Tecnologia: nossa esperana para o futuro? 5605v

A importncia da tecnologia

A humanidade e a tecnologia sempre caminharam lado a lado. Isto to verdadeiro, que tendemos a descrever a histria humana em termos do estado da tecnologia: a idade da pedra, a idade do bronze, a era do metal, a era atmica, a era da informtica e por a em diante.
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A tecnologia muito importante para a existncia e cultura humanas. Sem ela, a vida e a cultura seriam mais pobres. H, portanto, bons motivos para se dedicar tanto ao necessrio desenvolvimento tecnolgico.

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A cultura ocidental marcada pela tecnologia moderna, uma tecnologia que foi poderosamente influenciada pela cincia. A cultura ocidental distingue-se das demais pela enorme influncia que exerce a tecnologia moderna.

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A tecnologia capaz de satisfazer algumas das necessidades bsicas dos seres humanos. Ela pode fornecer alimento, abrigo e tratamento mdico, alm de oferecer maiores possibilidades s pessoas e reduzir o esforo fsico e o fardo de nossos trabalhos; ela capaz de nos libertar de rotinas montonas, e de nos conduzir a diversas formas de trabalho intelectual e criativo.

Despotismo da tecnologia

No mundo ao nosso redor, observamos uma supervalorizao da tecnologia. A tecnologia vista como a resposta a uma srie de problemas e como a soluo para todos os tipos de males. Neste contexto, a tecnologia adquire certa funo idlatra. Isto melhor ilustrado pela saga do rei Midas. A Midas dado pedir um dom aos deuses. Sua resposta pedir que tudo o que ele toque se torne ouro. A partir do momento em que este dom lhe concedido, testemunhamos as consequncias. Tudo o que ele toca sua comida, sua esposa, e por a em diante se transforma em montes de ouro. O resultado de sua cobia que o ouro ameaa sua prpria vida.

A moral da histria que, embora o ouro, como metal precioso, tenha um lugar especial entre todas as coisas que existem e so preciosas, quando tudo se torna ouro a vida em si sufocada. O mesmo vale para a tecnologia! A tecnologia importante, mas quando tudo marcado pela tecnologia, ela se torna uma maldio para a vida e para a sociedade. Nesse caso, a tecnologia ameaa a qualidade da existncia. O homem e a natureza se tornam vtimas do despotismo da tecnologia.

Consequncias

Esse movimento de salvao pela tecnologia exige uma manipulao ilimitada do meio ambiente: ilimitado ad infinitum. As pessoas creem que, com nossa tecnologia, somos capazes de dominar tudo.

A promessa de um paraso tecnolgico agora parece estar a nosso alcance. Quando, no perodo aps a Segunda Guerra Mundial, o aumento da prosperidade se tornou realmente impressionante, os consumidores tambm aram a venerar a tecnologia moderna.

Por muito tempo, essa venerao cegou as pessoas dos aspectos negativos. Nesse nterim, descobrimos que o mundo ao nosso redor plantas, animais, mas tambm a humanidade podem facilmente se tornar vtimas da tecnologia moderna. Os avanos tecnolgicos atuais so, de muitas formas, bastante ameaadores.

A prpria base de nossa existncia tem sido destruda. Quando penso nas perigosas manifestaes do tecnicismo, no tenho em mente apenas a ameaa das armas nucleares ou do lixo radioativo gerado pelas usinas de energia nuclear, mas tambm certos fenmenos de nossa cultura tecnolgica, como o desmatamento, a desertificao de partes da Terra, a destruio da camada de oznio, a emisso de gases de efeito estufa e as mudanas climticas, a destruio e poluio da natureza, a supervalorizao das tcnicas de manipulao gentica e das mais atuais tecnologias de informao e comunicao, que produzem informaes cada vez menos genunas entre as pessoas. Uma tecnologia supervalorizada resulta num afastamento das pessoas e na desintegrao social.

medida que a tecnologia d s pessoas muito poder, elas parecem bastante impotentes diante dela. Em vez de ter o avano tecnolgico sob controle, elas parecem ser controladas por ele. Em outras palavras, o desenvolvimento tcnico claramente paradoxal. O homem se torna prisioneiro de sua prpria tecnologia.

Egbert Schuurman estudou engenharia civil na Universidade Tcnica de Dekft e filosofia na Universidade Livre de Amsterdam. Em 1994, recebeu o ttulo honorrio de doutor pela Universidade de Potchefstroom na frica do Sul. Em 1995, em Berkeley, na Califrnia, recebeu o Prmio da Templeton para educador em religio, cincia e tecnologia. o presidente, desde 1995, do Instituto de tica Cultural.

Nota: trechos do captulo 3 do livro F, Esperana e Tecnologia: Cincia e F em uma Cultura Tecnolgica, da srie Cincia e F Crist. A srie uma parceria da Ultimato com a Associao Brasileira de Cristos na Cincia.

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