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23 de dezembro de 2009
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O princpio da luz 304f36

E esse Verbo que estava no princpio era Deus e era tambm a alegria dos homens. Sim, as almas humanas tambm se tornaram sem forma e vazias, e houve trevas sobre elas em algum momento. Ao ponto de se imobilizarem em dores, clicas, luto e desorientao, e de se lamentarem: Deste-nos a comer po de lgrimas (Sl 80.5).
Entretanto, tambm sobre essas guas profundas pairava o Esprito de Deus. E com ele, a possibilidade de uma ao restauradora.
No primeiro princpio, ele no pediu licena. Atuou sobre o caos e lhe deu ordem. E a criao retomou seu curso, at perfeio e ao descanso do stimo dia. J no segundo princpio, ele veio para o que era seu, mas agora precisava ser recebido. O haja! de Deus esperava convite para reorganizar as vidas em trevas.
Quando mortes, prejuzos, doenas, desemprego, acidentes, incndios, separaes e outras perdas se sucedem como enxurradas de tsunamis, no nos do tempo de recuperao. Ficamos confusos e perdidos, como se nossa organizao, nossa normalidade, tivessem sido roubadas como na experincia de Maria Madalena (Jo 20.13), que chega a dizer: Roubaram o meu Senhor e no sei onde o pam.
Sentimo-nos defraudados. No sabemos como reagir aos fatos ou como ordenar nossos sentimentos. No conseguimos juntar os cacos rapidamente. No difcil prever que Deus ser includo em nossa perplexidade e frustrao com questionamentos que, em muito, extrapolaro nossa capacidade de compreender as respostas. Mesmo que Deus nos explicasse, no compreenderamos.
Mais que a alma enlutada, ou em agonia, nossa vida sai do seu eixo. As atividades cotidianas j no so executadas com a mesma facilidade; o sol j no brilha com a mesma intensidade; as noites se tornam espessamente escuras; sentimo-nos estrangeiros em nossa prpria cidade, em nosso local de trabalho. Amigos e parentes nos parecem falar por trs de uma parede de vidro. Seu abrao tristemente mais forte. E no nos importamos. Compreendemos e retribumos, como se tambm quisssemos dizer o que no dito. Sentimo-nos atropelados pela solido; o que se a dentro de ns incomunicvel. Nem mesmo um grito de socorro encontra palavras, pois esse clamor se expressa por silncios. Fecha-se em copas, em resignao, como que a dizer: o que tinha de ser, j foi.
Na realidade, nossa alma no encontra palavras para dizer, apropriadamente, que a vida se tornou sem forma e vazia; que houve trevas sobre a face do abismo.
Em momentos assim, importa trazer lembrana que a luz resplandece nas trevas, e as trevas no prevaleceram contra ela (Jo 1.5). Se perda, morte e trevas bateram nossa porta, vale lembrar que a vida ainda est no Verbo, e a vida a luz dos homens. Das profundezas das guas Deus ainda pode ser convidado a vir e proferir o seu haja luz!.
Todos sabemos o resultado da primeira visitao do Verbo: ... e houve luz; e viu Deus que a luz era boa. Depois de ter chamado a luz de dia e as trevas de noite, Deus permitiu que a natureza seguisse seu curso: anoiteceu e clareou novamente. Raiava o primeiro dia.
O resultado da segunda visitao h de ser parecido: nossas almas sendo curadas pelo princpio da luz, o Verbo, a Palavra de Deus; e nossas vidas se reorganizando por nossas prprias palavras, a verbalizar humilde adorao diante do menino envolto em panos, com ao de graas. Estaremos vivendo, aps tenebrosa noite, o raiar de um novo dia. A alegria que vem pela manh.
Rubem Amorese consultor legislativo no Senado Federal e presbtero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Braslia. autor de, entre outros, Louvor, Adorao e Liturgia e Fbrica de Missionrios -- nem leigos, nem santos.
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