Fevereiro 2002) de Ultimato.Assine e receba Ultimato at 2008.

Este ano vai ser diferente. Vai ser o ano do poder. Este vai ser o meu ano de avivamento espiritual. De ti, Senhor, no quero pouco; quero tudo! Quero aquele batismo que arrebenta a boca do balo; quero dunamis. Poder para romper os cercos do inimigo, para derrubar muralhas, para matar gigantes a pedrada, para encher as de vivas, para ressuscitar lzaros, para invadir casas de valentes, para declarar a vitria do Senhor sobre a morte, o mal, a doena, a velhice, a pobreza, a opresso e tudo o mais que, desavisado, atravessar o meu caminho.
Chega de pobreza! Chega de impotncia diante da vida. Chega de empregos medocres, de patres medocres. Chega de depresso, de filhos desanimados, de esposa rixosa e iracunda, de idosos ranzinzas e amargurados, de irmos apticos e interesseiros
Este vai ser o ano da contrio, do joelho dobrado e do corao quebrantado. Vai ser o ano em que buscarei me despir de todos os poderes que penso ter e dos recursos que amealhei na vida, como a educao, o dinheiro, a esperteza, a influncia, os amigos poderosos, o prestgio, o cargo pblico etc. Ser o ano da mo estendida, que pede misericrdia, que se condi por si e pelos outros; da alma que chora e se assenta mesa da comunho para ser consolada.
Com o tempo, tomei as rdeas da vida nas mos. Resolvi meu futuro com uma boa poupana, minha insegurana com um financiamento da Caixa e minha solido com um cargo proeminente na igreja. Afastei os chatos com uma aparncia de muito ocupado ou de indiferena. Livrei-me de culpas, contribuindo para instituies filantrpicas. Apoiei meus filhos e minha esposa, financiando-lhes um analista.
Mas eu quero outro tipo de poder. Quero poder para aprender quando oestado. Quero um encontro srio com meus temores e fraquezas. Quero gente comum se metendo na minha vida; quero o ltimo recurso do fraco: a orao.
Este ano serei menor. Se possvel, o menor de todos. Vou voltar para casa, mesmo que isso me custe o emprego ou me prejudique nos negcios. Vou me encontrar com minha esposa e ficar muito tempo com ela e com os meus filhos. Vou redescobrir a alegria de ouvir os meus pais, at que se cansem de falar. E se houver outros pais os ouvirei tambm. Nesse tempo juntos, vamos renovar nossa aliana e retomar nossa amizade. Entre uma cambalhota e outra, vamos abrir a Palavra e l-la juntos. Muito. Sobre ela, vamos falar de ns mesmos. De coisas ntimas e caras. De coisas sobre as quais j no falamos porque no interessam. Vamos nos confessar uns aos outros, abrindo-nos as vidas para que nelas entre luz do cu (eu pretendo chorar muito, j vou avisando). E vamos orar, contritos por no sermos o que nele poderamos ser. Pediremos poder para matar esses gigantes.
Quero voltar para a minha igreja. Chega de proximidade de ano-luz. J no quero essa armadura que vesti para tornar-me invulnervel ao ataque fraterno. Descobri que com ela fiz-me tambm impenetrvel ao seu amor. Buscarei um retorno amizade espiritual, com irmos com quem possa abrir a minha alma. Sem medo de parecer menos homem por isso. Quero tempo para aqueles que riam toa comigo e se alegrem na singeleza de um corinho ou de uma boa pizza com guaran (celebrados por ns como po e vinho). Com eles, quero voltar a pisar em terra santa: tirar as sandlias ao encontrar-me com Deus no espao de coraes hospitaleiros, sinceros e amorosos. Cantaremos juntos. Um cntico novo. Um canto de liberdade.
Senhor, este ano eu gostaria de ser mais que vencedor, um leo. Mesmo que, por olhos globalizados, eu seja visto como uma ovelha para o matadouro (Rm 8.36, 37).
Artigo publicado na edio 274 (Janeiro-Fevereiro 2002) de Ultimato.Assine e receba Ultimato at 2008.
Rubem Amorese presbtero emrito na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Braslia. Foi professor na Faculdade Teolgica Batista por vinte anos e consultor legislativo no Senado Federal. autor de, entre outros, Fbrica de Missionriose Ponto Final.Acompanhe seu blog pessoal: ultimato.com.br/sites/amorese.
- Textos publicados: 38 [ver]
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Site: http://www.amorese.com.br
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