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Palavra do leitor 5e4k2v

Uma verdade inquietante 2u5o3g

Foi uma noite daquelas! Depois de tentar discorrer um texto emblemtico, em pleno domingo noite, exausto, rendi-me ao convite da Juventude da igreja La Bella Pizza. Mal sabia eu que aquela noite seria um marco para minha vida pastoral. Acomodei-me na cadeira. Outros me acompanharam. Outros margem, porm atentos. Minha inteno era clara. Saborear uma bela pizza temperada com bom papo.

Ento, logo nos primeiros minutos, a conversa surgiu em torno de experincias espirituais. O tema recorrente, mas as inovaes recentes em busca do sagrado, no. Renovam-se. Dai, , logo, meu interlocutor se posiciona em defesa da liberdade particular. Afinal de contas, parafraseando, assegurou: Toda experincia espiritual subjetiva. Refleti em sua frase e, sem objeo, concordei com ele.

Entretanto, algo na entrelinha dos fatos noticiava as demandas de seu corao. Dava a impresso que algo em sua experincia espiritual o havia surpreendido. Tentei me conter, mas no me contive. Questionei-o por vrias vezes. E ele convicto argumentou a favor, buscou apoio com o olhar, mas no me convenceu. Alm do mais, aproveitei e fiz algumas afirmaes severas a respeito das inovaes carismticas. O debate ganhou forma. Aqueceu meu corao. Provoquei-o, confesso.

Ademais, encontrei algumas explicaes para os nossos questionamentos. Cada ser humano constri ao seu redor o seu mundo simblico. Projeta algo em si. A construo religiosa ento, no exceo. Por isso a religio pressupe as mais estranhas experincias incorpreas em nome de Deus. De igual modo, os cristos numa outra poca, aponta Karen Armstrong, em seu livro "Em Nome de Deus". Enquanto os Judeus enfrentavam as traumticas consequncias de sua expulso da Espanha e os muulmanos estabeleciam por um caminho que os afastaria das certezas e das santidades do ado.

O fato que, com o mundo, a subcultura evanglica, especialmente o universo neopentecostal brasileiro produz verdadeiras prolas preciosas cuja marca distingue seu comportamento. Na mesma direo, a manipulao das massas adquire um captulo parte. O apstolo Paulo j profetizava h mais de dois mil anos: Pois vir o tempo em que no aro a s doutrina; ao contrario, sentido coceira nos ouvidos, juntaro mestres para si mesmos, segundo os seus prprios desejos (2Tm 4: 3)

De fato, a nfase ao xtase espiritual faria Jesus corar de vergonha.

Com a pentecostalizao do movimento evanglico observa-se uma maior ligao entre emocional e o espiritual. No pentecostalismo, espiritualidade tem forte vinculao com a emotividade. As experincias com o sagrado geram respostas emocionais de temor, espanto, riso, choro. No incomum observar em ambientes emocionalmente carregados que a espiritualidade serviu para catalisar xtases. O pentecostalismo brasileiro acabou se viciando na emotividade. E logo surgiram oportunistas, especialistas em produzir tais experincias. (GONDIM, 2011)[1]

O xtase esttico por mais estranho que possa parecer, prolonga-se a cada dia no imaginrio evanglico. Com efeito, o insacivel desejo pelo mstico embalado pelas neuroses a soluo mgica de um deus que funcione e nos d prazer. Mais parece mmica da cultura pag diluda em novos modelos de f. Feitio. Alienao. Nesse sentido, Peter Berger[2] adverte: Aquele que janta com o diabo da modernidade tem de ter uma colher comprida.

Vale salientar, antes da experincia particular, o bom senso adverte: faz-se necessrio uma anlise equilibrada das escrituras, sem tender, sem privilegiar a experincia pessoal voltada para as necessidades e interesses particulares.

De fato, sob certo aspecto, a dimenso tica se esvazia. Corremos srios riscos de ter uma gerao inteira reproduzindo modelos engessados. Ou uma gerao que prefere suas prprias interpretaes com balizamento nas experincias subjetivas a inspirao, a gramtica do dia a dia imersa na vida das pessoas.

No entanto, meus amigos, ainda assim, cheguei concluso de que a abordagem do assunto foi proveitosa. Levou-me reflexo. Porque no me canso de pedir a Deus sobriedade. Capacidade para cuidar de vidas. Pensar assuntos do Reino e quando necessrio, debater sem contender. Ser tolerante e, principalmente, respeitar os atos de f.

No obstante, se por algum momento vibrei na defesa de meus argumentos, foi por amor ao Evangelho, o qual creio. Foi para no ser omisso, nem to pouco covarde no exerccio da vocao. Portanto, de maneira merecida, obrigado por contribuir para minha experincia pastoral. Fui tremendamente enriquecido.

Que a graa te seja multiplicada.

[1] GOUVEIA, Ricardo Quadros. (Org.) O que esto falando da Igreja. Fonte Editorial, So Paulo: 2011, p. 93

[2] BERGER, Peter. Socilogo com diversos escritos na rea de sociologia.
Fortaleza - CE
Textos publicados: 3 [ver]
Site: http://fchagas.wordpress.com

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